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sexta-feira, 6 de agosto de 2021

O que o cuidado bucal tem a ver com o desempenho de atletas?

Entenda como a saúde bucal interfere na performance dos esportistas


Em tempos de Jogos Olímpicos, ao acompanhar diversas competições com atletas de alto nível de performance, é comum pensar que seu preparo se limita apenas ao condicionamento físico e técnico.

Para um bom rendimento do atleta, o corpo em sua totalidade precisa estar saudável, sendo importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Um dos profissionais que integram essa equipe é o cirurgião-dentista.

 “A saúde bucal do atleta reflete diretamente na saúde geral que, por sua vez, interfere diretamente em seu rendimento esportivo. Os riscos da não realização de um tratamento odontológico adequado flutua desde doenças respiratórias, comprometimento articular e muscular, dor de dente, dores na articulação temporomandibular, respiração bucal, mastigação inadequada, todos repercutindo sistematicamente no organismo do atleta”, comenta a Dra. Neide Pena Coto, cirurgiã-dentista, presidente da Câmara Técnica de Odontologia do Esporte do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

A má posição da mandíbula, por exemplo, é capaz de interferir no equilíbrio durante a prática esportiva. A mandíbula é a primeira cintura do nosso corpo. A segunda é a pélvica e a terceira a escapular. Então, se a mandíbula tiver algum tipo de desequilíbrio, consequentemente o corpo buscará compensar, o que a médio e longo prazo, pode causar lesões.

“Quando o atleta não realiza visitas periódicas ao cirurgião-dentista ele também pode ficar suscetível à cárie ou lesões cervicais não cariosas. Outra coisa, caso o atleta não utilize o protetor bucal individualizado (confeccionado por seu cirurgião-dentista) ele fica exposto a choques e colisões podendo fraturar dentes e ossos da face”, exemplifica.  

Outro fator relevante que interfere diretamente no desempenho do atleta é a rotina alimentar. “É preciso ter cuidado com a ingestão de suplementos, isotônicos, repositores, e até água com limão, pois podem interferir maleficamente na saúde bucal”.


Odontologia do Esporte    

A parceria entre a Odontologia e o esporte já é bastante antiga. O primeiro registro conhecido é de 1890, no Reino Unido, por meio do trabalho do cirurgião-dentista Woolf Krause, que criou um dispositivo à base de substância vegetal, similar ao látex para proteção dos dentes superiores da boca dos boxeadores, chamado de guta-percha.

Em 1913, seu filho Philllp Krause fabricou um protetor bucal, exclusivamente para o boxeador Ted “Kid” Lewis, também com a finalidade de proteção dos tecidos bucais durante o combate, mas com a vantagem de ser reutilizável.  O primeiro trabalho relacionado à Odontologia do Esporte no Brasil foi durante a Copa do Mundo de Futebol, na Suécia, em 1958, elaborado pelo então cirurgião-dentista da Seleção Brasileira de Futebol, Dr. Mario Trigo. O Brasil foi o único país que levou um cirurgião-dentista e um psicólogo nesta competição, demonstrando a preocupação em proporcionar uma estrutura completa para seus atletas. Trigo também acompanhou a equipe em 1962, 1966 e 1970. 

A Odontologia do Esporte foi reconhecida como uma nova especialidade na Odontologia brasileira em 2015, por meio da Resolução Nº160 do Conselho Federal de Odontologia (CFO).

 


Conselho Regional de Odontologia de São Paulo – CROSP

 www.crosp.org.br


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