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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Copom deve aumentar taxa Selic nesta quarta: especialistas comentam


Nesta quarta-feira (4), o Comitê de Política Monetária - Copom divulga a nova taxa de juros Selic. De acordo com o último Boletim Focus divulgado nesta segunda (2), os economistas esperam que os juros encerrem tanto este ano quanto o próximo em 7,00% ao ano.

Uma pesquisa realizada pelo Valor Econômico com 95 instituições financeiras entre 26 de julho e 1 de agosto mostrou que 75 casas acreditam em uma elevação da Selic de 1 ponto percentual na reunião do Copom na próxima semana. Já 20 instituições projetam que o atual ritmo de ajuste de 0,75 ponto será mantido.

Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o mercado trabalha em maior parte com a possibilidade de alta de 1% devido ao medo da inflação aumentar ainda mais. "A curva de juros já precifica 1%. Mas uma possibilidade é também o Banco Central manter a alta atual de 0,75% com a divulgação de uma ata mais dura", diz.

"O mercado teme que a inflação não seja transitória e sim mais recorrente. E que isso traga para os preços uma alta significativa de preços em serviços e consumo. É importante destacar que se o BC não subir os juros a inflação pode virar mais permanente, o que nao é bom para a economia brasileira", comenta Jansen.

Segundo João Beck, economista e sócio da BRA, os motivos para o Banco Central elevar a taxa para mais de 0,75% são diversos.

"Tivemos uma recuperação do dólar que reverteu a trajetória de queda. Houve aumento da energia elétrica pela falta de chuvas. A Aneel já revisou o valor das bandeiras e se encontra na bandeira vermelha 2. Sobre bens industriais, ainda temos escassez de ofertas e fábricas fechando no Brasil, não por falta de demanda mas por falta de oferta. A aceleração da vacinação antes do esperado com especial destaque no setor de viagens, passagens e hotelaria, que tiveram deflação ano passado. E por fim, na parte de alimentação, tivemos fortes geadas que afetarão alimentos, em especial o tomate e o café", explica.

De acordo com Beck, o último IPCA não mostrou sinais de arrefecimento. "O atraso na subida dos juros pós pandemia foi proposital e claramente mencionado nos comunicados. O motivo foi - palavras do comunicado - manter os juros em níveis estimulativos. Agora, no último comunicado, a mensagem mudou. Os juros serão o de equilíbrio e, como se diz no mercado, a meta é buscar a meta de inflação", diz.

Com a Selic em alta, Jansen Costa afirma que os títulos pós-fixados ficam mais atraentes: "Produtos atrelados ao CDI ficam mais interessantes para pessoa física, pois o rendimento aumenta".

Para João Beck, a alta da Selic só deveria mudar uma estratégia de investimentos quando ela vem acima do que já é precificado na curva de juros. "Os contratos futuros de juros negociados diariamente na B3 já incorporam toda expectativa de alta na Taxa Selic. Não significa que a realidade não possa ser mais cruel do que já está na trajetoria esperada, aliás, investidores tem sido surpreendidos ao longo do ano. Se esse for o caso, focar em títulos pós-fixados é o melhor caminho. Algumas ações de empresas com boa capacidade de repassar preços podem ser boas alternativas para se proteger da inflação também", complementa.


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