Cuidados com a escolha do alimento e o
manejo alimentar são fundamentais para prevenir e combater a doença em cães e
gatos
Estima-se que no Brasil mais de 40% dos pets
está acima do peso. Crédito: Shutterstock
A obesidade é uma doença
causada pelo excesso de gordura corporal e representa um dos problemas de saúde
que mais acometem os animais de estimação atualmente. Não existem dados
estatísticos no Brasil, mas estudos recentes nos Estados Unidos e Europa
mostram a prevalência de 24% a 44% de cães e gatos com sobrepeso ou obesos.
Estima-se que no Brasil esse
índice supere os 40%, uma prevalência muito alta. Animais nessas situações
precisam de tratamento
orientado, inclusive porque o excesso de peso acarreta em
outros problemas ao longo do tempo, como doenças ortopédicas,
cardiorrespiratórias, diabetes, problemas urinários, distúrbios reprodutivos,
neoplasias, doenças dermatológicas e complicações anestésicas, afetando de
forma determinante sua saúde e longevidade.
“Os cuidados com a escolha do
alimento e o manejo alimentar são fundamentais para prevenir e combater o
excesso de peso, por isso devem ser tratados como prioridade pelos donos de
cães e gatos. Para um cuidado nutricional adequado, o primeiro passo é a
consulta ao médico veterinário para a avaliação
nutricional completa”, afirma Keila Regina de Godoy, médica
veterinária, gerente de capacitação técnica da PremieRpet®.
Estudos atuais determinaram
que a avaliação nutricional deve estar na rotina dos atendimentos veterinários,
pois é considerada o quinto
sinal vital dos animais, ou seja, hoje se sabe que a avaliação
nutricional é tão importante como parâmetro de saúde do animal quanto
a temperatura, a frequência cardíaca, a frequência respiratória etc.
“Somente a partir desta avaliação é que será possível indicar qual o alimento
ideal de acordo com as condições clínicas do animal”, explica Keila.
Justamente a escolha do alimento correto é uma das
principais dúvidas de quem tem um pet que já está acima do peso. Afinal, qual a
diferença entre o alimento
light e o
alimento para obesidade? Muitas pessoas ainda acreditam que se
trata apenas de uma nomenclatura do mercado. Porém, é importante que se saiba:
esses alimentos têm
composições e indicações diferentes, que devem ser respeitadas
para o sucesso do tratamento.
Light X
Obesidade
Enquanto o alimento para obesidade é indicado como coadjuvante no tratamento clínico da doença obesidade, o alimento light é recomendado para animais com sobrepeso ou em fase de manutenção do peso. “Os dois alimentos são cientificamente balanceados e possuem diferentes níveis de energia, gorduras, proteínas e carboidratos. Diferem também entre si quanto à presença de ingredientes especiais para suporte à saúde articular, saciedade, auxílio na queima de gordura etc. Outra diferença importante: o alimento Light pode ser usado por toda a vida, já o Obesidade é recomendado apenas até atingir o peso ideal”, esclarece Keila.
Um ponto em comum, segundo
ela, é que ambos são formulados para proporcionar perda de peso saudável, ou
seja, possuem calorias reduzidas, porém mantendo níveis ótimos de vitaminas,
minerais e proteínas, garantindo assim que o animal não tenha nenhuma carência
nutricional e que não perca massa magra.
A tabela abaixo mostra qual o produto ideal para cada grau
de excesso de peso:
CONDIÇÃO CLÍNICA
|
DESCRIÇÃO
|
ALIMENTO INDICADO
|
Sobrepeso
|
Animal com peso até 15% acima do ideal
|
Light
|
Obesidade
|
Animal com peso entre 15% e 30% acima do ideal
|
Coadjuvante ao tratamento da Obesidade
|
*a indicação do alimento deve considerar a
avaliação clínica e nutricional do animal e ser feita por um médico veterinário.
Importante: nos casos de animais obesos, para evitar que o
animal volte a engordar, é recomendável que, após chegar no peso ideal, o cão
ou gato passe a receber um alimento Light pelo mesmo tempo que usou o Obesidade. Ou
seja, se para chegar no peso ideal adotou o alimento obesidade por 6 meses,
deve adotar por no mínimo mais 6 meses um alimento Light. Segundo Keila, em
alguns casos esse período pode ser estendido até para toda a vida do pet,
conforme critério do veterinário e com base na avaliação nutricional e nível de
atividade física.
Ela destaca ainda que não é recomendável fazer o tratamento
por conta própria e sem supervisão especializada. “A orientação
do veterinário é muito importante não só para o diagnóstico e indicação do
alimento correto para cada animal, mas também para o acompanhamento e controle
de perda de peso, garantindo que o emagrecimento realmente aconteça de forma
saudável e seja feita a manutenção depois, evitando o efeito sanfona”, afirma.
Além disso, é importante verificar se o animal não possui outros problemas de
saúde correlacionados à obesidade.
Principais causas da obesidade e
como prevenir
Para prevenir o desenvolvimento da obesidade é importante estar alerta às principais causas que levam ao acúmulo de gordura corporal e desenvolvimento da doença. A alimentação inadequada é a principal delas, mas existem também outras menos conhecidas. Confira abaixo as principais.
Transferência de hábitos |
Pessoas com hábitos alimentares inadequados tendem a transferir isso
ao pet. |
Excesso de petiscos |
Os "extras" não devem superar 10% da quantidade calórica
diária. |
Comida caseira |
Não oferecer comida caseira sem orientação especializada e nunca
oferecer restos de comida. |
Ração em quantidade exagerada |
Importante seguir a recomendação de consumo diário indicada na
embalagem do alimento. |
Humanização |
Animais e humanos têm necessidades alimentares diferentes e isso deve
ser respeitado. |
Sedentarismo |
Promover pelo menos 30 min de atividade física diária com passeios ou
brincadeiras. |
Idade |
Cães com idade mais avançada e gatos adultos jovens são mais
suscetíveis. |
Sexo |
Estudos apontam que as fêmeas têm mais predisposição ao ganho de peso.
Redobre a atenção. |
Castração |
A obesidade é duas vezes mais frequente em animais castrados. |
Predisposição genética |
Há raças mais suscetíveis, como labrador, Beagle, Basset hound,
Dachshund, Cocker etc |
Distúrbios de comportamento |
Ansiedade por causas diversas (como solidão) pode causar um apetite
voraz. Os animais precisam de atividade para manter sua saúde física e
mental. |
Doenças hormonais |
Hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo podem levar entre outros
problemas à obesidade, e uma vez diagnosticados devem ser tratados |
Quando se trata de excesso de peso, Keila alerta que vale
ouro aquela velha regra que já conhecemos: é sempre muito mais fácil prevenir do que remediar.
“Quem tem um pet deve estar consciente da responsabilidade sobre a saúde de seu
animal. Cães e gatos não abrem a geladeira, não podem escolher o que comer ou
quantas vezes, portanto, cabe ao proprietário protegê-lo da Obesidade. E caso o
sobrepeso se instale, ele deve ser rapidamente combatido para que não evolua
para um quadro de Obesidade”, finaliza.
PremieRpet®
PremieR Responde: 0800 55 6666 (de segunda à
sexta das 8h30 às 17h30)
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