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Agosto Dourado é dedicado à amamentação, porém quando
as mulheres estão em tratamento para doenças reumatológicas, é necessário
prever alguns cuidados com a saúde da mãe e do bebê.
Diferente do que muitos pensam, o reumatismo não
acomete apenas idosos. Muitas doenças como a artrite reumatoide (AR), o Lúpus e
a Espondilite Anquilosante ocorrem frequentemente em indivíduos jovens em idade
fértil.
Ouvimos frequentemente, “o que esperar, quando se
está esperando”, e o universo das pacientes com doença autoimune é muito maior,
pois além de entender todo o processo, precisam planejar a gravidez para que
esta ocorre sem complicações.
Para que as mulheres possam se programar e tenham
informações corretas, a especialista da Cobra Reumatologia, Jaqueline
Lopes, fala sobre os principais cuidados e medidas necessárias.
Cada doença tem um perfil diferente na gravidez.
Enquanto o Lúpus tende a piorar durante a gestação ou no período pós-parto, a
Artrite Reumatóide tende a não agravar e a maioria das mulheres sente-se melhor
das dores relacionadas com a doença. Já nas Espondiloartrites os efeitos são
variados, mas a tendência também é que melhore com a gestação e piore no
período pós-parto.
Algumas medicações devem ser interrompidas antes da
paciente engravidar e por vezes, é preciso esperar até 2 anos para se ter uma
gravidez segura após a suspensão, como é o caso do leflunomida.
O risco em deixar a doença materna sem tratamento
durante o período da gestação ou amamentação deve ser considerado versus o
potencial efeito da droga sobre o feto/ recém-nascido.
De uma maneira geral podem ser usados nesse
período: Antiinflamatórios não esteroidais (AINEs);
Aspirina; Hidroxicloroquina; Sulfassalazina, Azatioprina e Ciclosporina. Em
relação aos imunobiológicos alguns já foram liberados para uso durante toda
gestação/amamentação enquanto outros são recomendados apenas por um período de
tempo determinado.
Atenção: em relação aos Corticoides,
depois da dose da medicação, deve ser descartado o leite materno nas primeiras
quatro horas; Sulfassalazina (SSZ) pode ser usada apenas por mães de bebês
saudáveis.
Contra-indicados:
Metotrexato, Talidomida, Ciclofosfamida, Micofenolato Mofetila, Belimumabe e
Leflunomida.
As pacientes reumáticas devem seguir as orientações
de seus médicos para amamentar ou não o bebê. Tudo depende da medicação que cada
uma toma.
Como o relógio da mulher dá as caras bem cedo, a
doutora recomenda que mulheres acima de 35 anos com desejo de engravidar,
dependendo da doença, sejam avaliadas por um especialista em fertilização e
discutam a possibilidade de congelação de óvulos.
Atenção ao SAAF gestacional: a Síndrome
do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) é uma desordem autoimune, caracterizada
pela presença de anticorpos antifosfolipídeos. As consequências na gravidez
podem ser: trombose, parto prematuro e aborto espontâneo. é necessário um
acompanhamento multiprofissional adequado e, assim, permite que de 70% a 80%
das gestantes nessas condições venham a ter uma gravidez segura.
Dra. Jaqueline Lopes - Graduada em
Medicina pela Universidade Federal do Mato Grosso (2001), Jaqueline Barros
Lopes tem residência em Clínica Médica (HUJM), residência em Reumatologia
(FMUSP), é especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e tem
Doutorado em Reumatologia com ênfase em Osteoporose (FMUSP). Hoje, é diretora
cientifica da renomada Cobra Reumatologia.
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