quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Saiba como a nutrição equilibrada contribui para o crescimento das crianças



Muitas vezes o crescimento dos filhos acaba sendo um motivo de preocupação dos pais, principalmente quando a criança é mais baixa que os amigos da escola. Em 2015, o Banco Mundial descobriu que, globalmente, 23% das crianças menores de cinco anos possui uma estatura mais baixa do que o recomendado para a idade1. No entanto, a nutrição pode ser uma ótima aliada para melhorar esse quadro.


O CRESCIMENTO IMPORTA

Diversos fatores podem influenciar no crescimento inadequado de uma criança. E, por mais que possa parecer apenas uma questão física, ele também pode influenciar no aprendizado e no desenvolvimento infantil.

Para garantir que o desenvolvimento esteja em um padrão saudável, os médicos usam gráficos de crescimento pediátrico, que são séries de curvas que traçam os padrões de crescimento da criança junto aos dados populacionais. Qualquer queda considerável nesse nível pode ser motivo de preocupação. “Por isso, é sempre importante estar atento para detectar sinais de crescimento lento das crianças e, mais importante, ajudá-las a serem mais saudáveis por meio da nutrição equilibrada”, diz Patricia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil.

Um estudo recente2 mostrou que o crescimento lento não precisa ser permanente em crianças com idade acima de três e quatro anos. É possível recuperá-lo por meio da intervenção nutricional e aconselhamento alimentar. Além disso, foi constatado que:


·         As crianças que complementaram sua alimentação e consumiram duas porções por dia de suplemento nutricional mostraram recuperação do crescimento em peso e altura.


·         De acordo com os pais, as crianças também tiveram melhoras nos níveis de atividade física e redução no número de dias doentes.


Em outro levantamento3, após a recuperação, as crianças cujo crescimento não estava adequado apresentaram resultados de testes cognitivos similares às crianças que nunca tiveram nenhuma interferência para atingir o seu potencial de crescimento.

Confira aqui os nutrientes que auxiliam no crescimento das crianças listados por Patricia:


1. CALORIAS
Crescimento requer energia e é por isso que as crianças abaixo do peso precisam de calorias extras para se recuperar. Por isso, adicione calorias extras a estas recomendações para ajudar nos padrões de crescimento.


2. CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS E GORDURA
As calorias extras podem ajudar a aumentar o crescimento, mas é importante certificar-se de que estas calorias vêm de uma mistura saudável de carboidratos, proteínas e gorduras, principalmente as de fontes vegetais. Tenha em mente que os carboidratos e as proteínas contêm quatro calorias por grama, enquanto cada grama de gordura contém nove calorias.


3. FERRO
Durante períodos de crescimento, o corpo é altamente dependente do ferro, o que ajuda a fornecer oxigênio para as células do corpo. Por isso, aumentar a ingestão de ferro, tanto por meio de alimentos quanto de suplementos nutricionais, pode estimular o crescimento de crianças que estão com deficiência deste mineral4. O ferro pode ser encontrado em alimentos, como carnes (bovina, peixes, aves), feijões, ervilhas, cereais fortificados e folhas verdes escuras.


4. ZINCO
O aumento da ingestão de zinco pode ajudar as crianças pré-adolescentes que estão abaixo do peso a se recuperarem5. Carne, espinafre, camarão e feijão são fontes alimentares de zinco.


5. VITAMINA D
A vitamina do sol promove a formação e o crescimento saudável dos ossos. No entanto, 40% dos bebês e crianças saudáveis possuem níveis inferiores ao recomendado de vitamina D6. O ideal é ajudar a recuperar estes níveis com brincadeiras ao ar livre, e a ingestão de alimentos ricos em vitamina D, como leite/produtos lácteos e, se necessário, suplementação.







Referências:
1.        The World Bank. Prevalence of stunting, height for age (% of children under 5). Disponível em https://data.worldbank.org/indicator/SH.STA.STNT.ZS
2.        D. T. T. Huynh, E. Estorninos, R. Z. Capeding, J. S. Oliver, Y. L. Low, F. J. Rosales. Wiley Online Library. Longitudinal growth and health outcomes in nutritionally at-risk children who received long-term nutritional intervention. 2015. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jhn.12306/full
3.        Crookston BT1Penny MEAlder SCDickerson TTMerrill RMStanford JBPorucznik CADearden KA. National Library of Medicine National Institutes of Health. Children who recover from early stunting and children who are not stunted demonstrate similar levels of cognition. 2010. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20844188
4.        Michael Low, MBBS BMedSci, Ann Farrell, MBBS, Beverley-Ann Biggs, PhD, and Sant-Rayn Pasricha, PhD. National Library of Medicine National Institutes of Health.  Effects of daily iron supplementation in primary-school–aged children: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3832580/
5.        Kenneth H BrownJanet M PeersonJuan Rivera, and Lindsay H Allen.  The American Journal of Clinical Nutrition. Effect of supplemental zinc on the growth and serum zinc concentrations of prepubertal children: a meta-analysis of randomized controlled trials1,2,3. 2002. Disponível em: http://ajcn.nutrition.org/content/75/6/1062.full
6.        Dr Catherine M. Gordon, MD, MSc, Dr Henry A. Feldman, PhD, Mss Linda Sinclair, BA, Avery LeBoff Williams, BA, Dr Paul K. Kleinman, MD, Dr Jeannette Perez-Rossello, MD, and Dr Joanne E. Cox, MD. National Library of Medicine National Institutes of Health.Prevalence of Vitamin D Deficiency Among Healthy Infants and Toddlers. 2008. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3206624/





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