Problemas no intestino podem provocar
mau-humor, depressão e ansiedade e levar, até mesmo, à ataque cardíaco. Conexão
cérebro-intestino vai além do esperado
Quem pensa que a única função do
intestino é transportar os alimentos, absorver os nutrientes e dispensar o que
não é aproveitado está muito enganado. A sua relação com o cérebro e o
funcionamento do organismo como um todo é intrínseca e demanda muita atenção
para evitar problemas futuros. Uma das áreas afetadas pode ser o humor, mas
doenças mais graves, como problemas cardíacos e a Síndrome do Intestino
Irritável (SII), também podem ser desencadeadas por conta de algum transtorno
desenvolvido no intestino.
Com mais de 200 milhões de neurônios, o
intestino é capaz de abrigar o segundo maior sistema nervoso do corpo e
coordenar a liberação das substâncias digestivas e dos movimentos que estimulam
o bolo fecal a sair. Segundo o médico nutrólogo Lucas Penchel, por produzir
cerca de 90% da serotonina do corpo, ele pode atuar diretamente no bem-estar e
na felicidade das pessoas. “Além da função digestiva, o intestino também possui
função neurológica, endócrina e imunológica. Com ele funcionando perfeitamente
bem, a qualidade de vida melhora consideravelmente", afirma. Chamado de
segundo cérebro por conta da sua complexa rede nervosa e neuronal, o intestino
comunica-se constantemente com o cérebro e vice-versa.
Mesmo sem uma causa comprovada, a
hipótese levantada para a causa da Síndrome do Intestino Irritável (SII) é que
pessoas com sensibilidade elevada no trato digestivo, que ingerem alimentos
irritantes e estão inseridas em um meio que causa estresse são acometidas. “Já
se sabe que a SII pode propiciar depressão, mau-humor e ansiedade”, aponta
Lucas. Ele explica que pessoas com intestino preso podem apresentar quadros de
nervosismo e perda de foco, assim como quem passa por um quadro de estresse
pode manifestar dificuldade para ir ao banheiro ou problemas no trato
digestivo. Além disso, um estudo feito no Hospital Universitário do Centro
Médico de Cleveland, nos Estados Unidos, mostrou que dos 17,5 milhões de
prontuários de pacientes, 211 mil deles tinham sido diagnosticados com Crohn ou
retocoline ulcerativa. Ao comparar com indivíduos saudáveis, as taxas de
infarto eram 23% maiores naqueles que possuía algum distúrbio intestinal.
Por ser uma comunicação direta, o ideal é
prestar bastante atenção no que é ingerido para que não desenvolva nenhum
problema maior. “Alimentos ricos em fibras aliado à ingestão de água e
probióticos, são excelentes para manutenção do funcionamento do intestino e
devem ser inseridos na dieta. Assim como alimentos industrializados,
processados, ricos em sódio ou açúcar devem ser descartados da alimentação, por
possuírem fatores que irritam o sistema digestivo”, indica Lucas.
Dr. Lucas Penchel - Diretor
técnico da Clínica Penchel
Nutrologia – Faculdade de Medicina da
Santa Casa- SP
Medicina Esportiva – Universidade
Católica de Petrópolis
Pós-Graduando em Endocrinologia – IPEMED
Mestre em Biotecnologia da saúde
Nutrição – Faculdade Universo
Nenhum comentário:
Postar um comentário