É cada vez maior o número de crianças que
frequentam clínicas oftalmológicas. Entre os problemas mais comuns, a miopia é
o mais recorrente. Ou seja, a criança tem dificuldade para enxergar com nitidez
tudo que não esteja próximo – o que, certamente, gera impacto na volta às
aulas, já que é preciso enxergar claramente o que o professor escreve no
quadro. Estudo realizado pelo National Eyes Institute (Estados Unidos)
mostra que a prevalência de miopia aumentou de 25% para 42% entre os
norte-americanos com idade entre 12 e 54 anos nas últimas três décadas. Apesar
de não poderem apontar uma causa exata para isso, os médicos acreditam que,
além da predisposição genética, o problema está relacionado com a fadiga ocular
proveniente do uso de computador e outros aparelhos tecnológicos.
Na opinião do oftalmologista Renato Neves,
diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (São Paulo), outro
fator importante para o aumento nos casos de miopia é o estilo de vida das
crianças. “Por diversas questões, como segurança, praticidade, ou até mesmo por
não ter alguém durante todo o dia para tomar conta delas, as crianças de hoje
em dia têm tudo muito próximo. Muitas passam o dia em espaços restritos, em que
o computador está perto, a televisão está próxima, bem como videogames,
smartphones, brinquedos etc. Essa falta de contato com espaços abertos, como
parques e praias – em que naturalmente olham mais para longe, para o horizonte
–, acaba descompensando um pouco a visão”.
O médico explica que a miopia ocorre quando o
olho é muito grande ou a córnea é muito curva, fazendo com que os raios de luz
sejam convergidos para um ponto anterior à retina. Ou seja, é necessária uma
lente esférica ‘divergente’ para direcionar os raios de luz à retina e permitir
que a pessoa enxergue bem as imagens. “A miopia geralmente começa na infância.
O míope costuma fechar um pouco os olhos para tentar enxergar melhor quando não
está usando óculos ou lentes. Essa é, inclusive, uma dica para os adultos
prestarem atenção. Se a criança cerra a vista para ver melhor alguma coisa que
está distante, tem algo de errado que deve ser investigado. Para a maioria das
pessoas, ela se estabiliza no início da vida adulta, mas há casos em que a
miopia continua aumentando ao longo do tempo”.
Outras queixas referentes à miopia incluem
dor de cabeça, sensação de cansaço nos olhos, irritação e vermelhidão ocular.
“Não são poucas as crianças que verbalizam a necessidade ‘descansar’ um pouco
os olhos antes de continuar a estudar ou até mesmo brincar”, diz o médico –
enfatizando que os pais devem dar ouvidos a esse tipo de queixa e buscar ajuda
de um especialista. “Quando o paciente é pequeno, os óculos são a melhor
solução – já que não requerem grandes cuidados e são mais fáceis de a criança
se adaptar. Já quando o paciente tem mais de 12 anos e demonstra ser capaz de
tomar todos os cuidados diários que as lentes de contato exigem, essa é uma boa
opção. Por fim, quando o oftalmologista percebe que houve uma acomodação no
grau, a cirurgia refrativa é um ótimo recurso para o paciente se ver finalmente
livre de óculos e lentes de contato. Hoje em dia o procedimento é rápido,
praticamente indolor e a recuperação se dá em curto espaço de tempo”.
Fonte: Dr. Renato Neves - médico oftalmologista, diretor-presidente
do Eye Care Hospital de Olhos,
em São Paulo - www.eyecare.com.br
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