No Brasil, o crescimento foi de 52%, nos primeiros 5 meses, em comparação com
2019. Enquanto no Reino Unido volume de vendas on-line cresceu 400% no 1º
trimestre em relação ao ano anterior
Desde que a pandemia do Covid-19 se
tornou uma realidade, foi possível observar uma mudança nos hábitos na
sociedade. Com a necessidade de se manter em casa e a busca por entretenimento,
o crescimento da venda on-line de livros cresceu consideravelmente. É o que aponta
a Neotrust/Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada em
e-commerce.
De acordo com a pesquisa, em 2020, foram 14,2 milhões de compras on-line na
categoria, valor 44% em relação ao ano anterior. Considerando apenas o 2º
trimestre, o crescimento foi de 52%. Apesar do crescimento nos pedidos, o
faturamento teve uma pequena alta: 4,4%. Totalizando R$2,1 bilhões. Essa
pequena alta ocorre, pois houve uma queda no ticket médio gasto nas compras,
passando de R$203,38 para R$147,23, o que representando 28% de queda.
Segundo Eduardo Villela, profissional com mais de 16 anos de experiência no
mercado editorial, esse crescimento no número de compras on-line de livros se
deve a uma mudança no comportamento dos leitores. "O leitor que não estava
acostumado a fazer compras on-line, passou a se sentir muito mais seguro com
essa modalidade. Outro fator é o tempo que a pessoa economiza comprando pela
internet. A ida às livrarias passou a ser muito mais um passeio do que uma
necessidade para adquirir livros." Explica o especialista.
Além do crescimento em vendas, a pesquisa também traçou o perfil dos
consumidores de livros no Brasil. Dos pedidos de livros, 59% foram realizados
pelo público feminino. A faixa etária que mais comprou foram os adultos que
estão entre 36 e 50 anos, representando 37% do volume de vendas. A seguir,
estão os leitores de 26 a 35 anos e os acima de 51 anos, aparecendo com 36% e
16%, respectivamente. Por fim, os jovens de até 25 anos foram responsáveis por
15% do números de vendas de livros on-line no Brasil.
Esses números representam um otimismo no setor, mas ainda estão muito longe
daqueles apresentados em outros países. Por exemplo, no Reino Unido, o
crescimento de vendas on-line no 1º trimestre ultrapassou os 400% em relação ao
mesmo período em 2019. Eduardo acredita que essa disparidade se deve à questões
sociais e culturais. "Os europeus, como é o caso dos britânicos,
franceses, alemães e outros povos do norte da Europa possuem forte hábito de
leitura e lêem per capta, anualmente, pelo menos o dobro de livros (há países
em que esse número chega a várias vezes mais) do que nós. Outros fatores que
podem explicar esses números é a condição econômica dos dois países e o acesso
à tecnologia. Os britânicos têm o costume de realizar compras on-line muito
antes que os brasileiros." Afirma Villela.
Eduardo Villela - Book Advisor e assessora pessoas,
famílias e empresas na escrita e publicação de seus livros. Trabalha com
escrita e publicação de livros desde 2004. Já lançou mais de 600 livros de
variados temas, entre eles comportamento e psicologia, gestão, negócios,
universitários, técnicos, ciências humanas, interesse geral, biografias e
ficção infantojuvenil e adulta. Atuou como editor de aquisições de livros
universitários e de negócios na Editora Saraiva, editor de livros de negócios
na editora Campus-Elsevier, gerente editorial de todas as linhas de publicação
na Editora Gente e copublisher e diretor comercial na Editora Évora. Graduou-se
em Relações Internacionais e cursou mestrado em administração, ambos na PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica). www.eduvillela.com
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