Eles estão entre nós. Infiltrados e
diluídos em qualquer que sejam os ambientes pelos quais transitamos, existem
sujeitos que acreditam estar acima da lei. Aqueles que são incapazes de
construir laços de responsabilidade e de afeto com os demais. Que não apenas
ultrapassam, mas aniquilam qualquer empecilho que possa parecer um obstáculo
para os seus desejos e aspirações. Os psicopatas estão ao lado.
Da política à família, não há ambiente
que limite a circulação de pessoas com esse tipo de desordem. A despeito das
regras, criam suas próprias normas com o intuito de satisfazer seus objetivos e
atingir seus alvos. Desse modo, ultrapassam constantemente o limite
civilizatório entre eles e os outros, não se sentindo intimidados pelos danos
que causam, pois sua vontade se faz soberana.
Nesse sentido, buscam a própria
satisfação sem indício de culpa ou arrependimento. Em meio a decisões
impulsivas e intempestivas, promovem com frequência o sofrimento das pessoas
que os cercam. Como ignoram os direitos dos demais, costumam ser cruéis e agressivos,
não desenvolvendo empatia por aqueles com quem convivem e, portanto, mantendo
elevada dificuldade de pedirem desculpas ou de arrependerem-se.
Entretanto, essa tirania não é
percebida num primeiro momento. Em oposição a esse pensamento, as pessoas com
transtorno de personalidade antissocial simulam suas intenções e se mostram
charmosas e articuladas, sustentando essas qualidades para influenciar seu
ambiente, visando ganhos pessoais. Em última análise, através da
manipulação buscam atingir seu intenso desejo de domínio e de poder, a despeito
dos valores morais.
Diante desse perigo silencioso é
preciso estar atento. Reconhecer os indícios que buscam ser camuflados e adotar
uma postura preventiva. Estabelecer limites claros e bem definidos para que
seja preservado um distanciamento possível que confira alguma vantagem. É
necessário que tenhamos um posicionamento ativo que nos confira alguma
segurança, ainda que relativa, na tentativa de nos proteger da ameaça que está
sempre à espreita.
Bruna Richter graduada em Psicologia pelo IBMR, em
Ciências Biológicas pela UFRJ, pós-graduanda no curso de Psicologia Positiva e
em Psicologia Clínica, ambas pela PUC. Bruna é ainda uma das fundadoras do
Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas
socialmente vulneráveis e autora dos livros infantis: “A Noite de Nina – Sobre
a Solidão”, “A Música de Dentro – Sobre a Tristeza” e ” A Dúvida de Luca –
Sobre o Medo”. A trilogia versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos
pelas crianças – no intuito de facilitar o diálogo entre pais e filhos.
Desenvolveu também um folheto educativo para crianças relacionado à pandemia,
chamado “De Carona no Corona”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário