No mundo inteiro, um em cada seis casais
enfrenta algum grau de dificuldade para engravidar durante o ciclo reprodutivo.
Depois de um ano de tentativas frequentes sem sucesso – inclusive no período
fértil –, o ideal é recorrer a um especialista em Medicina Reprodutiva. De
acordo com a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE),
entre 20% e 35% das mulheres têm um componente psicológico importante que pode
estar associado à infertilidade. Fatores relacionados ao estilo de vida, como o
fumo, o excesso de peso e o estresse certamente são muito importantes também.
Mas é preciso que as pacientes percam o medo de buscar ajuda especializada.
De 1,5 milhão de ciclos de tratamentos de
reprodução assistida realizados anualmente em todo o mundo, nascem cerca de 350
mil bebês. Estudo divulgado no jornal Human Reproduction revela que a
inabilidade em conceber uma criança é estressante demais para algumas mulheres,
podendo desencadear quadros de depressão, ansiedade, raiva e baixa autoestima.
Entretanto, em 63% dos casos estudados, as pacientes relataram que seus
parceiros deram todo suporte emocional necessário durante o tratamento. Em 33%
dos casos, elas inclusive disseram que o ‘projeto filhos’ as aproximou ainda
mais dos cônjuges. A conclusão, então, é que, apesar de ser uma fase
emocionalmente conturbada para muitos casais, as mulheres precisam buscar mais
informação e apoio emocional/psicológico para erradicar o medo e se preparar
melhor para as demandas do tratamento.
De acordo com Assumpto Iaconelli Junior,
especialista em Reprodução Humana e diretor do Grupo Fertility, as clínicas de
referência em reprodução assistida já oferecem suporte emocional para atenuar
as crises de ansiedade e estresse intrínsecas ao tratamento de fertilização. “É
preciso esclarecer o casal desde o início sobre o período que vai atravessar e
garantir que receba apoio psicológico durante todo o processo. Dessa forma,
ambos poderão encarar cada uma das fases com mais calma. Caso contrário, a
infertilidade poderá repercutir em vários aspectos da vida em comum de uma
forma tão impactante que poderá, inclusive, pôr em risco a estabilidade do relacionamento”.
Na opinião do especialista, no contexto
sexual do casal, a infertilidade também pode se transformar numa
experiência dolorosa, em que o prazer é substituído pela lembrança amarga da
incapacidade de conceber. “Durante todo o tratamento, o casal deve ser
acompanhado e reavaliado sob o aspecto emocional. Conversando com eles sobre
seus sentimentos e checando a qualidade do sono e as mudanças em atividades de
lazer, temos um bom parâmetro sobre os problemas que eventualmente podem estar
ocorrendo.”
Iaconelli afirma que a paciente é o principal
foco das atenções, devendo se sentir totalmente amparada emocionalmente pela
clínica de fertilização assistida. “Mesmo quando a origem do problema é
masculina, é no corpo da mulher que ocorre a maioria dos procedimentos.
Limitando ao máximo o desgaste emocional da paciente, conseguimos cumprir cada
etapa com sucesso e chegar ao tão esperado resultado da gravidez. É
preciso que as mulheres se familiarizem mais com essa realidade. O estresse não
deve jamais comprometer o desejo da maternidade.”
Dr. Assumpto Iaconelli Junior - médico
ginecologista, especialista em Medicina Reprodutiva, diretor do Grupo Fertility
e do Instituto Sapientiae www.fertility.com.br / www.sapientiae.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário