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segunda-feira, 4 de maio de 2020

O ambiente de trabalho pós-quarentena


A psicóloga Valeska Bassan comenta quais os cuidados e atitudes que os colaboradores e gestores devem ter ao retornar as atividades


Pouco mais de um mês e meio após o início da quarentena, o governo começa a estudar um possível relaxamento do confinamento com a reabertura parcial das empresas. Mas você já parou para pensar no impacto psicológico que o retorno ao trabalho irá causar?  São muitas as dúvidas que pairam sobre o pensamento de grande parte da população sobre os mais diversos aspectos, sendo a maioria voltada ao impacto econômico e sanitário deste momento.

Muitas empresas optaram por manter as atividades home office, mas essas mudanças abruptas trazem muito desconforto e insegurança a curto e médio prazo. “Está sendo uma transformação significativa para todos. Trabalhar de casa não é uma tarefa fácil, exige disciplina, organização, espaço físico adequado. A situação se agrava para quem tem filhos ou que mora com muita gente no mesmo local”, comenta a psicóloga Valeska Bassan.

A especialista alerta ainda que esse estresse causado pela pandemia cause ansiedade além do comum, num ambiente em que as pessoas estão rodeadas de insegurança sobre o amanhã, e podem trabalhar além da conta, sem perceber, tendo o que chamamos de Síndrome de Burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante.

Segundo levantamento feito pela International Stress Management Association (Isma-BR) estima-se que 32% dos trabalhadores brasileiros sofram com esse tipo de stress. De oito países analisados, estamos à frente da China e dos Estados Unidos – e perdemos apenas para o Japão, onde 70% da população apresenta os sintomas do burnout, segundo ranking elaborado pela Isma-BR.

Para Valeska, é importante que empresas e colaboradores entendam que é completamente normal apresentarem distúrbios emocionais após esse período. E como a prevenção é sempre o melhor remédio, não espere que colegas e colaboradores estejam apresentando os sintomas para buscar ajuda. Faça isso antes, preventivamente. Assim, além de manter a equipe mais tranquila e motivada, haverá um ponto de apoio profissional.

Se você lidera uma equipe, vale a pena buscar um profissional da psicologia para acompanhar esse retorno de uma forma mais leve. E se você é um colaborador, que tal conversar com os superiores e levar esta ideia?

Neste momento, a volta ao trabalho vai muito além de compartilhar um espaço físico e entregar resultados. Será um momento de novos aprendizados e um esforço comum na busca de motivação e positividade.

Não há como afirmar que tudo voltará ao normal, pois talvez surja um “novo normal” por meio da adaptabilidade incrível que o ser humano tem. Para isso, vale a pena refletir sobre o assunto desde já, para que a nova rotina seja mais leve e não gere nenhum trauma ou cause distúrbios emocionais. Será um momento onde todos precisarão ter empatia com o próximo e respeitar os medos e as emoções alheias.



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