O ano mal começou e muita coisa já aconteceu no
cenário internacional. E muitos episódios, no que diz respeito à diplomacia
entre países, afetam o nosso comércio exterior. Vamos aos cenários:
Comex 4.0
Estamos em pleno início da quarta revolução
industrial, onde deixamos de viver em uma sociedade de descobertas da
eletrônica, pessoas passam a estar completamente conectadas entre
pessoas e objetos. Das grandes navegações até a globalização, o comércio
exterior é um grande protagonista na execução de novas tecnologias. O ano de
2020 é um ano definitivo para as novas mudanças que essa revolução promete.
Com certeza você já ouviu falar em Big Data,
BlockChain, Automação e Internet das Coisas. Essas ferramentas trarão agilidade
e otimização nas operações de importação e exportação, mas como cada um desses
fatores podem ajudar? E quais são as consequências em nível internacional?
Big data no comércio exterior é essencial para o
gerenciamento de informações e cada vez mais será demandada por empresas que
precisam administrar uma grande quantidade de dados para se manter no mercado.
BlockChain já ajuda importadores e exportadores a
rastrear produtos desde sua fabricação, a fim de evitar falsificações ou outras
atividades ilegais.
A internet das coisas permite a conexão entre
pessoas e objetos e hoje já está sendo utilizada para conectar máquinas e
cargas em portos e aeroportos. Nesse cenário, é possível que a liberação de
caminhões, por exemplo, seja feita de forma mais rápida, pois há sensores e
sistemas embarcados para ler e transmitir diferentes informações.
A Automação ocorrerá de formas diferentes no
comércio internacional. A primeira utilização será em máquinas e portos
conectados, como já existem portos na Europa com máquinas sendo operadas sem
nenhum ser humano. A outra utilização da automação, não é vista de forma
física, mas revolucionará o comércio exterior trazendo mais agilidade nesse
ambiente. Estamos falando de atividades automatizadas, como o envio de um follow
up, o rastreio de cargas, a consulta e monitoramento de atualização nos
sistemas da receita federal e alfândegas
Essas tecnologias vão gerar alguns eventos jamais
vistos anteriormente, influenciando de forma direta o comércio internacional.
Um novo tipo de guerra
comercial
Com todas as novas tecnologias, a guerra comercial
entre países mudou de patamar, sanções anteriormente realizadas sobre
commodities, serão realizadas sobre tecnologia. O exemplo disso são as patentes
de 5G da China e Estados Unidos.
A China já começou a guerra retaliando alguns
países europeus que não consomem a tecnologia, são eles a Dinamarca e a
Alemanha.
Visão ambiental
Em 2020, um assunto que será muito comentado é o
meio ambiente, por esse motivo grandes corporações começaram a se preocupar com
poluentes e descarte de resíduos. No comércio exterior, este ano está
marcado com o chamado IMO (International Maritime Organization) 2020, onde os
armadores deixarão de consumir até 8,5 milhões de toneladas de poluentes
emitidos por navios.
Para deixar o combustível mais limpo e cumprir com
o acordo, é necessário mais diesel na mistura, aumentando as tarifas de frete.
Dessa forma, no primeiro logo em janeiro, os armadores já sentiram aumento nos
preços do combustível e repassaram uma nova taxa aos agentes de carga o BAF
(Bunker Adjustment Fee) IMO 2020, encarecendo o valor do frete total.
Outra atitude dos portos brasileiros será o PSP
(Porto Sem Papel), que ajudará o meio ambiente e trará agilidade nas liberações
das mercadorias, o objetivo é que todos os documentos sejam convertidos em um
único. As companhias aéreas não ficam de fora, estão reduzindo ao máximo a
utilização de papel, dessa forma, utilizam menos combustível na aeronave, pois
o peso é menor.
Desaceleração da economia
mundial
Com alguns conflitos internacionais acontecidos no
início deste ano, somado com a não finalizada guerra comercial de China e
Estados Unidos, especialistas afirmam que haverá uma desaceleração na economia
a nível mundial.
A Associação Brasileira de Comércio Exterior do
Brasil (AEB) projetou uma queda nas exportações no primeiro mês do ano, gerando
um déficit na balança comercial. Isso exigirá do exportador uma maior
criatividade para inovar e atingir novos mercados, e conseguir passar pelos
entraves burocráticos e contábeis que imperam no país.
Helmuth
Hofstatter - Empreendedor apaixonado por tecnologia e inovação,
possui mais de 12 anos de experiência no segmento de logística internacional,
fundador da LogComex, startup de big data, inteligência e automação para
logística internacional. É especialista em gestão de produtos e nas mais
diversas soluções voltadas ao universo do comércio exterior.
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