Estado
do Rio de Janeiro e classes C, D e E lideram índices de endividamento
Acompanhando a tendência dos últimos quatro anos, o
brasileiro continuou sentindo a redução da renda ao longo de 2018. De acordo
com dados da Kantar Worldpanel, o momento econômico nacional tem um
cenário consolidado: ampliação do endividamento das famílias - principalmente
das classes C, D e E - e crescimento da busca por renda informal.
Como o aumento do desemprego é um dos principais
desdobramentos de qualquer crise econômica, o peso do salário mensal tem caído
ano após ano nos lares, enquanto, paralelamente, avança a busca por ganhos
informais para compor ou complementar o rendimento familiar.
Ainda segundo a pesquisa Holistic View - que fez um
panorama do bolso dos brasileiros analisando mais de 11.300 lares em todas as
regiões do País -, a renda insuficiente faz com que metade das famílias gaste
mais do que ganha. As despesas superam, em média, 2% do faturamento. Este
movimento, presente desde 2015, mostra que os domicílios ainda não recuperaram
o poder de compra. “Observamos que as famílias ainda sentem o impacto da
diminuição da renda e ainda não apresentam fôlego suficiente para recuperar as
perdas dos últimos anos”, analisa Giovanna Fischer, Diretora de Marketing e
Consumer Insights da Kantar Worldpanel.
As classes mais baixas são as que mais sentem a
redução de recursos e, consequentemente, as que mais se endividam. A classe C,
que representa 49% do total da população brasileira, gasta até 5% mais do
recebe. As classes DE, que equivalem a 25% da população, têm taxas de
endividamento perto dos 6%. As classes AB, que são 26% do total populacional,
são as únicas que mantêm números positivos na relação ganho e consumo.
Analisando por localidade, apenas o estado de SP
apresenta renda média superior às despesas (+5,7%), enquanto o Rio de Janeiro é
a região com a maior taxa de endividamento (-13,9%). Considerando a receita por
lar, as regiões Norte e Nordeste têm a menor média (R$2.514) e o Centro-Oeste
aparece como os domicílios de maior rendimento. (R$ 3.539).
Independentemente da renda, o maior gasto dos
domicílios brasileiros é com alimentação dentro do lar. Em seguida, com
transporte e habitação. Como a redução do rendimento familiar traz claras
mudanças na priorização de itens consumidos, notou-se que, de 2017 para 2018,
investimentos em serviços financeiros, comunicação (principalmente no recuo de
compra de aparelhos celulares) e fumo sofreram as maiores quedas.
Entre o Top 10 de itens que contribuem para o
aumento dos gastos, movimento positivo para mercadorias ligadas a lazer e
bem-estar, como comida e bebida fora do lar e vestuário. Outro destaque
favorável foi o consumo da categoria habitação, especialmente na compra de
material de construção. Já os setores da saúde e bebidas dentro do lar não
aparecem no último ranking.
Kantar
Nenhum comentário:
Postar um comentário