Dúvidas
sobre a gestação e os bebês
rondam
grávidas neste momento de pandemia
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Experiência com outros vírus ainda orientam
profissionais para prognósticos de grávidas e fetos que contraem a Covid 19
A
ciência ainda dispõe de pouca informação a respeito do impacto da Covid 19,
provocada pelo novo coronavírus, em gestantes, fetos ou nos bebês que passam
por essa pandemia iniciada da China, em dezembro do ano passado, com uma
taxa de mortalidade de aproximadamente 2,1%. As pesquisas, ainda em curso, não
são reveladoras, entretanto, experiências passadas com outros vírus ainda
direcionam os cuidados com as pacientes grávidas e com seus bebês.
O
especialista em ginecologia e reprodução humana, Eduardo Camelo de Castro
(CRM-GO 11384), que possui uma clínica no Órion Complex, em Goiânia, ressalta
que as gestantes precisam seguir mesmas recomendações de prevenção ao novo
coronavírus, mas elas devem ter cuidados ainda maiores. “Apesar do Sars-Cov-2
(nome do novo vírus) não ter demonstrado, por enquanto, ser pior para as
grávidas como foi o H1N1, o SARS-CoV e o MERS, as pesquisas estão no início, e
a prevenção é o melhor remédio”, salienta o médico.
Ele
relembra que o vírus H1N1 traz mais complicações para a mãe do que para o feto,
enquanto o Zika vírus causa mais problemas ao bebê, como a microcefalia. “Com a
Covid-19 ainda não conseguimos estabelecer exatamente o potencial de
comprometimento, pois as pesquisas já realizadas são com amostragem pequena e
os exemplos pelo mundo são poucos também, mas até o momento parece não haver
grande impacto na saúde do feto”, informa.
Eduardo
Castro explica que os estudos realizados até agora mostram que o vírus não foi
encontrado em sêmen ou óvulos de pessoas infectadas, e nem nas secreções
vaginais. “Uma das dúvidas da ciência é se há algum comprometimento do feto,
como em outras doenças, mas até então isso não foi constatado nos ultrassons de
grávidas, nem nos recém-nascidos de mães infectadas”, afirma.
Parto
Uma das situações comuns em grávidas com a Covid-19, relatada em alguns países, segundo Eduardo, é a antecipação do parto quando a doença se agrava nas mães. “Isso é ruim, pois o bebê prematuro necessita de mais cuidados também. Houve poucos casos de mulheres infectadas”, conta o médico, sempre ressaltando que as informações obtidas até o momento não podem ser consideradas conclusivas, pois o vírus é novo e seu comportamento ainda precisa ser mais estudado.
Sobre
a hora do parto, o especialista diz ser um momento de cuidado. “Muitos vírus
são transmitidos por secreção da mãe. Por isso, na China, onde tudo começou
muitas vezes optou-se por partos cesáreas por precaução. Porém, esse é um
hábito comum no país. Na Europa, onde fazem mais partos naturais, os médicos já
analisam isso. No Brasil temos exemplos de hospitais e maternidades que possuem
alas separadas para receber mães com suspeitas da doença e as saudáveis”,
explica.
Quanto
a equipe presente no momento do parto, ele lembra que há recomendações mais
rigorosas também, como a máscara N95, além de proteção facial. Os materiais já
são esterilizados para qualquer procedimento cirúrgico, então isso não mudou.
Sobre a amamentação, Eduardo diz que o vírus ainda não foi isolado no leite
materno. Ele completa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) está recomendando
a amamentação, mas a mãe deve fazer os exames para verificar se não é uma
portadora assintomática do vírus e redobrar os cuidados para não transmitir. No
geral, o especialista recomenda prudência as grávidas nesse momento, pois a
situação é nova para todos.
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