As doenças contagiosas, ocasionadas por vírus
ou bactérias, costumam ser motivo de preocupação; a boca pode ser a principal
porta de entrada
Beijar
estimula 29 músculos e queima em torno de 12 calorias. Porém, além do gasto de
energia, o beijo pode ser a brecha para algumas doenças contagiosas como, por
exemplo, a mononucleose, conhecida popularmente como doença do beijo. Causada
por um vírus da família da herpes, chamado Epstein-Barr (EBV), sua transmissão
ocorre através do contato com a saliva contaminada.
Segundo
Paulo A. Sampaio, clínico geral, do Hapvida Saúde, quando contraída na
infância, a patologia passa despercebida, já que a maioria das crianças não
manifestam sintomas. “A maior incidência está entre os 15 e 24 anos, faixa
etária que mais apresenta infecção sintomática. Após os 30 anos, a
ocorrência torna-se rara, uma vez que grande parte do grupo foi exposto ao
vírus em algum momento da vida”, explica o clínico geral.
O
período de incubação, intervalo de tempo desde a contaminação até o surgimento
dos primeiros sintomas, acontece em média de quatro a oito semanas. Os indícios
são similares a faringites, causadas por outros vírus e bactérias, e com a
síndrome da fadiga crônica. “Os sintomas típicos englobam febre, cansaço, dor
de garganta e crescimento dos linfonodos do pescoço (ínguas). A sensação de
cansaço prolongado, normalmente, pode surgir por reativações mais fracas do
vírus”, diz Sampaio.
A
transmissão do vírus Epstei-Barr acontece de humano para humano, através do
contato com a saliva. “Além do beijo, o contágio se realiza por intermédio da
tosse, espirro e uso em comum de objetos de uma pessoa contaminada, como copos
e talheres”, enfatiza.
De
acordo com Sampaio, o tratamento baseia-se nos sintomas e requer repouso. “Não
há medicamentos específicos para o vírus e o quadro costuma apresentar melhoras
espontaneamente em duas semanas. Em virtude do risco de ruptura do baço,
recomenda-se evitar exercícios físicos por pelo menos quatro semanas”.
Veja
as formas de prevenção contra a doença:
- Lavar bem as mãos sempre que estiver em locais públicos: o contato com a saliva e o muco infectado existe mesmo sem o ato do beijo. Basta colocar a mão contaminada próximo da boca. Por isso, recomenda-se lavar as mãos sempre que estiver em locais públicos. Isso pode ser essencial para evitar a contaminação;
- Conhecer melhor as pessoas antes de se relacionar: mesmo que isso não lhe dê garantias, pode reduzir as chances de contágio;
- Não compartilhar objetos pessoais como talheres, copos, escovas de dentes, entre outros;
- Não beijar uma criança na boca: o costume pode ser um ato carinhoso, mas não é nada higiênico. O hábito permite a transmissão de vírus, bactérias e cáries;
- Não colocar e/ou permitir que outras pessoas levem objetos infantis à boca, como chupetas, mordedores e mamadeiras;
- Não tossir ou espirrar perto de outras pessoas: se não for possível, coloque o rosto contra um objeto de forma que crie uma barreira. Pode ser a manga de uma blusa, um lenço ou tolha.
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