Com a crescente e cada vez mais constante busca por um corpo saudável, muitas pessoas passaram a recorrer às academias para atingir seus objetivos e ganhar maior qualidade de vida. Cada vez mais novos, crianças e adolescentes também têm buscado pela prática de exercícios físicos, como é o caso do filho da atriz Carol Nakamura, cujo físico foi bastante comentado nas redes, recentemente, após ter uma foto sua publicada pelo pai. Wallace, que tem 10 anos, já apresenta um abdômen bem definido por conta da prática de jiu-jitsu. Ainda, com o retorno das aulas se aproximando, as crianças irão retornar a ter mais atividades físicas na rotina.
Mas existem
muitas dúvidas sobre os melhores tipos de treino para cada idade e se existem
riscos ao começar na infância. "Ao contrário do que se imagina, não existe
uma idade mínima ou indicada para o começo da musculação. Porém, são
necessários alguns cuidados com as crianças. Havendo interesse, podem iniciar a
prática em qualquer idade, mas devem ser avaliadas as capacidades motoras e
cognitivas, além de seguir as ordens de segurança. Reforçando que é preciso
sempre haver um instrutor ou professor para garantir que os jovens estejam bem
assistidos e que a execução dos exercícios seja bem orientada", diz Dr.
Jan Willem Cerf Sprey, da Clínica SO.U, Médico do Esporte e especialista em
Ortopedia e Traumatologia Esportiva.
Quanto aos
riscos à saúde, a prática de exercícios com carga, seja fixa, solta ou do
próprio corpo, pode gerar lesões, assim como nos adultos. Porém, há uma
tendência menor de ocorrer lesões por sobrecarga na infância, como distensões e
estiramentos. "Nessa fase da vida, é mais comum que haja algum dano
acidental, que pode ser evitado com um profissional capacitado orientando e
auxiliando durante toda a sessão de treinamento, desta forma evitando cargas
excessivas e movimentos incorretos", explica o médico.
Não existe
uma modalidade mais indicada para cada faixa etária. Isso vai depender da
capacidade motora e do interesse da criança. Porém, recomenda-se que:
• Assim como
em adultos, não sejam usadas substâncias que aumentem o desempenho ou
esteroides anabolizantes.
• Antes de
iniciar um programa formal de treinamento de força, uma avaliação médica seja
realizada por um pediatra ou médico do esporte.
• Crianças
com doença cardíaca congênita complexa (cardiomiopatia, hipertensão da artéria
pulmonar ou síndrome de Marfan) devem realizar uma consulta com um
cardiologista pediátrico antes de começar um programa de treinamento de força.
• O
condicionamento aeróbico deve ser combinado com o treinamento resistido se o
objetivo for benefícios globais à saúde.
• Os
programas de treinamento de força devem incluir 10 a 15 minutos para
aquecimento e para relaxar o organismo após o treino.
• Os jovens
devem ter ingestão adequada de líquidos e nutrientes.
• Exercícios
de força específicos devem ser aprendidos inicialmente sem carga (sem
resistência).
• Depois de
dominar a técnica de cada exercício, cargas incrementais podem ser adicionadas
usando peso corporal, pesos livres ou outras formas de resistência.
•
Treinamento com pesos deve ser sempre supervisionado e orientado por
profissionais habilitados.
"Existem
evidências científicas suficientes que atestam que a prática de exercícios
resistidos na infância, ou seja, que envolvem forças opositoras utilizando
cargas progressivas, diferentes velocidades e tipos de movimento, trazem
benefícios à saúde, ao condicionamento físico e à performance de outros
esportes", conta Dr. Jan. Entre esses reflexos positivos, estão:
• Tendência
a se machucar menos ao praticar outros esportes e, quanto acontece, a
reabilitação é melhor.
• Melhor
massa óssea futura.
• Ganho de
força muscular.
• Melhora na
composição corporal.
• Melhora no
perfil lipídico (colesterol e triglicérides).
• Menor
chance de desenvolver doenças crônicas, como obesidade, diabetes e pressão
alta.
• Maior autoconfiança.
• Menor risco de desenvolver depressão e
ansiedade.
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