De quatro em
quatro anos ocorrem os Jogos Olímpicos, que consistem em uma série de
competições, cada vez realizados em uma cidade-sede distinta. Estes Jogos têm
como objetivo, a partir das competições em diversas modalidades esportivas,
criar uma maior conexão entre todas as nações.
Neste ano, a cidade de Tóquio
sediou esta Olimpíada, repleta de novidades, pois, além da inclusão de novas
modalidades como o skate, o surfe, a escalada esportiva, o caratê e o beisebol,
esta edição olímpica inovou principalmente com relação a sustentabilidade,
demostrando uma preocupação real com o meio ambiente.
Ainda antes do início dos
Jogos, uma informação chamou a atenção do mundo, surpreendendo todos, de que o
material com o qual foram confeccionadas as camas dos jogadores olímpicos era o
papelão. A fabricante Airweave anunciou que as 18 mil
camas foram montadas com peças modulares e recicláveis de papelão, o que
representou uma extraordinária inovação de um evento mais verde, que poderá ser
adotada em outras iniciativas pelo mundo afora.
Além disto, outro aspecto que
também foi destaque como iniciativa exemplar de sustentabilidade, foi o fato de
que, a peça fundamental de toda Olimpíada, a medalha, também foi confeccionada
com material reciclável. Cada uma das 5 mil medalhas, tanto de ouro, como de
prata e de bronze, é de material reciclável, desse modo, ao invés de se extrair
todos estes metais da natureza, foram recolhidos e utilizados como fonte mais
de 6 milhões de celulares e cerca de 78 toneladas de lixo eletrônico. Este lixo
eletrônico, composto por computadores, tablets, monitores e outros aparelhos
usados, se não for descartado corretamente, polui e pode contaminar o meio
ambiente.
E não acaba por aí, pois além
das camas e medalhas, também os pódios, utilizados para premiação dos atletas,
e os uniformes daqueles que carregaram a tocha olímpica, foram feitos de
plástico reciclado, que foi recolhido previamente em pontos de coleta ou
retirado do oceano. A atitude é inédita nas Olimpíadas e de grande impacto para
formação de uma conscientização ambiental global, impactando também
materialmente, pois foi evitado o descarte como lixo ou retirado do meio
ambiente, quase 45 toneladas de resíduos.
A preocupação em dar exemplo
de sustentabilidade também levou a organização dos Jogos a se comprometer em
reaproveitar ou reciclar 65% dos resíduos gerados durante o evento, além de
oferecer um novo uso para 99% dos itens utilizados especificamente nos Jogos.
Também havia previsão de outra
iniciativa importante, de se utilizar o hidrogênio como fonte de energia nos
veículos responsáveis pelo transporte dos atletas, nas caldeiras da Vila
Olímpica e na tocha olímpica, para, desta forma, reduzir a poluição e a emissão
de dióxido de carbono na atmosfera, porém, isto não foi possível em decorrência
das dificuldades impostas pela pandemia.
Diante de tudo isso, em
comparação com as edições anteriores, esta Olimpíada mostrou-se altamente
sustentável e conscientizadora da importância do cuidado que precisa haver com
o meio ambiente, especialmente diante da crise ambiental existente, e, por esta
razão, a edição das Olimpíadas de Tóquio recebe a Medalha de Ouro da
Sustentabilidade.
Luiz Eduardo Filizzola D’Urso - Acadêmico de Direito da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Conselheiro Suplente de Meio Ambiente do
Conselho Estadual da Juventude do Estado de São Paulo, Integrante do Escritório
D’Urso e Borges Advogados Associados e Vice-Presidente da Comissão Nacional dos
Acadêmicos de Direito e Estágio Profissional da Associação Brasileira dos Advogados
Criminalistas (ABRACRIM).
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