O
governador Geraldo Alckmin vetou o Projeto de Lei “Segunda sem Carne” - que
proibia os estabelecimentos públicos de oferecerem à população a proteína
animal às segundas-feiras sob pena de multa – fez bem! Afinal, não é papel do
Estado interferir nas escolhas alimentares da população. Ele defendeu a ideia
ao dizer que cerceava o “direito das pessoas” e sua capacidade de “tomar
decisões sobre sua própria alimentação”. Está com toda razão.
Não é
função do Estado deliberar sobre o cotidiano das pessoas, ainda mais levando em
conta uma inciativa que ataca frontalmente nossa produção de proteína animal,
feita com qualidade, sustentabilidade, saudabilidade e campeã de exportações. A
carne alimenta e nutre, mas também auxilia a economia e transforma a vida do
produtor rural e de sua família, desconsidera-se a responsabilidade do produtor
rural, que vende o alimento que ele e sua família consomem e fez sua lição de
casa para não enfrentar problemas futuros de sanidade.
Nosso
papel, como Secretaria de Agricultura e Abastecimento, é estimular a oferta de
alimentos de qualidade e com saudabilidade, como temos feito a partir de
diversos programas seguindo orientação do governador Alckmin.
Ao proibir
seu consumo de forma impositiva, desconsidera-se fatores importantes como este.
Desvaloriza-se o árduo trabalho diário, com chuva, com sol, aos feriados e fins
de semana, que o pecuarista realiza em sua propriedade. Não é de modo
arbitrário que escolhas tão importantes devem ser feitas.
Respeitamos
a opção de quem não consome carne e todo tipo de produtos de origem animal.
Assim como é necessário que os adeptos dessas ideologias também respeitem quem
não concorda com elas e não as traz para sua vida. Não podemos interferir no prato
das pessoas.
É o que fazemos, por exemplo, com o Programa Aplique Bem, executado por nosso Instituto Agronômico (IAC), treinando aplicadores de agroquímicos para que esses produtos afetem o menos possível o equilíbrio ambiental. Desde 2007, já treinamos quase 60 mil pessoas em São Paulo, em outros Estados brasileiros e em países da África.
É o que fazemos, por exemplo, com o Programa Aplique Bem, executado por nosso Instituto Agronômico (IAC), treinando aplicadores de agroquímicos para que esses produtos afetem o menos possível o equilíbrio ambiental. Desde 2007, já treinamos quase 60 mil pessoas em São Paulo, em outros Estados brasileiros e em países da África.
Um trabalho
feito também via análise laboratorial dos alimentos realizada pelo Instituto
Biológico, que identifica se há algum defensivo em desacordo com a lei sendo
utilizado em determinada cultura. Também pelo IB, analisamos a conformidade dos
produtos comercializados pelo Ceasa Campinas.
Nosso
Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) recentemente foi contratado pelo
Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) com o objetivo de avaliar
se as compras de alimentos destinados à merenda escolar da cidade de São Paulo
seguiram as especificações técnicas definidas nos editais de aquisição para
garantir uma alimentação de qualidade aos nossos estudantes.
Além disso,
no Estado de São Paulo, há 22 anos não registramos nenhum foco de aftosa –
sendo que na última etapa de vacinação batemos um novo recorde de animais
imunizados contra aftosa e contra brucelose. O Estado é reconhecido pela
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa com
vacinação, situação sanitária resultado do trabalho de todo o setor pecuário
paulista.
É carne de
qualidade para o povo paulista e para alimentar o mundo via nossa fortíssima
exportação de proteína animal. O Brasil é líder e referência global na produção
de carnes, posicionando-se entre os primeiros exportadores de carne de aves (1º
lugar), bovina (2º) e suína (4º), além dos couros, genética e animais vivos. O
setor como um todo exportou US$ 18 bilhões em 2017.
Somos
também mundialmente reconhecidos pela OIE como área livre de Peste Suína
Clássica, não temos ocorrência de Influenza Aviária em nossas granjas e
enfrentamos de frente o problema do greening na citricultura para continuar
colocando suco de qualidade no copo das pessoas ao redor do mundo.
Para não
sermos vítimas de paixões que se tornam verdades, estamos também revendo a
legislação da agroindústria artesanal, confiando no produtor rural e em sua
responsabilidade para levar à mesa um alimento com saudabilidade. Não abriremos
mão de punições quando for o caso, mas não decidiremos algo tão importante sem
ouvir a cadeia produtiva.
Nossa
proposta de modernização da legislação contou com a participação dos envolvidos
em todos os elos da cadeia agroindustrial justamente para não sermos um governo
impositivo e fechado ao diálogo. Uma decisão tão importante não pode ser tomada
por um pequeno grupo, influindo na vida de tantas outras pessoas.
Uma dieta
equilibrada, com diversos tipos de carnes, uma rica salada com hortifrútis e o
acompanhamento de nosso tradicional arroz com feijão garante saúde, vida. Nosso
alimento é saudável e tem qualidade.
Bom
apetite!
Arnaldo Jardim - secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo e deputado federal PPS/SP (licenciado)
Site: www.arnaldojardim.com.br
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