Segundo um estudo¹ realizado pela Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), 64,3% das mulheres e
62,2% dos homens entrevistados preferem a raspagem feminina completa, inclusive
na região íntima. Mas a preocupação da mulher em manter a pele sem pelos vai
além das regiões genitais e envolve todo o corpo. Cada vez mais, o elas buscam
métodos práticos e eficientes para esta tarefa que, ainda desperta dúvidas
sobre como preparar a pele, cuidados pré e pós-depilação e flacidez.
Para esclarecer estas questões, Fernanda Pereira,
dermatologista e sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD),
esclarece os principais mitos e verdades sobre a retirada dos pelos e os
métodos que melhor atendem a mulher moderna de forma rápida e funcional.
Qualquer parte do corpo pode ser depilada e em qualquer
idade? Verdade!
Qualquer pelo pode ser removido independentemente da idade.
No entanto, quanto mais nova, menos preparada para o desconforto a mulher
estará. Além disso, existem pessoas mais sensíveis a dor, assim como áreas onde
a extração dos pelos causa maior incomodo. Para
quem tem maior sensibilidade, métodos como o corte dos fios ou cremes
depilatórios podem ser a melhor alternativa, além de poderem ser feitos em casa
e pela própria mulher.
É preciso evitar produtos com álcool e óleo antes e após a
depilação? Verdade!
A hidratação da pele é muito importante no pré e
pós-depilatório, principalmente, quando a opção é utilizar métodos mais
agressivos, como a cera. No entanto, o uso de loções ou géis fluídos que contém
álcool ou óleo pode causar irritações na região depilada. Portanto, evitar
produtos com estas substâncias é a melhor alternativa.
Depilar o rosto com cera causa flacidez? Mito!
A depilação dos pelos faciais com cera não é capaz de causar
flacidez local, mas é um método agressivo que pode levar a um processo
inflamatório. Realizar o procedimento com pinça ou linha é mais indicado.
A depilação mancha a pele? Depende!
A técnica pode ser responsável por manchas na pele. Isso vai
depender do método utilizado, das áreas tratadas, dos cuidados pós depilação e
da predisposição de cada mulher. Métodos que utilizam ceras e cremes
depilatórios são capazes de provocar uma inflamação que facilita a pigmentação
da pele. O mesmo ocorre com a depilação a laser em áreas expostas ao sol,
quando os cuidados de fotoproteção não são aplicados de forma correta ou quando
o procedimento é feito em peles bronzeadas sem o devido controle da energia
usada. Além disso, algumas pessoas apresentam quadros de foliculite –
inflamação – após a remoção dos pelos, o que pode evoluir para manchas na
região. Métodos de corte ou aparelhos depilatórios não causam este problema.
Depilação com lâmina engrossa o pelo? Mito!
O fio tem uma estrutura que se assemelha a um cone, sendo
mais fino na extremidade. Quando aparamos os pelos com lâmina ou tesoura,
cortamos a estrutura numa área de diâmetro maior do que da extremidade, daí a
impressão que o pelo engrossa.
A extração dos pelos pode encravá-los? Verdade!
A remoção dos pelos em regiões onde a pele é mais espessa,
combinada com o uso de roupas apertadas, contribui para o surgimento dos pelos
encravados, pois a extração completa do pelo junto à raiz abre os poros
deixando-os vulneráveis para a entrada de bactérias. A esfoliação suave é uma
boa opção na prevenção dos pelos encravados. Ela libera fios que estão
internalizados e diminui a espessura da epiderme, facilitando a saída do novo
pelo. Nos casos de depilação com lâminas, é importante sempre aplicá-la
na direção do crescimento do pelo e nunca fazer o movimento no sentido
contrário.
Retirar totalmente os pelos da região genital pode trazer
riscos à saúde? Verdade!
O ideal é que os pelos nesta região sejam preservados uma vez
que eles servem como proteção do microambiente contra bactérias. Uma boa
alternativa para manter a proteção é usar métodos de aparagem do fio. Além de
menos agressivos, os procedimentos são seguros, podem ser feitos em qualquer
lugar, pela própria mulher e de forma rápida.
Fernanda Pereira - médica formada
pela Faculdade de Medicina da USP, com Residência em Dermatologia no Hospital
das Clínicas – FMUSP. Atualmente é sócia efetiva da Sociedade Brasileira de
Dermatologia.
Justo o que eu procurava sobre mitos e verdades sobre depilação a laser. Obrigada
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