Embora a patologia seja mais comum nos
homens, as mulheres também podem sofrer com a perda de fios
De
um modo geral, os cabelos existem para proteger o couro cabeludo do frio e do
calor. Entretanto, hoje em dia, os fios não ocupam mais apenas o lugar de
proteção, mas, também fazem parte da personalidade das pessoas. Curto, longo,
crespo, cacheado, liso, colorido ou na cor natural? Não importa, os seus fios
dizem muito sobre você. Contudo, a calvície ou a alopecia androgenética, forma
como essa patologia é clinicamente conhecida, tem preocupado muitas pessoas.
É
mais comum entre os homens, pois, eles produzem em maior quantidade o hormônio
responsável pela perda dos fios: a testosterona. Mas, mesmo que seja o hormônio
sexual masculino, as mulheres não estão isentas de sofrerem com a calvície,
pois elas também produzem esse hormônio, só que em menor quantidade. Porém,
especialistas explicam que mesmo que a testosterona tenha grande
responsabilidade nisso, a alopecia também pode ser passada de forma
hereditária, então, para quem já tem casos de calvície na família é importante
ficar de olho na saúde capilar, para não correr o risco de perder os fios.
42 milhões de brasileiros sofrem com a calvície
De
acordo com a Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), no segundo semestre de 2018,
cerca de 42 milhões de brasileiros, incluindo homens e mulheres, sofreram com a
queda de cabelo ocasionada pela alopecia androgenética e, segundo a OMS
(Organização Mundial da Saúde), essa patologia atinge metade dos homens com até
50 anos de idade.
Segundo
o cirurgião plástico especialista em transplante capilar, Dr. Alan Wells, não existe idade certa para ter a
calvície, mas que vários fatores podem ser determinantes, inclusive a
testosterona. “Quando se fala em calvície a genética é um fator importante, e
não é algo que é herdado apenas do pai ou da mãe, deve-se considerar que os
genes dos avós também contribuem. Mas, não existe uma regra, para cada pessoa
acontece de maneira diferente. No que se refere a testosterona, o hormônio
sofre uma ação de uma enzima e a partir dessa reação surgem algumas substancias
que reduzem a multiplicação das células da raiz e assim afina os fios do
cabelo”, explica.
Como perceber a calvície?
Como
bem explicitado pelo Dr. Wells, a intensidade da queda dos fios pode variar,
pois isso depende muito da pré-disposição que cada pessoa tem. No
entanto, a alopecia acontece de maneiras diferentes entre o sexo masculino e
feminino e para cada um existe um padrão, vale atentar que em ambos os fios vão
ficando mais finos e esse processo de perda de cabelo pode começar já na
juventude para alguns e para outros apenas na velhice.
Como é para os homens
No
caso deles, normalmente, os sinais são percebidos com mais facilidade dos que
nas mulheres. A calvície de padrão masculino ocorre nas famosas “entradas” e no
topo da cabeça. Mas as entradas não são, necessariamente, sinal de
alopecia, pois elas podem acontecer de forma natural quando os homens atingem a
fase adulta. Porém, se há uma queda excessiva de cabelos, se o couro cabeludo
fica muito aparente, principalmente, quando está molhado, é importante buscar
um especialista.
Como é para as mulheres
Para
as mulheres o padrão é um pouco diferente, essas entradas não acontecem, mas os
fios vão afinando na região da linha divisória do cabelo feminino (no meio da
cabeça) até atingirem o topo do couro cabeludo. Assim como nos homens, é
importante reparar se há uma queda excessiva dos fios, que são bem perceptíveis
na hora de pentear o cabelo, por exemplo.
Mas
de um modo geral, os sintomas de calvície são:
- Fios afinando;
- Queda excessivas que podem ser perceptíveis na hora de lavar o cabelo ou pentear;
- Dificuldade em esconder o couro cabeludo que fica muito aparente por cauda das quedas;
- Diminuição de volume nos cabelos em consequência dos sinais acima.
Tem cura?
Para
infelicidade de quem é propenso a sofrer com a calvície, não existe uma cura.
Apesar de não apresentar mais nenhum sintoma físico, além da mudança de textura
e diminuição de fios, essa patologia pode influenciar diretamente na autoestima
tanto dos homens quanto das mulheres que passam por este tipo de
problema. O conselho que o especialista dá é sempre ficar de olho nos
cabelos, principalmente, para quem já tem histórico familiar. “A alopecia é
passível de tratamento dependendo do nível que se encontra, mas se já se
instalou por completa não tem como fazer os fios crescerem novamente. É
importante ressaltar que cada caso é muito particular, existem jovens que já
demonstram sinais de calvície, outras pessoas só percebem depois de mais
velhas, não acontece na mesma intensidade para todos. Cuidar bem dos cabelos e
ficar atento aos fios é extremamente importante para tratar logo no início”,
detalha Wells.
Técnica FUE
Graças
aos avanços da medicina, o transplante capilar evoluiu muito fazendo com que os
resultados sejam naturais. Devido a esses progressos, hoje, é possível realizar
procedimentos que não sejam invasivos. E um desses avanços se resultam na
técnica Folicular Unit Extraction (FUE), que consiste num transplante capilar,
no qual, são retirados fios da área doadora e inseridos na região afetada pela
calvície.
De
acordo com o Dr. Wells, esse procedimento é possível porque a alopecia não
atinge totalmente o couro cabeludo e só deve ser realizada quando a patologia
já está em estágio avançado. “A técnica consiste em extrair a unidades
foliculares uma por uma das regiões laterais e posterior de cabeça. Usamos um
micro aparelho que ajuda a não deixar uma cicatriz aparente. Apesar de ser um procedimento
delicado e que leva muitas horas para ser realizado, o paciente tem alta no
mesmo dia. Toda essa destreza na cirurgia é para garantir que os fios não sejam
traumatizados, porque quando isso acontece, eles podem não crescer novamente,
por isso é muito importante buscar profissionais especialistas para realizar
este tipo de procedimento”, finaliza o especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário