A
orientação é apenas para quem vai para as áreas com recomendação e nunca tomou
a vacina. Quem já tiver tomado uma dose ao longo da vida, não precisa mais se vacinar
O
Ministério da Saúde reforça a orientação de vacinação contra a febre amarela
para todos os viajantes que irão visitar alguma área de recomendação de vacina.
Para garantir a proteção, a dose deve ser aplicada com, pelo menos, 10 dias de
antecedência à viagem, tempo necessário para o organismo produzir os anticorpos
contra a doença. Integram a Área com Recomendação de Vacinação cidades de 20
estados e o Distrito Federal. Para quem vai se deslocar no período do Carnaval
para uma dessas áreas, a recomendação é buscar a imunização até o fim de
janeiro.
Os casos de febre amarela registrados
no país permanecem no ciclo silvestre da doença, ou seja, a febre amarela é
transmitida apenas pelos mosquitos encontrados no ambiente silvestre, dos
gêneros Haemagogus e Sabethes. O último caso de febre amarela urbana foi
registrado no Brasil em 1942. Portanto, os cuidados devem ser redobrados para
os viajantes que se deslocarem para zonas rurais e áreas de mata.
Para garantir a vacinação de quem vai
viajar para essas regiões, o Ministério da Saúde distribui, mensalmente, doses
da vacina para todas as unidades da federação. Desde 2017 até o momento, foram
encaminhadas cerca de 57,4 milhões de doses da vacina. Para os estados de São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia foram enviados
cerca de 48,4 milhões de doses da vacina febre amarela, com objetivo de
intensificar as estratégias de vacinação de forma seletiva, sendo 18,3 milhões
(SP), 10,7 milhões (MG), 12 milhões (RJ), 3,7 milhões (ES) e 3,7 milhões (BA).
DOSE ÚNICA –
É importante lembrar que quem já tomou a vacina ao longo da vida não precisa
repetir a dose. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema da dose única,
recomendado desde 2014 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Estudos
comprovaram que uma dose é suficiente para proteger durante toda a vida.
A vacina para a febre amarela é a
medida mais importante para prevenção e controle da doença, e confere proteção
entre 90% e 98%, além de ser reconhecidamente eficaz e segura. Entretanto,
assim como qualquer vacina ou medicamento, pode causar eventos adversos.
Para algumas populações, a vacina é
contraindicada, como pessoas com alergia grave ao ovo; portadores de doença
autoimune; pacientes em tratamento com quimioterapia/radioterapia; crianças
menores de seis meses de idade e pessoas que vivem com HIV/Aids (com contagem
de células CD4 menor que 350 células/mm3). Para essas pessoas, a prevenção pode
ser feita com uso de repelentes e roupas de manga comprida, além de evitar
locais com evidência de circulação do vírus.
Outros grupos devem ser vacinados
somente se estiverem em áreas de risco, e antes devem ser avaliados por um serviço
de saúde para definir se há necessidade de vacinação. É o caso das gestantes,
mulheres que estão amamentando, idosos, pessoas que vivem com HIV; pacientes
que já terminaram o tratamento com quimioterapia/radioterapia e pessoas que
fizeram transplante.
Por isso, a orientação é que a
população siga rigorosamente as orientações do Calendário Nacional de Vacinação
e mantenha a caderneta de vacinação atualizada, que deve ser guardada junto aos
demais documentos pessoais.
No caso de perda da caderneta, o Ministério
da Saúde recomenda ao cidadão que procure o posto de saúde onde habitualmente
recebe as doses para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via do
documento. Caso isto não seja possível, a recomendação é colocar a vacinação em
dia, de acordo com a faixa etária e demais indicações.
CAMPANHA –
Na ultima quinta-feira começou a campanha para vacinação contra febre
amarela em municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com a
utilização da dose fracionada. No estado da Bahia, a data será no dia 19 de
fevereiro. Ao todo, 77 municípios adotarão a estratégia de fracionamento.
A adoção do fracionamento das vacinas
é uma medida preventiva e recomendada pela OMS quando há aumento de epizootias
(morte de macacos) e casos de febre amarela silvestre de forma intensa, com
risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional. A dose
fracionada tem apresentado a mesma proteção que a dose padrão. Estudos em
andamento já demonstraram proteção por pelo menos oito anos e novas pesquisas
continuarão a avaliar após esse período.
Camila Bogaz
Agência Saúde
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