Pixabay uso excessivo da visão de perto e o abuso de telas eletrônicas podem causar problemas oculares |
Aulas à distância por videochamada, presenciais ou híbridas, alternando os formatos. Com a pandemia de COVID-19 e o consequente distanciamento social, estudantes e escolas tiveram – e ainda estão tendo – que se adaptar a novas formas de ensino. O que não muda é a importância do check-up oftalmológico, especialmente nesta volta às aulas, diferente dos anos anteriores. Muitas vezes, o desinteresse pelas aulas e a dificuldade de aprendizado estão associadas à dificuldade de enxergar. E após um longo período em casa, constantemente em frente às telas para estudar, socializar com os amigos e brincar, como aconteceu nos últimos meses, os oftalmologistas recomendam uma consulta para checar como anda a visão dos jovens e crianças.
“A consulta oftalmológica de rotina é essencial para
qualquer criança, com ou sem pandemia, pois com ela podemos diagnosticar e
tratar precocemente ametropias ou outros distúrbios da visão que possam
interferir no desempenho escolar”, afirma a Dra. Thaís Vera Monteiro,
oftalmologista especialista em catarata e retina do HCLOE, empresa do Grupo
Opty em São Paulo. “Neste ano em especial, o médico oftalmologista estará mais
atento aos possíveis malefícios que o maior tempo passado em ambientes internos
e o excesso de exposição às telas eletrônicas podem causar à saúde ocular das
crianças e adolescentes”, diz a médica.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima
que até 10% dos brasileiros de 7 a 10 anos precisam usar óculos. De acordo com
o Ministério da Saúde, 30% das crianças em idade escolar no Brasil apresentam
problemas de visão, que, quando não diagnosticados, afetam o aprendizado e
podem até ser causa de evasão escolar. Esses dados demonstram a necessidade do
check-up oftalmológico antes da volta às aulas. Confira, abaixo, algumas
orientações da oftalmologista do Grupo Opty.
A consulta oftalmológica é uma medida preventiva
importante, mas alguns sintomas podem indicar a presença de alterações na
visão. Quais são eles?
Dra. Thaís Vera Monteiro: Alguns sinais e
comportamentos merecem a atenção dos pais ou responsáveis, servindo como alerta
para a necessidade de uma visita ao oftalmologista. Quedas frequentes,
desinteresse por atividades manuais e de socialização, piscar muito,
lacrimejamento constante, franzir a testa ao tentar focalizar algo longe e
dificuldade de concentração são algumas das manifestações de problemas visuais
– que, vale ressaltar, podem ocorrer mesmo sem a apresentação desses indícios.
Por isso, é fundamental levar a criança para um exame oftalmológico no início
da alfabetização e, depois, anualmente.
Muitas crianças, assim como jovens e adultos, têm
passado vasto tempo em frente às telas e dentro de casa durante esses meses de
pandemia. Agora, no curto ou médio prazo, devem voltar gradualmente às aulas presenciais.
É possível que sintam desconforto nesse retorno, depois de passarem tanto tempo
exigindo muito mais da visão de perto? Como minimizar essa transição?
Dra. Thaís Vera Monteiro: Sim, o uso excessivo da
visão de perto e o abuso de telas eletrônicas podem causar desconforto e
embaçamento visual. Esses efeitos podem ser minimizados com a redução do tempo
total de telas eletrônicas quando possível, uso de colírios lubrificantes,
aumento da distância entre os olhos e telas eletrônicas (30 cm para celulares e
tablets e 50 cm para desktops) e a realização de pausas. Uma dica preventiva é
aplicar a regra conhecida como “20-20-20”: para cada 20 minutos de uso de visão
de perto, seja com telas eletrônicas ou outras atividades, pausar por 20 segundos
olhando para um ponto a uma distância de no mínimo 20 pés (6 metros).
Estudos apontam aumento de miopia em crianças que
passam muito tempo em frente às telas. Com base nos atendimentos no consultório
é possível dizer que a pandemia pode ter agravado essa condição?
Dra. Thaís Vera Monteiro: Sim. Já há alguns anos
estamos notando, com comprovação em alguns estudos, o aumento da incidência de
miopia em crianças e jovens devido ao estilo de vida com uso intenso de telas
eletrônicas e isso sem dúvida foi potencializado pela pandemia. Observamos
nesses pacientes aumento da dificuldade de enxergar de longe, causada pela
miopia, além de olho seco e desconforto visual também associados às telas
eletrônicas. Acreditamos também que, com a volta às aulas presenciais, mais
jovens perceberão a dificuldade para longe.
Grupo Opty
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