Casais com dificuldades para engravidar
têm à disposição, hoje, técnicas avançadas para tratamento de infertilidade -
masculina, feminina ou até mesmo de causa indeterminada. Muita gente, no
entanto, confunde os procedimentos ou acha que inseminação artificial e
fertilização In vitro são a mesma coisa. Mas elas são bem diferentes em
método, custo e taxa de sucesso. É o que nos explica a Dra. Juliane Lotuffo,
ginecologista que atua no ramo de fertilidade na Life Clínica, em Campinas, SP.
“Na inseminação artificial, ou
inseminação intrauterina, a ovulação da mulher é induzida e o sêmen do marido é
colhido e tratado. Então, espermatozoide já preparado é injetado dentro no
útero da mulher no momento do pico ovulatório”, explica a Dra. Juliane.
O período entre o início do tratamento
e a confirmação ou não da gravidez dura em torno de um mês. A mulher toma uma
medicação no início do ciclo menstrual por cerca de 12 a 15 dias e a
inseminação é realizada após a liberação dos óvulos. Após cerca de 12 a 16
dias é feito o teste de gravidez.
Caso não tenha havido fecundação, é
possível continuar num próximo ciclo.
A inseminação artificial
normalmente é indicada para casais com uma leve alteração nos espermatozoides
(gametas lentos ou com dificuldades de locomoção), para casos de alteração no
útero ,ou quando não há razão aparente para a infertilidade.
Já a fertilização in vitro (conhecida
como FIV) é um procedimento mais complexo, pois envolve um preparo maior da
mulher, com a estimulação da ovulação a partir de hormônios injetáveis, com o
intuito de produzir vários óvulos para coletá-los posteriormente (sob
anestesia) e levá-los a um laboratório. Em paralelo, o homem irá colher o
sêmen, mas, neste caso, a fertilização será feita fora do corpo. “Três a cinco
dias após a fertilização dos óvulos, eles são recolocados no corpo da mulher já
na forma de pré-embriões”, afirma a médica.
Geralmente são
implantados mais de um embrião para aumentar a chance de ocorrer a gravidez.
Por isso é tão comum o nascimento de gêmeos ou trigêmeos.De acordo com
resolução do CFM,de 2010,em mulheres até 35 anos é permitido que sejam
transferidos até 2 embriões.Entre 36 e 39 anos,é possível até três.Mulheres com
40 anos ou mas podem receber até quatro embriões. A fertilização in vitro é
também usada em mulheres que, após a menopausa (quando não ovulam mais),
decidem engravidar. Só que, nesse caso, o óvulo que vai ser fertilizado é doado
por outra mulher. O óvulo da paciente é retirado, fertilizado e o embrião é e
implantado diretamente no útero. Existem alguns casos em que o espermatozóide
pode ser colhido e guardado através de técnica de congelamento para fazer
uma fertilização no futuro. Opta-se por essa alternativa quando o homem tem
câncer de testículo e vai fazer radioterapia. A radiação impede a produção de
espermatozoides. Antes que o paciente comece o tratamento, o esperma é colhido
e armazenado. Este é um tratamento bem mais caro do que a inseminação, mas
obtém taxas de sucesso em torno de 40%, dependendo da idade da
mulher.
Os custos dos procedimentos são altos,
podendo variar entre R$ 1 mil a R$20mil, mas a boa notícia, segundo apontam
as pesquisas, é que a maioria dos casais que recorrem a esses métodos conseguem
engravidar. “O importante é que o casal não se desmotive diante do fracasso na
primeira tentativa, pois outras poderão ser feitas. Para esses, é muito
importante, inclusive, um acompanhamento psicológico”, finaliza a Dra.
Juliane.
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
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FERTILIZAÇÃO IN VITRO
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Procedimento
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Espermatozoide preparado é injetado dentro do útero da
mulher, durante o pico ovulatório.
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Método mais complexo, em que a fertilização do óvulo é
feita fora do corpo da mulher.
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Custo
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R$ 1 mil a R$ 4mil
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R$ 6 mil a R$ 15 mil
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Chances de sucesso
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10 a 20%
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Cerca de 40%
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Teste de gravidez
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É feito 16 dias depois
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É feito 12 -16 dias depois
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Tentativas possíveis
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Depende de cada caso, mas não se incentiva mais de três.
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Não existe número limite, mas recomenda-se o bom senso.
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Em quais casos fazer?
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No caso de um teste pós-coito deficiente; maridos que
apresentam no espermograma alterações discretas; casais que não tiveram
sucesso com a relação sexual programada.
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Nos casos de problemas de tubas; espermatozoides em
quantidade pequena; idade materna avançada; falha no tratamento de baixa
complexidade; endometriose avançada.
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Chances de gêmeos
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20%
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Chances são controladas
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Quando repetir, no caso de insucesso?
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Depende da avaliação médica
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Depende da avaliação médica
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*Valores considerados na primeira
tentativa
Juliane
Lotuffo (CRM 50.598) -
formada em Medicina pela FESP (Fundação de Ensino Superior de Pernambuco, hoje
denominada Universidade de Pernambuco). A profissional é especialista em
Ginecologia e Obstetrícia, com título reconhecido nacionalmente (TEGO), e
trabalha com medicina reprodutiva . Juliane possui vasta experiência em
reprodução humana, atuando na área de fertilidade e gestação de risco.
Blog da Life - www.lifeclinicacampinas.wordpress.com
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