A cranioestenose ou craniosinostose é o fechamento precoce de uma ou mais
suturas cranianas - articulações entre os ossos que compõe a
caixa craniana e que facilitam a passagem da criança no canal do parto
quando do nascimento. A principal característica da craniosinostose é a
deformidade da cabeça do recém-nascido.
“A causa pode ter origem devido a mutações
genéticas ou pode estar relacionada a alterações
ocorridas durante a gestação”, explica o médico Silvio
Machado, neurocirurgião pediátrico do Hospital VITA. Segundo ele, uma
forma específica de deformidade é a chamada plagiocefalia
posicional que pode ter como causa um posicionamento
anormal dentro do útero levando a compressão do crânio do bebê. “Outro
fator de deformidade é o posicionamento constante da cabeça da criança em
uma única posição, seja ao dormir ou ao uso do bebê conforto”, complementa
Dr. Silvio.
O médico da equipe de neurocirurgia pediátrica do
VITA revela que as craniosinostoses têm uma incidência de um a cada 2.500
nascimentos e não são passíveis de prevenção.
De acordo com o médico, o diagnóstico é
suspeitado pelo pediatra quando ocorre deformidade da cabeça do recém-nascido e
que tende a piorar com o tempo. “Quando existem suspeitas do bebê
ser portador de uma craniosinostose, optamos pela realização de uma
tomografia em três dimensões. Tais exames nos auxiliam sobremaneira no
tratamento”, explica o especialista. Na atualidade se procura evitar o uso do
raio x, o qual acarreta uma dose maior de radiação para a criança e deve
ser evitado. Existem formas de craniosinostose que se associam a uma variedade
extensa de malformações no corpo e na cabeça do bebê. São as craniosinostoses
sindrômicas, formas mais graves e complexas da doença.
Ao contrário do que se pensa, a craniosinostose
não causa problemas mentais. A ocorrência de alterações cognitivas e
psicológicas não são infrequentes. De maneira geral, o tratamento da
craniosinostose não sindrômica é instituído até o oitavo mês de
vida. Todas as craniosinostoses são passíveis de tratamento cirúrgico,
exceto a plagiocefalia posicional, a qual muito raramente é
operada. As técnicas cirúrgicas variam com a deformidade craniana específica
apresentada pelo bebê.
Os resultados cirúrgicos estão também diretamente
ligados à experiência do cirurgião e sua equipe. A importância de equipes
bem treinadas, experientes e hospitais especializados em neurocirurgia
pediátrica são fatores determinantes para o sucesso do tratamento.
Alguns procedimentos cirúrgicos podem envolver o tratamento de várias
suturas cranianas, consumindo assim um tempo bastante prolongado. A
perfeita compreensão do planejamento cirúrgico, os resultados esperados e o
tempo de recuperação, assim como os possíveis riscos e complicações
devem ser amplamente discutidos com o cirurgião e a família. “Algumas
crianças que não são submetidas ao tratamento podem vir a desenvolver
alterações na visão e eventualmente problemas de desenvolvimento intelectual.
Outras crianças, não operadas, sofrem problemas de ordem
psicológica dada a deformidade craniana”, alerta o neurocirurgião
pediátrico.
Hospital VITA
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