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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Expectativa dos pais pode atrapalhar profissão dos filhos



Segundo especialistas, afinidades e preferências na infância infância nem sempre tem relação com a escolha da trajetória profissional


Imaginar os filhos exercendo uma determinada profissão no futuro é algo comum. Segundo especialistas, a afinidade das crianças com algumas atividades pode gerar essa idealização dos pais, mas nem sempre as preferências se traduzem em carreiras na vida adulta. “Os pais fantasiam que aquilo pode ser um indicativo de profissão. Mas a profissão é desenhada ao longo da vida, depende das experiências vividas por cada um. Além disso, às vezes, uma aptidão, ou preferência, demonstrada na infância pode não ser a mesma na puberdade, ou adolescência”, explica a diretora pedagógica da Editora Positivo, Acedriana Vicente Vogel.   

Para Samarah Perszel de Freitas, professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo, o que acontece, muitas vezes, é que as crianças que gostam muito de números, por exemplo, tendem, no futuro, a procurar uma profissão que tenha mais haver com essa habilidade. Porém, lembra ela, outros fatores também costumam influenciar essa decisão. “Existem muitos pontos para serem observados. A questão familiar, os interesses, os incentivos, os valores da criança, são alguns deles”, ressalta a psicóloga.

Samarah ainda explica que mesmo que os pais confundam um inocente interesse infantil com vocação, há casos em que as habilidades das crianças merecem uma atenção especial e devem ser potencializadas. “Quando os pais percebem que os filhos têm muito interesse em determinado assunto, vale incentivar, matriculando-os em atividades que potencializam aquele talento. Contudo, é preciso observar com atenção se o interesse realmente nasce da criança, ou se é fruto de uma expectativa dos adultos. Os pais devem deixar a criança livre na própria escolha”. 

Para auxiliar os filhos nesse processo, a indicação de Acedriana Vicente Vogelé que os pais apresentem as profissões para as crianças desde sempre, mas sem qualquer expectativa, apenas para que elas saibam que é dali que as pessoas tiram o seu sustento. “A medida ajuda para que, no futuro, a escolha da profissão transcorra de forma mais tranquila”, avalia. Na adolescência, segundo a diretora, é interessante incentivar os filhos a participarem de feiras de profissões e, para aqueles que chegam com dúvidas na hora do vestibular, dar apoio e pedir o auxílio de um orientador vocacional. “O que não pode é tentar impor ou direcionar para uma determinada profissão, mesmo que o objetivo seja ajudar”, alerta Acedriana.



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