Estamos
iniciando uma nova safra da cana-de-açúcar. Particularmente na nossa região,
Centro-Oeste/Sudeste, onde está a grande produção nacional, esse período
significa cidades em efervescência. Imprime ritmo acelerado a toda a rede de
atividades que funciona em torno das usinas. São trabalhadores da área
agrícola, operários das próprias usinas, como também pessoal do setor
administrativo e de logística, mobilizados em uma intensa mobilização.
O Brasil mais uma vez se consolida
como grande produtor mundial de etanol e açúcar e também da bioleletricidade.
De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a cana processada
pelas usinas e destilarias do Centro-Sul no acumulado desde o início da atual
safra 2018/2019 até 1 de março, totalizou 564,14 milhões de toneladas, abaixo
do resultado apurado até a mesma data no ciclo 2017/2018 (585,13 milhões
de toneladas).
Do ponto de vista da produtividade
agrícola - segue este sendo grande desafio - precisamos muito de pesquisa.
Pesquisa que nos auxilie a avançarmos na produtividade rumo à produção de cana
na casa de três dígitos por hectare.
Novos cultivares, novos métodos de
plantio, mais eficiência na colheita e melhorar a performance industrial, são necessidades
prementes.
Do ponto de vista da bioeletricidade,
vamos intensificar a pressão para que leilões específicos de contratação de
energia oriunda da bioeletricidade, incorporem o conceito de externalidade,
dando competitividade e fazendo com que a bioeletricidade aumente sua
participação na matriz energética do nosso país.
Temos visto uma concorrência desigual
de outras fontes de energia que embora tenham o mérito de serem renováveis, não
garantem a perenidade e a firmeza de oferta que caracteriza a Bioeletricidade.
Defendemos maior previsibilidade na
matriz energética nacional ampliando a presença da bioeletricidade, e
implantação concreta do Rota 2030, fomentando o desenvolvimento de motores e
veículos híbridos a partir do etanol.
A safra que se inicia traz algumas
incertezas e vários desafios. A incerteza é sobre o quanto o período que
tivemos de seca impactará na produtividade agrícola. Outra dúvida que deverá
perdurar ao longo do ano é como se comportará a demanda e o preço internacional
do açúcar.
Teremos com certeza uma safra
"alcooleira", ou seja, com a maior parte da cana destinada à produção
do Etanol, que hoje tem melhor rentabilidade e cujos preços devem se manter ao
longo do período.
Para o futuro, e eu com
responsabilidade de indicado por todos os elos da cadeia produtiva e pelos
colegas parlamentares para continuar na presidência da Frente Parlamentar pela
Valorização do Setor Sucroenergético, temos a responsabilidade de focar o
trabalho na completa implementação do Renovabio.
A legislação que conquistamos precisa
efetivamente ser implantada e estamos avançando significativamente. Temos já
certificadoras credenciadas, evoluímos no processo de definição dos CBIOS e
como deverão ser transacionados. Acredito que neste ano consolidaremos todas as
premissas para que esteja plenamente em vigor o Renovabio a partir de 2020.
Apoiaremos também as iniciativas de
nos fortalecer nas negociações internacionais e combatermos o protecionismo de
outros países que teem penalizado o nosso açúcar.
Com as necessárias reformas
estruturais do Brasil, a primeira delas a da Previdência, a economia do País
deve voltar a crescer. Isso demandará mais energia para as atividades
produtivas, e essa ampliação deve ser limpa e renovável como são a
Bioeletricidade e o Etanol.
Queremos assim ir consolidando cada
vez mais este setor que é tão importante, tão decisivo para a geração de
empregos e para a criação de riqueza em nosso Estado de São Paulo e no Brasil.
Vamos a uma boa safra!
Arnaldo Jardim - Deputado Federal -
PPS/SP
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