Desde as primeiras civilizações, quando o homem
passou a cultivar a terra para plantar seu próprio alimento, a fertilização,
apesar de rudimentar, , já era uma prática comum, e se resumia no enterrio de
peixes junto das sementes. Com a modernização, os fertilizantes passaram a ser
sintetizados, o que possibilitou a produção agrícola em larga escala para a
alimentação de populações sempre crescentes.
Segundo
uma pesquisa realizada em 2016 pela Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção mundial de alimentos é suficiente
para suprir a demanda da população mundial, estimada em 7,6 bilhões de pessoas,
apesar de uma pequena parcela ainda viver em situação de fome, sem ter acesso
adequado aos alimentos. O aumento da produção e da produtividade da
maioria das culturas teve como componente importante o aumento no consumo e na
utilização mais eficiente de fertilizantes minerais.
Atualmente,
muitos questionamentos se referem à melhor fonte de fertilizantes, se natural
(orgânica) ou sintética . De acordo com Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do
International Plant Nutrition Institute (IPNI Brasil), a diferença está mais
relacionada à forma como são utilizados os fertilizantes do que à sua natureza,
já que ambos disponibilizam os mesmos elementos químicos para as plantas.
“É errado imaginar que a planta faz distinção entre o cátion proveniente do
esterco bovino e o cátion do superfosfato simples. A grande diferença entre as
fontes está na concentração de nutrientes. A adubação de uma lavoura de
arroz, por exemplo, demandaria a aplicação de toneladas de esterco por hectare.
Já com a utilização de fertilizante mineral seria preciso uma centena de
quilos”, explica Eros Francisco, ressaltando, ainda, que o advento do adubo
sintético barateou o preço dos alimentos.
A
agricultura moderna, de larga escala, depende fortemente do emprego de
fertilizantes minerais. Dr. Francisco cita, como exemplo, a ocupação do
cerrado, uma extensa área, com grande potencial agrícola, localizada no
Centro-Oeste brasileiro, cuja realidade produtiva foi viabilizada com o manejo
adequado da fertilidade do solo. Segundo Dr. Francisco, o solo do cerrado, de
fertilidade originalmente muito baixa, não permitia a produtividade
satisfatória de grãos sem o uso de fertilizantes e corretivos.
A longo
prazo, a pesquisa agronômica necessita desenvolver materiais genéticos mais
adaptados regionalmente, levando em conta as condições de solo e de clima, e
mais eficientes na conversão de insumos (energia, água e nutrientes) em
produção. “Além disso, os agricultores devem sempre adotar as melhores práticas
de manejo para aperfeiçoar o uso dos fertilizantes e demais insumos, mantendo o
foco na atividade nobre que executam de alimentar as pessoas e garantir um
lugar melhor para todos no futuro”, conclui.
Com o
objetivo de esclarecer e informar a sociedade sobre a importância dos
fertilizantes na produção de alimentos, bem como sobre sua utilização adequada,
a Nutrientes Para a Vida (NPV) reconhece que sem os fertilizantes não haveria
alimento suficiente para todo mundo.
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