Muitas vezes o crescimento dos filhos acaba sendo um motivo de
preocupação dos pais, principalmente quando a criança é mais baixa que os
amigos da escola. Em 2015, o Banco Mundial descobriu que, globalmente, 23%
das crianças menores de cinco anos possui uma estatura mais baixa do que o
recomendado para a idade1. No entanto, a nutrição pode ser uma ótima
aliada para melhorar esse quadro.
O CRESCIMENTO IMPORTA
Diversos fatores podem influenciar no
crescimento inadequado de uma criança. E, por mais que possa parecer apenas uma
questão física, ele também pode influenciar no aprendizado e no desenvolvimento
infantil.
Para garantir que o desenvolvimento esteja em
um padrão saudável, os médicos usam gráficos de crescimento pediátrico, que são
séries de curvas que traçam os padrões de crescimento da criança junto aos
dados populacionais. Qualquer queda considerável nesse nível pode ser motivo de
preocupação. “Por isso, é sempre importante estar atento para detectar sinais
de crescimento lento das crianças e, mais importante, ajudá-las a serem mais
saudáveis por meio da nutrição equilibrada”, diz Patricia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico da
Divisão Nutricional da Abbott no Brasil.
Um estudo recente2 mostrou que o crescimento lento não
precisa ser permanente em crianças com idade acima de três e quatro anos. É
possível recuperá-lo por meio da intervenção nutricional e aconselhamento
alimentar. Além disso, foi constatado que:
·
As crianças que complementaram sua alimentação e consumiram duas porções por
dia de suplemento nutricional mostraram recuperação do crescimento em peso e
altura.
·
De acordo com os pais, as crianças também tiveram melhoras nos níveis de
atividade física e redução no número de dias doentes.
Em outro levantamento3, após a recuperação,
as crianças cujo crescimento não estava adequado apresentaram resultados de
testes cognitivos similares às crianças que nunca tiveram nenhuma interferência
para atingir o seu potencial de crescimento.
Confira aqui os nutrientes que auxiliam no crescimento
das crianças listados por Patricia:
1. CALORIAS
Crescimento requer energia e é por isso que as crianças abaixo do
peso precisam de calorias extras para se recuperar. Por isso, adicione calorias
extras a estas recomendações para ajudar nos padrões de crescimento.
2. CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS
E GORDURA
As calorias extras podem ajudar a aumentar o crescimento, mas é
importante certificar-se de que estas calorias vêm de uma mistura saudável de
carboidratos, proteínas e gorduras, principalmente as de fontes vegetais. Tenha
em mente que os carboidratos e as proteínas contêm quatro calorias por grama,
enquanto cada grama de gordura contém nove calorias.
3. FERRO
Durante períodos de crescimento, o corpo é altamente dependente do
ferro, o que ajuda a fornecer oxigênio para as células do corpo. Por isso,
aumentar a ingestão de ferro, tanto por meio de alimentos quanto de suplementos
nutricionais, pode estimular o crescimento de crianças que estão com
deficiência deste mineral4. O ferro pode ser encontrado em
alimentos, como carnes (bovina, peixes, aves), feijões, ervilhas, cereais
fortificados e folhas verdes escuras.
4. ZINCO
O
aumento da ingestão de zinco pode ajudar as crianças pré-adolescentes que estão
abaixo do peso a se recuperarem5. Carne, espinafre, camarão e feijão
são fontes alimentares de zinco.
5. VITAMINA D
A vitamina do sol promove a formação e o crescimento saudável dos
ossos. No entanto, 40% dos bebês e crianças saudáveis possuem níveis inferiores
ao recomendado de vitamina D6. O ideal é ajudar a recuperar estes
níveis com brincadeiras ao ar livre, e a ingestão de alimentos ricos em
vitamina D, como leite/produtos lácteos e, se necessário, suplementação.
Referências:
1. The World Bank. Prevalence
of stunting, height for age (% of children under 5). Disponível em https://data.worldbank.org/indicator/SH.STA.STNT.ZS
2.
D. T. T. Huynh, E. Estorninos, R. Z. Capeding, J. S. Oliver, Y. L. Low, F. J.
Rosales. Wiley Online Library. Longitudinal growth and health outcomes in
nutritionally at-risk children who received long-term nutritional intervention.
2015. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jhn.12306/full
3.
Crookston BT1, Penny ME, Alder SC, Dickerson TT, Merrill RM, Stanford JB, Porucznik CA, Dearden KA. National Library of Medicine
National Institutes of Health. Children who recover from early stunting and
children who are not stunted demonstrate similar levels of cognition. 2010.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20844188
4.
Michael Low, MBBS BMedSci, Ann Farrell, MBBS, Beverley-Ann Biggs, PhD, and Sant-Rayn Pasricha, PhD. National Library of
Medicine National Institutes of Health. Effects of daily iron
supplementation in primary-school–aged children: systematic review and
meta-analysis of randomized controlled trials.2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3832580/
5.
Kenneth
H Brown,
Janet
M Peerson, Juan
Rivera, and Lindsay
H Allen. The American Journal of Clinical Nutrition. Effect of
supplemental zinc on the growth and serum zinc concentrations of prepubertal
children: a meta-analysis of randomized controlled trials1,2,3. 2002. Disponível em: http://ajcn.nutrition.org/content/75/6/1062.full
6.
Dr
Catherine M. Gordon, MD, MSc, Dr
Henry A. Feldman, PhD, Mss
Linda Sinclair, BA, Avery
LeBoff Williams, BA, Dr
Paul K. Kleinman, MD, Dr
Jeannette Perez-Rossello, MD, and Dr
Joanne E. Cox, MD. National Library of Medicine
National Institutes of Health.Prevalence of Vitamin D Deficiency Among Healthy
Infants and Toddlers. 2008. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3206624/
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