Instabilidade
do Plano SP gera insegurança e reflete no cenário de vendas do estado
O fechamento aos finais de semana e a redução no
horário de funcionamento durante a fase vermelha refletiram nas vendas do
varejo paulista. De acordo com o levantamento realizado pela FCDLESP (Federação
das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo), a medida tomada
pelo governo estadual diminui, em 5%, o volume de vendas do estado.
Para os lojistas, a queda no percentual de vendas
está diretamente relacionada à instabilidade do Plano São Paulo. Eles alegam
que a mudança de fase, sem aviso prévio, gera insegurança no consumidor que,
consequentemente, fica mais cauteloso ao ir às compras. O fim do auxílio
emergencial e a alta na inflação de produtos essenciais também são fatores que
impactam, significativamente, o baixo fluxo das vendas.
“A ausência de consumidores, a falta de
previsibilidade de um planejamento e a necessidade de operar com recursos
mínimos resultaram nesta queda. A insegurança dos clientes diminui a confiança
dos empresários”, explica o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.
Alternativas
Investir em ferramentas digitais, estimular os
canais de venda online e criar vínculos com o cliente são as principais
estratégias que podem ser adotadas para obter resultados positivos. Cerca de
69% dos varejistas afirmam que no período de endurecimento das restrições as
vendas online devem ficar com a maior parte da demanda, segundo a FCDLESP.
Outros 31% alegam que a quantidade de vendas do e-commerce deve permanecer
estável.
Com a continuidade do fluxo de vendas online em
2021, 75% dos comerciantes relatam que os negócios estão mais preparados para
as adaptações do Plano SP. A entrega pelo serviço de delivery e vendas pelo
ambiente digital contribuem para esse cenário. Entretanto, a mesma pesquisa
aponta que a preparação para esse novo modelo de vendas foi tratado como
questão de sobrevivência. Segundo os lojistas, é preciso um maior planejamento
financeiro e desenvolvimento das ferramentas.
Os proprietários enfatizam que somente fechar os
estabelecimentos não é a melhor alternativa para o controle da pandemia no
estado. Eles alegam que a maior parte das aglomerações não é fruto da abertura
do comércio, mas do funcionamento de eventos irregulares e da falta de
fiscalização. Segundo a
FCDLESP, as medidas de segurança devem ser reforçadas,
o fluxo de pessoas em locais deve ser rigorosamente controlado e mantido o
distanciamento social.
Flexibilização
Suspensa pelo governo estadual na quarta-feira (3),
a fase vermelha chega ao fim no sábado (6). A nova reclassificação do Plano São
Paulo permite que os estabelecimentos voltem a funcionar nos finais de semana.
“As medidas sanitárias devem ser mantidas e fiscalizadas. A flexibilização das
fases do Plano São Paulo é fundamental para a atividade econômica do estado”,
comenta Stainoff.
O governo também anunciou a criação do pacote
emergencial para o setor de turismo, eventos, bares e restaurantes do estado. O
auxílio prevê R$ 125 milhões de liberação de crédito por meio do Banco do Povo.
Além disso, a suspensão do corte do fornecimento de gás e água nos
estabelecimentos comerciais por falta de pagamento até o final do mês de março.
Dívidas poderão ser parceladas sem juros pelos próximos 12 meses.
“Apesar de trazer fôlego para o setor, o valor não
é suficiente para ajudar os estabelecimentos. Esperamos que os empresários
tenham fácil acesso a esse crédito e mantenham o desempenho financeiro
estável”, finaliza o presidente da FCDLESP.
A pesquisa foi realizada com a
participação das principais CDLs do Estado de São Paulo.
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