No
ano de 2017 foram registrados 208.311 internações pelo SUS por causa da
doença; cerca de 50% destes pacientes voltam a ser hospitalizados em até seis
meses depois da alta
Maio é o mês de
conscientização para a prevenção da insuficiência cardíaca – também chamada de
doença do coração fraco e considerada a via final decorrente de diversas
agressões ao coração. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de
bombear adequadamenre o sangue para o resto do corpo, comprometendo o
funcionamento do organismo. Para suprir essa necessidade, o coração começa a se
esforçar e a trabalhar cada vez mais, podendo levar a dilatação do coração,
piorando ainda mais o funcionamento cardíaco.
“Trata-se de uma doença
séria com origem em diversas causas, sendo as principais delas o infarto e
a pressão alta. Pelo fato dos pacientes não a reconhecerem como uma
doença crônica e hesitarem em aderir ao tratamento, ela causa morte súbita ou
progressiva pela evolução da doença. Porém, com o poder do compartilhamento de
informação e um diagnóstico prematuro é possível reverter e melhorar a
qualidade de vida dos pacientes”, afirma Marlene Oliveira, presidente e
fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Para Marlene, o tema pede
atenção porque, mesmo sendo mais letal do que certos tipos de câncer, cerca de
62% da população desconhece a insuficiência cardíaca, de acordo com uma
pesquisa realizada pela Ipsos a pedido da Novartis. “Sem conhecimento, a
população tende a continuar cometendo os excessos de sempre sobre o coração,
causando ainda um grande impacto econômico no setor da saúde”, reflete a
empreendedora social.
Dados alarmantes sobre a
Insuficiência cardíaca
São
diversos fatores que podem levar a pessoa a ter insuficiência cardíaca:
hipertensão arterial, doença arterial coronariana (levando ao infarto
do miocárdio), dislipidemias e diabetes. Além desses, há os fatores de risco
não modificáveis, como idade, sexo e composição
genética, e os comportamentais como tabagismo,
alimentação inadequada (altamente calórica e
hipoproteica) e inatividade física. Todos esses fatores de risco, em conjunto,
expõem a população à IC.
Pela incapacidade do coração
em se contrair e/ou relaxar adequadamente, existe um acúmulo progressivo de
líquidos nos pulmões podendo se refletir em intolerância ao exercício,
falta de ar ao deitar e tosse seca. A incapacidade de manter o
fluxo de sangue adequado no restante do organismo pode levar a outros
sintomas como fraqueza , astenia, inchaço nas pernas e abdome.
O número de indivíduos que
morrem de insuficiência quando chegam ao hospital no Brasil é duas vezes mais
alto do que nos Estados Unidos e três vezes mais elevado em relação à Europa.
“Infelizmente é frequente que o paciente só chegue ao médico quando o
problema já está avançado o que reduz as chances de sucesso do tratamento”,
afirma Dra. Ariane Macedo, cardiologista e membro do comitê científico do
Instituto Lado a Lado pela Vida.
Ela completa que, com o
envelhecimento da população, nos próximos 15 anos, haverá mais 2 milhões de
brasileiros com insuficiência cardíaca, uma vez que a idade é um fator de
risco para a doença.
*Dados da Rebric (Rede
Brasileira de Insuficiência Cardíaca).
Estilo de vida é fundamental
para evitar a doença
Silenciosa, a insuficiência
cardíaca possui evolução lenta e pode levar décadas para alcançar o estágio mais
grave. Por isso, os cardiologistas ressaltam a importância de diagnosticá-la
precocemente, em uma fase em que o tratamento adequado pode recuperar a função
do coração . “Para obtermos sucesso no tratamento, é fundamental cortar os
elementos de agressão. Ajustar o estilo de vida é preponderante, quando falamos
em combate à insuficiência cardíaca”, explica Dra. Ariane.
Assim como as demais doenças do coração, podemos
realizar a prevenção da insuficiência cardíaca por meio da adoção de hábitos
saudáveis, com a prática regular de atividade física, alimentação balanceada,
não fumar e evitar o estresse.
É preciso também criar o hábito de visitar um
cardiologista regularmente. “Com avaliações médicas periódicas, é
possível identificar e corrigir os fatores de risco que possam
desencadear o desenvolvimento da doença”.
Instituto
Lado a Lado pela Vida
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