Inflamação
autoimune acomete principalmente homens jovens portadores do antígeno HLA-B27
Em 7 de maio é celebrado o Dia Mundial da
Espondilite Anquilosante, doença crônica que tem como principais sintomas: dor
persistente na coluna, que melhora com exercício e piora com repouso, e rigidez
matinal da coluna. Embora atinja pequena parte da população – cerca de 1% - a
doença não tem cura e pode limitar consideravelmente os movimentos do paciente,
devido às dores, calcificação e enrijecimento da coluna.
Segundo o ortopedista e professor do curso de
Medicina da Universidade Positivo, Dr. Bruno Bonacin Moura, a espondilite
anquilosante inicialmente costuma causar dor nas nádegas, que geralmente se
espalha pela parte traseira das coxas e parte inferior da coluna - atingindo
com maior intensidade um dos lados do corpo. Inflamação das articulações dos
quadris, ombros, joelhos e tornozelos também são frequentes. “Alguns pacientes
podem sentir fadiga, ter anemia, uveíte (inflamação nos olhos), perder apetite
e peso. Já a inflamação das articulações entre as costelas e coluna vertebral
pode causar dor no peito e prejudicar a respiração profunda”, completa o
ortopedista.
A doença atinge três vezes mais homens que
mulheres, com idade entre 20 e 40 anos, porém as causas da doença não são
claramente definidas. Estudos demonstram a existência de um fator genético
facilitador para a doença – a presença do antígeno HLA-B27 – relacionado também
a outras disfunções reumáticas classificadas como espondiloartrites: artrite
psoriásica, artrite reativa, Síndrome de Reiter e artropatias enteropáticas
(associadas a doenças inflamatórias intestinais).
O diagnóstico da espondilite anquilosante
geralmente é feito a partir de uma detalhada anamnese e exames de imagem, como
radiografia, tomografia e ressonância magnética. Existe ainda um teste
molecular para detecção do alelo HLA-B27, que auxilia na investigação de casos
de pacientes com sintomas reumáticos. “A presença ou positividade do marcador
genético HLA-B27 não fará o diagnóstico isoladamente, mas pode colaborar em
casos que os demais exames não sejam conclusivos”, comenta Moura. Cerca de 90%
dos pacientes com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos.
O exame molecular utiliza a técnica de PCR (Reação
em cadeia da Polimerase), que consiste em amplificar milhares de vezes uma
região específica de DNA. “A tecnologia permite uma análise de alta
sensibilidade, com resultados que podem ficar prontos em algumas horas”, revela
o responsável pelo laboratório da Mobius Life Science, Lucas França.
O diagnóstico precoce da doença agiliza o
tratamento, que busca minimizar a inflamação e dor e estacionar a progressão da
doença, mantendo a mobilidade das articulações e a postura ereta. O tratamento
consiste em fisioterapia e exercícios para correção postural, uso de relaxantes
musculares e analgésicos para alívio da dor, além de medicamentos que ajudam a
inibir a evolução da doença.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os
medicamentos mediante cadastro e acompanhamento do paciente. “Após a fase aguda
da doença, pacientes que realizam um programa regular de exercícios, podem
chegar a fazer uso de remédios com doses reduzidas ou apenas esporadicamente”,
ressalta o Dr. Bruno Moura.
Mobius Life Science
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