A covid-19 impacta a vida das pessoas com a mudança na rotina e nas relações socioafetivas, coloca as organizações e os indivíduos diante de uma constatação: a necessidade de olhar para a saúde mental.
A saúde
mental não é o contrário de doença mental, mas a capacidade de uma pessoa
compreender que: ninguém é perfeito; os limites existem; as mudanças fazem
parte da vida; é possível lidar com o cotidiano de forma equilibrada e
vivenciar emoções como tristeza, raiva, frustração, amor, satisfação, alegria,
tudo isso faz parte do dia a dia.
A quarentena
coloca restrições sociais, crianças e adolescentes estudando em casa ou sem
escola; pais, mães, companheiros (as) e amigos (as) fazendo tele trabalho;
alguns perderam os seus empregos ou tiveram recursos financeiros alterados. O
isolamento estreita os espaços, tem-se a sensação de confinamento pela pouca
autonomia de mobilidade. Tal estreitamento pode acarretar conflitos familiares,
dificuldade nas relações de trabalho e na relação da pessoa consigo mesmo.
Há a
impressão de se estar vulnerável, o que não é sinal de fraqueza. A
vulnerabilidade é uma característica do ser humano, uma vez que incerteza,
risco e exposição emocional estão presentes na vida de qualquer um. A pandemia
trouxe à tona, a vulnerabilidade como uma oportunidade para se acolher as
emoções do cotidiano.
Essa
experiência vem elevando o grau de algumas perturbações, como:
- Estresse: um conjunto de reações não
específicas desencadeadas quando uma pessoa é exposta a um estímulo ameaçador. Ao
chegar à fase de exaustão, pode alterar o mecanismo de adaptação promovendo
esgotamento físico, mental, psicológico e o aparecimento de doenças mais
graves.
- Síndrome
de Burnout: uma doença
relacionada ao elevado e crônico estresse em relação ao trabalho. Está
constituída de um conjunto de sintomas que afetam as condições físicas,
mentais, emocionais e familiares, pode causar enfermidades graves.
- Ansiedade: refere-se à excitação no sistema
orgânico, constituída por uma série de efeitos musculares como taquicardia e
tremores, ligada a alguma situação ou experiência. Caracteriza-se por uma
sensação de medo ou nervosismo, acarreta dificuldade de concentração, fadiga e
insônia. Em estado mais grave, desenvolve-se síndrome do pânico.
- Depressão:
caracterizada
pela perda da autoestima, da motivação e da energia vital. Pode trazer à
pessoa, a sensação de baixa possibilidade para alcançar objetivos pessoais e/ou
profissionais, em razão de se sentir desorientada, triste e com vazio interior.
O que
fazer?
Identificar
que algo não vai bem, é o primeiro passo. Rever rotinas, prioridades, delegar
responsabilidades e aprender a dizer "não" são as próximas ações.
Procurar ajuda é fundamental, pois a saúde mental é a capacidade de a pessoa
buscar ajuda quando se encontra diante de alguma dificuldade para lidar com as
diferentes transformações que estão acontecendo em sua vida.
A quem
recorrer?
Sugere-se
que a profissionais da área de saúde, como: médico, psicólogo, psiquiatra,
enfermeiro, assistente social ou, também, uma pessoa de confiança, como gestor,
familiar, amigo ou um mentor religioso.
Conflitos,
dilemas e perturbações são típicos do ser humano. O cuidado com a saúde
mental precisa fazer parte do cotidiano e da vida de qualquer pessoa.
Ana Paula
Escorsin - psicóloga e professora do Centro Universitário Internacional
Uninter, especialista em psicologia analítica, com formação em coaching e
mestrado em educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário