Bastante
dolorosa, um dos seus principais sintomas é a cólica menstrual.
Quando o assunto é cólica, só as mulheres sabem o quanto passar
por isso é incômodo. Ela pode interferir muito na qualidade de vida, ainda mais
quando as dores se intensificam e prolongam. Além disso, pode se tratar de um
problema de saúde que vem sendo cada vez mais diagnosticado: a endometriose.
O problema ocorre quando a mulher não elimina totalmente o sangue
da menstruação, fazendo com que esse fluxo invada outros órgãos o que pode
desencadear inflamações. Em alguns casos, pode levar a infertilidade e até
procedimentos cirúrgicos. "A
endometriose pode ser superficial, em que as lesões não são passíveis de
visualização em exames como ecografia e ultrasom, ou com comprometimento
profundo, que acometem cavidades abdominais muito importantes, como barriga e
intestino", explica o ginecologista e obstetra do Hospital Nossa Senhora
das Graças, Dr. Francisco Furtado Filho .
A diversidade de sintomas é um fator
que segundo o médico muitas vezes pode dificultar o diagnóstico. Normalmente a
mulher apresenta cólica de intensidade variável, dor de cabeça, no corpo, dores
lombares, e alteração das funções intestinais. "Em certas pacientes se manifesta
apenas discretamente, com leve aumento na intensidade das cólicas menstruais.
Em outras, pode ser um martírio, com dores fortes e sangramentos
abundantes", comenta. "Mas há também mulheres que não sentem dor e
descobrem a doença após muitas tentativas frustradas de engravidar",
acrescenta o médico.
A confirmação do diagnóstico é feita com base na história clínica
da paciente, pela dosagem no sangue de uma substância chamada CA125 e por
imagem suspeita vista pelo ultrassom. "Novos exames como PCR, SAA, Anticardiolipina
IgG, IgA e IgM representam uma opção para pesquisa e tratamentos imunológicos
futuros desta patologia", afirma. O diagnóstico, além disso, inclui a
videolaparoscopia, um procedimento de endoscopia no qual se visualiza a
cavidade abdominal por meio de uma videocâmara, podendo também, por meio dela,
a realização de intervenção cirúrgica.
Segundo o especialista não há uma causa específica para o
problema, pois é decorrente de uma pré-disposição natural, genética ou, ainda,
de fatores externos, tais como alimentação, sedentarismo, exposição a hormônios
e estresse. "A faixa etária com maior incidência é entre 17 e 40 anos de
idade, ou seja, durante a vida reprodutiva da mulher. Mas há casos que fogem a
essa regra", avalia o médico.
O tratamento da endometriose pode ser feito com medicamentos ou
cirurgias, em casos mais graves. "O tratamento clínico medicamentoso
complementar é uma alternativa que deve ser avaliada caso a caso",
ressalta. A dica é que a mulher consulte regularmente o seu médico e ginecologista.
"Quanto antes o diagnóstico, melhor o prognóstico futuro em termos de
qualidade de vida e de capacidade reprodutiva", finaliza.
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