Construtoras devem aproveitar prazo maior para se adaptarem à nova
NR 18
Por ocasião do Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho,
em 27 de julho, Ricardo Marcon, engenheiro de Segurança do Trabalho do
Seconci-SP (Serviço Social da Construção), considera muito preocupante o fato
de o Brasil ocupar o 4º lugar no ranking mundial desses acidentes.
Marcon recomenda que as empresas da construção civil aproveitem o
tempo que resta para a entrada em vigor, em 3 de janeiro, da nova NR 18 –
Segurança e Saúde do Trabalho (SST) na Indústria da Construção, para fazerem
todas as adequações necessárias ao atendimento desta Norma Regulamentadora.
“A nova NR 18 vai colaborar muito para diminuir as possibilidades de
ocorrência de acidentes e de afastamentos, por ser uma norma de gestão e não só
de aplicação”, afirma.
Para reduzir o risco de acidentes, o engenheiro sugere que as empresas revisem suas políticas de segurança do trabalho e adotem práticas como as relacionadas a seguir:
· Manter um setor de SST
ativo e não meramente figurativo, que seja muito participativo e integrante da
estrutura da empresa.
· Dar destaque à
participação dos trabalhadores na definição e na implementação das medidas de prevenção
de acidentes.
· Encarar os custos com
SST como investimento e não como gasto, por trazerem retorno em termos de
segurança do trabalhador, motivação, produtividade e lucro.
· Lembrar sempre que um
acidente não é prejudicial somente no aspecto social, como também caríssimo
financeiramente, causando afastamentos, indenizações, processos trabalhistas,
perda de produtividade e prejuízo à imagem da empresa.
· Valorizar os
engenheiros, médicos e técnicos desta área que salvam vidas. “O profissional de
SST é o anjo da guarda dos funcionários, conseguindo salvar vidas direta ou
indiretamente, através das medidas de segurança e dos procedimentos adotados.”
· Elaborar o projeto de
SST junto com o projeto do empreendimento, e não apenas quando este for
executado.
Histórico
Marcon relata que o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do
Trabalho foi instituído para alertar sobre a importância das práticas
prevencionistas, ajudando a reduzir acidentes e tornando o ambiente de trabalho
mais seguro e saudável.
Segundo ele, o Brasil foi o primeiro país a instituir um serviço
obrigatório para empresas de mais de 100 trabalhadores, em 1972. À época, os
acidentes se elevaram a tal ponto que o Banco Mundial chegou a ameaçar que
retiraria seus financiamentos ao país, caso não se tomassem providências.
O então ministro do Trabalho, Julio Barata, editou as duas
primeiras portarias que regulamentaram a formação técnica da Medicina e da
Segurança do Trabalho, iniciando uma mudança de mentalidade em relação à
questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário