As altas temperaturas batem recordes e assim tomam conta de nós as lembranças dos bares com amigos, dias ensolarados na praia e piscinas lotadas. No entanto, com a pandemia da COVID-19, os habituais planos de verão tiveram de ser alterados. Para o dr. Abrão José Cury Jr., cardiologista, clínico geral e diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), é mister a necessidade de compreendermos o momento inusitado que estamos vivendo.
“É importante que não nos esqueçamos da conjuntura
atual e tomemos todos os cuidados necessários, como manter-se o mais afastado
possível de aglomerações. Locais públicos, como praias, piscinas e bares, devem
ser evitados”, reforça o especialista.
Ao que se sabe, o Sars-CoV-2 não tem preferência
por estações frias ou quentes. Enquanto no inverno o risco de contaminação em
lugares fechados e pouco ventilados é maior, o verão apresenta o outro lado da
moeda: mesmo em espaços abertos, a chance de infectar-se devido a aglomerações
e proximidade física com outras pessoas continua é alta. O problema desse
vírus, explica o diretor da SBCM, é o contato “cara a cara”, independentemente
da estação do ano.
Nesse sentido, as visitas às praias e piscinas
devem ser repensadas: piscina apenas se tiver em casa - caso contrário, um
banho gelado basta. Idas ao clube, por exemplo, nem pensar!
Já para aqueles que gostam de ver o mar, passeios
na areia e mergulhos desacompanhados podem continuar nos planos. O que deve ser
evitado são barracas e cadeiras na areia, onde a propensão para aglomeração é
alta.
Se o programa é ir a restaurantes, está liberado,
desde que em poucas pessoas e respeitando o distanciamento social. Por outro
lado, cumprimentar com beijos e abraços, do “jeitinho brasileiro”, é
contraindicado. Sobre bares com mesas externas, dr. Abrão alerta:
“Foi autorizado que se colocassem mesas em
ambientes externos para diminuir o contágio, como se fosse uma solução. Na
verdade, a situação se complicou: em torno de uma mesa, ficam dez ou mais
pessoas sem máscara conversando, comendo e bebendo. Isso é muito pior do que se
estivessem dentro do estabelecimento em uma mesa de quatro ou seis pessoas,
mantendo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.
A palavra-chave, no momento, é distanciamento.
“Evite exageros. Não pedimos para que as pessoas se isolem completamente, pois
sabemos que isso não é possível. Mas, sempre que puder manter a distância das
pessoas, mesmo em encontros sociais, é o melhor a se fazer”, pontua o
especialista.
Em relação à alimentação, as orientações são como
as de qualquer outro verão: manter dieta balanceada e tomar muita, muita, muita
água! Garantir a hidratação é primordial frente às altas temperaturas. Além
disso, saúde em dia em tempos de pandemia é quase um sonho de verão...
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