A integração entre trabalho e
prazer tem sido uma meta cada vez mais comum entre os profissionais. Nesse
sentido, horários flexíveis, home office e ambientes descontraídos tem feito
sucesso, atraindo cada vez mais adeptos. Boa parte das empresas com esse tipo de
abertura são as já nascidas no século XXI, em especial as ligadas à tecnologia
e comunicação.
Ver a empresa como um local
para desenvolver projetos e atingir determinados resultados, para muitos, não
passa impreterivelmente por um lugar onde se veste roupa social e se fica
disponível das 9h às 18h (pelo menos), com uma hora de almoço.
A nova legislação trabalhista
reconhece isso e, por esse motivo, flexibilizou as regras por meio do que
batizou como “trabalho intermitente”. Apesar de ainda haver exigências, como
carteira assinada, essa nova modalidade de trabalho deve continuar crescendo.
Muito desse estilo depende da
atividade principal da empresa. Aquelas cujas entregas não requerem
necessariamente atendimento aos clientes durante todo o expediente, costumam se
adaptar mais facilmente a um modo flexível nos horários. Com mais liberdade,
muitos afirmam conquistar resultados mais expressivos.
Contudo, não podemos achar que
empresas que disponibilizam vídeo game, mesa de sinuca e até piscina de bolinha
são parques temáticos para adultos. O momento de descontração serve apenas para
que as pessoas relaxem por um período e produzam de forma mais assertiva
depois.
Ter horários flexíveis ou
fazer home office também não significa trabalhar menos tempo. É evidente que
quem trabalha de casa não perde horas no deslocamento, o que já te torna um
grande ganho, em especial nas grandes cidades. No entanto, a modalidade requer
um espaço destinado especialmente ao trabalho e muita disciplina para resistir
às tentações que estão sempre ao alcance da mão.
O fato é que esse tipo de
empresa, que permite modelos de trabalho menos convencionais, não determina
como métrica que você seja pontual, batendo o seu cartão de ponto
religiosamente todos os dias no mesmo horário. Ao contrário, elas avaliam a
competência de seus colaboradores pelo nível de entrega. Ou seja, quem não
fizer muito bem a sua parte, certamente não deve permanecer por muito tempo.
Algumas são direcionadas aos
indicadores mais financeiros, como número de clientes, faturamento, lucro.
Tanto é que, em alguns casos, oferecem remuneração meritocrática, de acordo com
os resultados numéricos. Já outras, elencam a produtividade como métrica,
estabelecendo um terminado tempo para cada projeto e avaliando a qualidade dele.
Em todos os casos, o nível de
exigência na entrega e nos resultados gerados a partir do trabalho são grandes.
E, muitas vezes isso quer dizer até mais horas de trabalho. A grande diferença
está no fato de que quem tem essa possibilidade, pode resolver coisas pessoais
em horário comercial mesmo que tenha que varar a madrugada para concluir suas
tarefas.
Em suma, esse tipo de trabalho
demanda não apenas que a empresa seja flexível, tendo atividades que se adequem
a essa alternativa, mas principalmente que o colaborador tenha perfil para ser
o gestor do próprio tempo. A liberdade e a flexibilidade jamais poderão servir
de desculpas para projetos não entregues ou mal feitos, e muito menos para
resultados e metas não alcançadas. Cabe colocar tudo na balança e ponderar.
Marcos
Guglielmi - treinador de
empresários, empresário e sócio fundador da ActionCOACH São Paulo.
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