Especialista em desenvolvimento organizacional e
visual storytelling explica como o alto grau de familiaridade com um tema ou
ambiente pode prejudicar os negócios
Você já passou pela
experiência de se dedicar ao máximo para entender uma determinada informação, e
simplesmente não conseguir encontrar o fio da meada? Se a resposta for
positiva, você talvez tenha sido vítima do chamado "curse of
knowledge". Em síntese, a "maldição do conhecimento" acontece
quando o alto grau de familiaridade de um profissional com um tema específico
interfere na maneira com que ele absorve novos conhecimentos ou se expressa
sobre o tema. Ou seja, quanto maior o conhecimento sobre um tema, menor a
capacidade de disseminar o assunto de forma satisfatória.
“As pessoas tendem a ficar
perdidas no início de um novo trabalho, por exemplo. Porém, o cotidiano
organizacional auxilia na assimilação dos elementos daquele ambiente, e as
principais dúvidas a respeito de um assunto costumam ser esquecidas. Por outro
lado, é latente a dificuldade que muitas pessoas têm de transmitir conhecimento
a respeito de um tema ou ambiente com os quais estão amplamente familiarizados.
Isso prejudica a comunicação interna, mas não é só. Pode ser uma enorme
barreira na comunicação junto ao consumidor final também”, afirma Renato
Gangoni, CEO da Spin Design, empresa de curadoria de treinamentos corporativos
com atuação global.
Contornando este desafio
Apesar de haver maneiras
paliativas para remediar os efeitos da "maldição do conhecimento", a
verdade é que não há nada melhor do que mostrar aos clientes (internos e
externos) exemplos concretos da atuação da companhia, em vez de apenas
conteúdos verbalizados ou textuais.
Nesse contexto, a linguagem
visual destaca-se. No livro "The Back of the Napkin" fica evidente
que as empresas devem apostar mais e mais em formas visuais e intuitivas de
comunicação. O autor Dan Roam acredita que uma imagem soluciona qualquer
problema, pois "ao rabiscar determinado desafio, o executivo está apto a
enxergar aspectos invisíveis que irão impulsionar insights em potencial".
Na prática, este conceito
apresentado por Roam nada mais é que uma composição visual idealizada através
dos princípios de arte e design, com o objetivo de transmitir uma mensagem, um
conhecimento. "Se uma pessoa verbaliza os pensamentos, pode visualizá-los.
Neste caso, elementos visuais, tais como animações, jogos, vídeos e afins,
otimizam o processo de aprendizagem ao requerer um menor esforço físico e
químico do cérebro para absorver novos conteúdos. Devido a este fator, este
estilo de composição chama mais a atenção do público-alvo e reduz o período de
internalização das informações", explica Gangoni, e complementa: "Com
pitadas de análise de conteúdo, pensamento lógico-racional, design de
informação, design gráfico e criatividade, transformamos os materiais
corporativos em produtos rápidos, universais e compartilháveis".
Nenhum comentário:
Postar um comentário