Microempreendedor Individual (MEI) é um empresário que tem um pequeno negócio e o conduz sozinho. Essa “tipologia” empresarial foi criada pelo Governo Federal, com o propósito de enquadrar profissionais que exerciam suas atividades na informalidade.
O registro como Microempreendedor individual exige
que a área de atuação do profissional esteja incluída na lista oficial da
categoria, o empreendedor não participe como sócio ou titular em outra empresa
e que tenha, no máximo, um empregado contratado, que receba o salário mínimo ou
o piso da categoria.
É importante lembrar que o MEI não é a única forma
de empreender individualmente: em alguns casos, esse regime se aplica melhor ao
tipo de atividade desempenhada pelo profissional ou microempresário; e em
outros casos, o MEI é apenas um primeiro passo mais realista, para que o
empreendedor possa, posteriormente, migrar para outras tipologias empresariais.
Assim, o MEI pode partir de um profissional ou
artesão, mas deve ser sempre considerado como o primeiro passo no surgimento de
uma empresa. Até por razões de crescimento e de faturamento, os
Microempreendedores individuais bem-sucedidos tendem a evoluir naturalmente
para outras tipologias empresariais.
Sob um enfoque geral, há muitos fatores que
determinam o sucesso empresarial. Contudo, no caso de negócios nascentes,
dentre os quais se insere o MEI, três fatores são primordiais para determinar o
futuro do empresário, a saber: o Mercado; a Metodologia;
e o Marketing.
Cada um desses fatores deve ser, desde o dia “zero”
do MEI, encarado de forma empresarial e não pessoal.
O Mercado diz respeito ao conhecimento do MEI a
respeito dos mercados nos quais atua ou pretende atuar. Em outras palavras, o
empreendedor necessita saber onde adquirir insumos pelos melhores preços,
conhecer os níveis e as políticas de preço de empresas que atuam no mercado, e
também determinar quais são as preferências do consumidor, isto é, os serviços
e produtos mais demandados e valorizados pela clientela.
A Metodologia, por outro lado, diz respeito aos
processos, ou seja, ao modo como o Microempreendedor individual trabalha. Toda
empresa, a partir da padronização e escolha dos procedimentos e processos mais
eficazes, é possível reduzir custos, melhorar preços de venda e margens,
diversificar a produção e o atendimento e imprimir um ritmo de constante
melhoria ao que é oferecido e aos próprios resultados do negócio.
Neste cenário, um MEI toma decisões tanto quanto
outros empresários. A forma com que se cria uma metodologia para tomar melhores
decisões é o que determina o nível de sucesso e retorno do negócio. Um MEI deve
se cercar de ferramentas e métodos para criar um bom planejamento e tomar
melhores decisões.
Finalmente, o MEI precisa criar estratégias de
marketing para as suas atividades. Marketing, ao contrário do que muitos
profissionais não especializados pensam, não envolve apenas “publicidade”.
Anunciar produtos e serviços é uma necessidade, mas
o marketing é uma área vasta, que envolve decisões que estão muito além disso.
Para criar uma estratégia de marketing eficiente, o MEI precisa ter acesso e
monitorar diversos aspectos que cercam a sua atividade, como, por exemplo: o
perfil do público que atende; os portfólios e listagens de fornecedores; os
preços e práticas da concorrência; produtos similares e “sucedâneos”; as
condições gerais de mercado para os segmentos em que atua; os acessos, visitas,
consultas e outras relações com potenciais clientes; a qualidade dos produtos e
serviços que vende; e o nível de satisfação dos clientes.
De fato, o empreendedor que abre uma MEI precisa
ler, pesquisar e aplicar conhecimento em gestão, marketing e administração para
transformar um pequeno negócio individual como autônomo numa microempresa capaz
de fazer frente a concorrentes maiores.
Mas isso não é necessariamente uma desvantagem para
o MEI. O que o empreendedor não possui, ao menos em termos aparentes, em
tamanho, possui em capacidade de decidir com velocidade. Afinal de contas, as
decisões num MEI dependem apenas do próprio empreendedor.
A primeira decisão – a de criar e gerir o próprio
negócio e ser dono do seu próprio capital laboral e intelectual – já foi
tomada. Daqui para a frente, as decisões e dilemas serão mais numerosos e
frequentes, mas não necessariamente mais difíceis.
Trabalhar o Marketing, ao contrário do que muitos
pensam, pode custar bem pouco. O Microempreendedor individual pode utilizar as
redes sociais para divulgar seus produtos ou serviços, ou para realizar
pesquisa de mercado sobre produtos ou serviços que pretenda comercializar.
Itacir
Amauri Flores - jornalista e escritor, Bacharel em Ciências
Militares e em Direito, pós-graduado em Direito Comercial, MBA em Segurança
Privada e pós-graduando em Gestão de Cooperativas. Foi Presidente da Junta
Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul e durante sua gestão
implantou a Junta Digital gaúcha. Recentemente, publicou o livro “Do MEI ao
milhão: técnicas e pílulas motivacionais que mostram como as coisas realmente
são para quem decide empreender”, pela Literare Booksd International.
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