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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Ouve-se: é uma princesa... é um príncipe...


Ao chegarmos ao mundo vamos sendo carimbados: é bela, parecida com a tia, é a cara da avó, é igual ao pai, é uma princesa, é um príncipe... Na escola, outros carimbos virão: estudiosa, inteligente, futuro brilhante ou ao contrário não tem futuro. Entre os amigos, no grupo social, e assim, por viver tantos timbres, um dia a casa cai: aquela do timbre não sou eu!

Muitas de nós experimentaram a vida observando uma a uma as indicações das etiquetas, porém, sente que errou o caminho – não era aquele – aquela não sou eu: surge a crise! E agora? O que fazer?

No início a família, os irmãos, os amigos, os colegas são corrimãos a apoiar nossos passos incertos, mas após alcançada certa maturidade, nossa inteligência impõe-se criativa, naturalmente sem desorganizar o precedente em modo danoso a si ou aos demais.

Adaptações constantes aos timbres não nos convém, pois estes no geral refletem mais quem os colocou do que a minha real natureza. Tantas vezes nos acomodamos, tomamos a estrada mais curta e asfaltada, não era aquela e por isso a vida não funciona para nós.

O processo de globalização em curso, refere o filósofo Antonio Meneghetti, se de um lado contribui para estender a cultura cibernética que pode produzir danos, por outro lado significa uma ocasião para mostrar um horizonte mais amplo, novas provocações criativas em que se  dá cultura e responsabilidade para a contínua criação dos outros: “o terciário da globalização rompeu os freios das defesas tradicionais do núcleo familiar, aportando em troca notáveis vantagens e instrumentos para os indivíduos”.

Aí está a ocasião de aprender a ver-se, desinvestir-se as antigas marcas e jogar fora as memórias do passado, porque a vida é sempre ativa, está sempre renovando. Nesse momento, segundo a obra Feminilidade como Sexo, Poder e Graça, sentimos o frescor da existência e logo já somos outra pessoa: adquire-se uma nova roupagem que faz começar um profissionalismo diverso.

Observo então o meu mundo que se expande, que fica mais rico e sinto aquela alegria, razão do meu viver. Eis o momento para desenhar o meu itinerário evolutivo que não somente é possível como já está previsto pelo projeto base da natureza.

Não, não sou um príncipe ou uma princesa, mas como refere Carl Rogers: aquilo que sou é suficiente se realmente consigo sê-lo.

O momento é agora queridas amigas! Ao sucesso!







Alice Schuch - doutora em gêneros, pesquisadora, palestrante e escritora sobre o universo feminino


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