De
acordo com a OMS, doenças são responsáveis por cerca de 60% dos casos de câncer
de fígado; hepatologista da Central Nacional Unimed alerta para riscos de
contágio e caminhos de prevenção
Em meio à pandemia de
Covid-19, um outro alerta deve estar no radar da população: os diagnósticos de
hepatite C caíram pela metade neste período, segundo o Instituto Brasileiro de
Estudos do Fígado (Ibrafig), caracterizando casos de subnotificação no país.
Longe do olhar do grande público, as hepatites virais, que têm entre os tipos
mais comuns A, B e C, podem ser prevenidas e merecem atenção aos sintomas e
cuidado. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que os tipos B e C
afetam 325 milhões de pessoas no mundo, e são responsáveis por cerca de 60% dos
casos de câncer de fígado.
A hepatite viral é
caracterizada por uma infecção que atinge o fígado - podendo causar alterações
moderadas a graves. O tipo A é mais comum na infância; os B e C podem se
manifestar em qualquer idade, sendo mais frequente a partir da adolescência e
juventude. Com relação aos sintomas, a hepatite A geralmente surge como uma
gripe e, em seguida, aparecem a icterícia (cor amarelada nos olhos) e a colúria
(urina escura). O mesmo quadro pode ocorrer com as B e C, mas o problema é que,
na maioria dos casos, a doença é assintomática. E, caso o paciente apresente
sinais dessas doenças, a melhor opção é procurar ajuda do médico especialista,
de preferência, hepatologista ou infectologista. O diagnóstico é feito por meio
de exame de sangue.
De acordo com José
Alves de Freitas, hepatologista da Unimed Catanduva (SP), sócia da Central
Nacional Unimed, atualmente, a hepatite C é a que mais preocupa. Dados do
Ministério da Saúde revelam que são 10 mil novos casos por ano. "Três
milhões de pessoas no Brasil possuem a doença, a maioria delas sem saber que
tem, pois a doença é silenciosa e evolui, muitas vezes, para cirrose e câncer no
fígado. Lembramos que a hepatite C ainda não possui uma vacina específica, mas
os novos medicamentos criados para tratar a patologia são eficientes. Sua
eficácia pode chegar a 80%", destaca o médico.
As formas de contrair a doença são
diferentes. A hepatite do tipo A é por meio da via fecal-oral, ou seja, água e
alimentos contaminados, e contato com secreções, como espirros. Já as B e C são
adquiridas pelo sangue e derivados, e via sexual (esperma e secreções
vaginais). O tempo de incubação é variável também, geralmente alguns dias na A,
e pode chegar a meses nas B e C.
Cuidados higiênicos,
evitar compartilhar seringas e objetos perfurantes e, sobretudo, vacinas, para
tipos A e B, são modos de prevenção da doença. Contra a hepatite A, a
imunização é feita de 15 meses a cinco anos, enquanto a da hepatite B são três
doses, sendo a primeira feita geralmente ao nascer, na maternidade, e as outras
doses ao fim dos 1° e 6° meses de vida.
"O tratamento
também varia em função de cada tipo. No caso da hepatite A, geralmente é
recomendado repouso e tratar os sintomas; na hepatite B, não existe tratamento
específico para a doença aguda; e, na C, a fase aguda pode ser tratada e até
evoluir para cura. Se as hepatites B ou C forem crônicas, existem critérios de
tratamento e medicamentos adequados. Vale ressaltar que a hepatite do tipo A
tem baixa letalidade, já as B e C são mais fatais, podendo atingir 10% nos
casos crônicos", alerta Freitas.
Central Nacional Unimed
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