Você pode até não concordar comigo, mas defendo veementemente
que os cursos online de idiomas podem ser tão ou ainda mais eficientes que os
cursos presenciais. Um dos grandes fatores que contribuem para isso são a
praticidade, a economia de tempo e o custo de transporte, além de serem muito
convenientes e flexíveis, pois o aluno pode estudar sempre que desejar.
Comecei a constatar isso, na prática, em 2012, quando passei a
coordenar os cursos de inglês acadêmico preparatórios para candidatos a
mestrado e doutorado numa das universidades do Russell Group em Londres. Na
época, elaborei uma estratégia de Mídias Sociais para engajar os mais de 400
participantes internacionais do curso e uni-los presencialmente e online. Foi
uma experiência incrível, mas também desafiadora, já que alguns alunos ainda
não tinham o costume de utilizar as Mídias Sociais como parte integrante dos
seus estudos.
Aos poucos, o retorno foi maravilhoso. Os alunos passaram a
participar de discussões, eventos, atividades e a motivarem uns aos outros de
forma remota. Em 2015, iniciei a coordenação dos cursos online de 12
universidades no Reino Unido e percebi que grande parte do engajamento nos
cursos online vinha do relacionamento estabelecido com eles através das Mídias
Sociais. Essa é a linguagem dos “Millenials” e cursos que ainda não utilizam
Redes Sociais como parte de sua metodologia ficarão defasados.
Para quem busca fazer um curso de idiomas ou para professores
que pretendem dar aulas online, a recomendação é apostar em cursos online que
foquem nas necessidades do indivíduo e que possuam bastante interação em tempo
real, além do conteúdo oferecido como fichas de exercício, PDFs e vídeos.
Conteúdos em vídeoaulas são bons para adquirir vocabulário e
melhorar a compreensão oral, mas para praticar a fluência oral o melhor mesmo
são cursos que ofereçam aulas via videoconferência com lousa virtual, anotações
e interação em tempo real. Cursos que utilizam Skype como ferramenta já estão defasados.
Hoje já existem muitas ferramentas mais completas para professores no mercado.
As redes sociais são cheias de grupos e indivíduos
compartilhando conteúdos de qualidade, por esse motivo é muito interessante
seguir contas de líderes na área e participar de grupos nos quais você possa
interagir com outras pessoas que tenham interesses similares aos seus. Porém, é
importante verificar a qualificação dos profissionais que produzem o conteúdo.
De acordo com os padrões do Conselho Europeu (CEFR), leva em média de 100 a 200
horas de estudo guiado (horas de contato com um professor) para um estudante
atingir uma mudança de nível no idioma. Cada minuto de exposição e interação
diárias contam muito!
Vejo que a maioria dos professores utilizam WhatsApp apenas como
uma ferramenta para organizar e reorganizar a agenda e enviar lembretes, sendo
que o potencial dessa rede é muito maior do que isso. Na English This Way, o WhatsApp é utilizado como
ferramenta para produção de conteúdo gerado, tanto pelos professores como pelos
alunos. Os conteúdos em vídeo e mensagens de voz são usados para introdução de
dicas de pronúncia, gramática, vocabulário e notas culturais sobre o Reino
Unido (no caso dos cursos de inglês) e sobre o Brasil (no caso do curso de
Português para estrangeiros).
A interação no WhatsApp cria motivação para revisão e reciclagem
de material já estudado e é muito interessante no caso de alunos tímidos que
não conseguem destravar a língua, pois recebem um feedback personalizado direto
no seu telefone celular. Sem contar a possibilidade de conhecer pessoas do
mundo todo no curso Language Buddy Plus. Já pensou em poder
carregar o seu professor no bolso? Pois então, isso é possível!
De um modo geral, as melhores redes sociais para o estudo de
idiomas são o Instagram e o Youtube. Nelas há muito conteúdo audiovisual útil
para o aprendizado. Busque contas que ofereçam legendas e atividades
interativas. As contas que são apresentadas no idioma na língua maternal podem
ser interessantes, mas não são tão eficazes em otimizar o tempo. Para quem já
passou do nível básico, é mais recomendado ouvir e assistir conteúdos na língua
que o estudante esteja interessado em aprender. Assim terá mais exposição à
língua e atingirá o seu objetivo mais rápido.
As Lives são a grande chance que os alunos têm em ouvir o idioma
sendo falado por um profissional e participarem de interações ao vivo com
outros alunos também. Há várias maneiras de organizar Lives. Você pode
pré-agendá-las com a sua audiência, você pode simplesmente ir ao vivo direto,
você pode dar uma mini aula sobre um tópico ou apenas um bate-papo sobre um
assunto interessante. Vale a pena testar a ferramenta caso nunca a tenha
utilizado. Eu prefiro as Lives no Instagram e Facebook, mas é possível fazê-las
no YouTube também. Depende da sua estratégia de mídia e objetivos.
Há inúmeros aplicativos e websites para aprender inglês hoje em
dia. O importante mesmo é selecionar no máximo 8 ou 10 ferramentas e ter
consistência em usá-los pelo menos 15 minutos por dia todos os dias. Os meus
favoritos são:
Para iniciantes: https://app.mondly.com
Para praticar a pronúncia https://youglish.com/
Para praticar a leitura com exercícios: https://learnenglish.britishcouncil.org/en/magazine
Para praticar a escrita: https://www.esolcourses.com/content/topicsmenu/writing.html
Renata Wilmot
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