Alimento não é vilão e pode ser usado na dieta de quem quer emagrecer
Muitas pessoas que desejam emagrecer e iniciam uma dieta alimentar para
perder peso torcem o nariz para o bacon. De acordo com Rodrigo Polesso,
idealizador do site emagrecerdevez.com, especialista em emagrecimento e certificado
em Nutrição Otimizada e Saúde e Bem-estar pela Universidade Estadual de San
Diego, esta resistência se deve ao fato desse alimento - que, nada mais é do
que barriga de porco curtida no sal - ter sido “demonizado”, nas últimas
décadas, por alguns segmentos da mídia, profissionais desatualizados e governos
com diretrizes de baixa gordura, que assumiram a ideia “comprovadamente falsa
de que gordura, principalmente gordura saturada, faz mal”.
Segundo Polesso, no que se refere ao corpo de evidências científicas
sobre nutrição, não há nenhum estudo realizado na história que tenha
estabelecido provas de que gorduras saturadas (presentes no bacon) sejam
nocivas à saúde humana. “O que existem são estudos associativos e
epidemiológicos que não servem como embasamento para suportar qualquer relação
de causa efeito”, explica o especialista em emagrecimento.
Para entender melhor como o bacon pode não apenas ser inofensivo, como
fazer bem à saúde, Polesso destrincha quais são as propriedades nutricionais do
alimento. De acordo com ele, três tiras de bacon, por exemplo, contêm
aproximadamente 112 Kcal, apresentando a seguinte composição de
macronutrientes: 31% de proteínas, 67% de gorduras de alta qualidade e quase
nenhum carboidrato.
O bacon apresenta 50% da gordura monoinsaturada, que é a mesma que
compõe, quase em sua totalidade, o azeite de oliva, e que é venerada pelos
especialistas no assunto. A outra parte do tipo de gordura que integra o bacon
é a saturada. Mesmo sendo vista como vilã, a gordura saturada está presente
também no azeite de oliva (14%), no salmão (20%) e até no leite materno.
Além disso, o bacon possui os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 em proporção
bastante semelhante à do azeite de oliva. “Em outras palavras, não há nada no
bacon que não tenha em outros alimentos já aceitos como saudáveis”, garante
Polesso.
De acordo com o especialista, há uma desinformação generalizada e
altamente difundida de que a gordura animal é nociva à saúde, quando “sabemos,
com convicção científica, que são apenas os óleos vegetais, criados pela
indústria, como, óleo de soja, canola, girassol etc., que, de fato, fazem mal”.
Ainda a respeito da divulgação maciça de que o bacon seja causador de
doenças mortais (obesidade e problemas cardiovasculares), Polesso lança mão da
seguinte sentença: “É inconcebível que um alimento tão antigo seja o culpado
por doenças tão novas”. O especialista em emagrecimento destaca que variações
do que hoje se conhece como bacon são consumidas, há milhares de anos, por
povos antigos na China, por exemplo.
Além disso, segundo Polesso, populações inteiras, como os
norte-americanos, alimentaram-se durante séculos de ovos e bacon no café da
manhã, sem apresentar problema algum. “Apenas mais recentemente, começaram a
engordar em ritmo recorde por acreditarem que seria uma boa escolha substituir
o tradicional alimento matutino por sucrilhos, cereais, waffles, panquecas e
smoothies”, argumenta.
Posto isso, o especialista destaca que o bacon, além de saudável, pode
ser utilizado para aqueles que desejam emagrecer. “Não há porque evitar bacon
no emagrecimento, pois ele é metabolizado muito facilmente pelo corpo e não
provoca nenhuma reação hormonal adversa, como picos de glicose e insulina que
promovem o ganho de peso, os quais acontecem com o pão integral e grãos
integrais, por exemplo. Aliás, ele pode até ajudar, tornando o processo muito
mais prazeroso e saboroso”, afirma.
O que não significa, conforme Polesso, que devamos ingerir bacon em
demasia, fazendo dele a base de nossa dieta alimentar. “Nem água em exagero é
bom”, brinca. De acordo com especialista, uma ótima maneira de inserir o bacon
na alimentação diária, fazendo parte do estilo de vida da Alimentação Forte, é
emprega-lo como condimento em suas refeições.
Por fim, o especialista em emagrecimento pede que se tome cuidado com a
procedência do alimento. “Alguns bacons à disposição nos mercados são cheios de
conservantes. Opte pelas versões mais simples e naturais”, sugere.
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