Pesquisar no Blog

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Felicidade é um bom negócio



 Encontro internacional reuniu especialistas para debater a importância da felicidade no contexto profissional


A abrangência do significado de felicidade foi direcionada para sua relevância no meio organizacional no evento Encontro Internacional – Felicidade e Bem-Estar nas Organizações que ocorreu na última sexta feira (09/12) e sábado (10/12) no teatro Raul Cortez FecomércioSP, situado na zona sul da capital paulista.

Realizado pelo Instituto Movimento pela Felicidade e Instituto Vida Positiva, o encontro reuniu gestores e profissionais de RH de grandes empresas como Ypê e Elektro, além de psicólogos, jornalistas, professores e pesquisadores de diversos ramos. A pergunta “Como a felicidade pode ser aplicada no meio organizacional?” foi o foco do evento, mas este não se limitou a apenas uma didática técnica e bem elaborada, mas também com ênfase no humor, música, descontração e, em alguns momentos, com interação direta da plateia. 

Introduzindo o que é felicidade, Susan Andrews, Psicóloga e Antropóloga formada pela Universidade de Harvard, detalha que trata-se de uma ciência hedônica do bem estar e não pura e simplesmente do prazer. Ela relata que uma pessoa feliz tem nove anos a mais de vida, melhor funcionamento cerebral e maior produtividade em empresas.

Felicidade caminha lado a lado com simplicidade, segundo Benedito Nunes, fundador do Instituto Movimento pela Felicidade. Cabe a cada um adquirir a habilidade de aprender a ser feliz. Perda de valores como o amor, o desenvolvimento pessoal e a espiritualidade em prol da prosperidade material, pode afetar negativamente a felicidade, segundo Edina Bomsucesso, psicóloga e mestre em Administração.

O esforço de cada um nesse sentido requer uma mudança interna, na forma de pensar, de julgar e especialmente de conviver, completa Edina. A empatia também é uma ferramenta importante, conforme explica Gaya Machado, Mestre em comunicação e especialista em Psicologia Positiva. “Quando você cria uma zona livre de críticas e pratica a empatia, as pessoas estão abertas para a sua comunicação”.

De acordo com a Psicologia Positiva, felicidade é a somatória de três fatores: 50% genética, 10% circunstâncias e 40% atividades. Andrea Perez, Membro-Fundadora do Instituto Brasileiro de Psicologia Positiva, afirma que no contexto organizacional existe uma grande preocupação com o saneamento de competências e deficiências no lugar do favorecimento da potencialização dos melhores benefícios dos recursos humanos. 

A ideia de que existe uma vida fora do trabalho é ressaltada por Márcio Fernandes, presidente da Elektro. “As pessoas encontram mais estímulo e assim podem otimizar os momentos de felicidade”, explica ele. Márcio afirma que seguir a voz do coração é uma forma de fazer diferente e que, acima do dinheiro, ficam a experiência e as histórias a serem compartilhadas com outras pessoas.

A ansiedade hedônica, simplificada como o medo de não ser feliz é uma grande barreira a ser superada em busca da felicidade, segundo Alexandre Teixeira, Jornalista e Escritor, formado pela Cásper Líbero. Em linhas gerais, o jornalista acredita que o pertencimento e o propósito do profissional são as premissas a serem levadas em consideração para quebrar paradigmas dentro do mercado de trabalho.

“Pertencimento é o desejo de fazer parte de alguma coisa que seja maior que nós mesmos, é o prazer que sentimos quando fazemos parte de uma equipe que está remando em uma mesma direção. E o propósito é o anseio de que esta direção em que estamos remando seja algo virtuoso que deixe um impacto positivo para as pessoas que a gente atende, para as comunidades que atuamos e para a sociedade de uma maneira geral”.


Frederico Machado CEO da F2A Consultoria e da Mentoryou cita uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Harvard que detalha que 37% das pessoas felizes produzem mais, 31% possuem maior poder de venda e são três vezes mais criativas do que aquelas que não são felizes. O gestor explica as consequências que a infelicidade dos funcionários pode causar a longo prazo.

“Com a infelicidade, os funcionários estão ficando doentes tornando o mundo corporativo doente. Alcoolismo, obesidade, depressão, síndrome do pânico, tudo isso convive com as empresas de uma forma muito forte. Dessa forma, as pessoas faltam mais, vão mais ao médico, com uma doença que as vezes não existe fisicamente mas sim mentalmente.”

Presidente do Instituto Vida Positiva, Diana Dahre, destaca algumas dicas pontuais para ter uma vida mais feliz: Ficar perto das pessoas que você gosta, como amigos e familiares, praticar exercícios físicos pelo menos 30 minutos por dia, se alimentar bem e ter pensamentos positivos.

Partindo deste pressuposto, Cooperativas buscam alavancar programas de lazer para os funcionários com o intuito de motiva-los a e manterem o bem estar dentro do ambiente de trabalho. Luciana Pizaia Sakai e Kelly Cristina citam exemplos aplicados pela unidade de Maringá (PR) do SICOOB, no qual atuam, como clube de bicicletas, clube de corrida, times de futebol, recepção personalizada para um profissional recém contratado, entre outras medidas.

Edson Oliveira, Sócio Diretor da Melt Comunicação, detalha que algumas empresas utilizam do sistema de neuromarketing para medir o índice de felicidade de cada funcionário. O funcionário é colocado em equipamentos de medição neurocientíficas, estimulando-o visualmente ou por outros meios, verificando a resposta fornecida por ressonância eletromagnética, constatando qual o sentimento da pessoa, se está feliz, triste, enjoada etc.

Observando a felicidade sob uma nova perspectiva, a médica e escritora infantil, Floriana Bertini dedicou seu tempo para contar histórias e entreter a plateia, expondo o sentimento através da imaginação e da atuação teatral. Já o empresário chileno Roberto Corona reforçou a importância do sorriso e do contato humano por meio de sua galeria de fotos de seu projeto Collecting Smiles (Colecionando Sorrisos).

O encontro evidenciou a necessidade de compreender a felicidade como um todo para que esta seja introduzida dentro do meio organizacional. A conexão entre seres humanos é o principal combustível para mover a sociedade em prol de um mundo melhor em qualquer segmento da vida, tanto para o sucesso individual quanto para o coletivo. O psicólogo norte-americano Martin Seligman foi citado no evento onde ele define os pilares do bem estar pessoal.

“É preciso formar pessoas em negócios positivos onde produza-se o que importa ao bem-estar, a realização positiva, emoção positiva, engajamento, sentido e relações positivas”.


  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados