Pesquisar no Blog

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Março Lilás: prevenção do câncer de colo de útero

                              Quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, o de colo de útero pode ser prevenido

 

 Dra.  Mariana Rosário 

Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, alerta: quando detectado no começo, o câncer de colo de útero pode ser tratado com sucesso. Para jovens, existe a vacina contra o HPV e, para quem porta o vírus, os exames de rotina são fundamentais

 
Em março, todo o mundo chama a atenção para uma doença que causa 311 mil óbitos femininos em todo mundo: o câncer de colo de útero. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer – Inca, que informa que, no Brasil, em 2020 foram estimados 16.710 casos da doença, a quarta maior causa de morte por câncer em mulheres no país, sem considerar tumores de pele não melanoma*.

Para a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, “toda mulher precisa fazer o Papanicolau anualmente, um exame que detecta a presença de doenças no aparelho reprodutor. A partir do momento em que a mulher é contaminada pelo HPV, ela necessita ficar ainda mais atenta, fazendo a vulvoscopia e a colpocitologia oncótica, que são exames simples, realizados no mesmo momento do Papanicolau, mas que têm a função de verificar se o HPV está ativo no organismo, causando lesões. Se aparecerem sintomas, é preciso cauterizá-las, com o uso de métodos adequados, como laser ou ácidos, para que o problema não avance e o câncer apareça”, diz a médica.

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Trata-se de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) muito temida porque o vírus é causador de 99% dos casos de câncer de colo de útero. “Quando as pessoas têm relações sexuais desprotegidas, elas estão expostas ao contágio por diversas doenças – e o HPV é uma delas. A partir da exposição ao HPV, podem surgir verrugas genitais (condilomas genitais ou condilomas acuminados), que indicam a presença do vírus, lesão pré-maligna de câncer (também chamada de lesão precursora), vários tipos de cânceres, como os do colo de útero, vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe, bem como a Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR)”, informa a médica.

A doença também pode permanecer assintomática, manifestando-se ou não ao longo da vida. O que se sabe é que quem foi contaminado pelo HPV torna-se um potencial transmissor do vírus. E, apesar de as estatísticas apontarem que 10% dos homens ou mulheres terão esse tipo de verruga ao longo da vida, realmente esse número pode ser maior, devido ao fato de muitas pessoas não manifestarem a doença, mas a transmitirem a outras. Por isso, cada vez mais, o uso do preservativo é tão importante.

“Basta uma relação íntima para que você seja contaminada pelo HPV. Esse é um vírus altamente contagioso e sua transmissão se dá pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Assim, o toque da mão ou da boca com o órgão genital ou o próprio ato sexual podem gerar o contágio – sem que haja, necessariamente, a penetração”, diz ela.

O diagnóstico do HPV é realizado por exame clínico, em consultório, com confirmação por Papanicolau, colposcopia e vulvoscopia, além de hibridização in situ, captura híbrida e PCR. Também se realiza o Teste de HPV de Alto Risco, um exame que consegue assegurar a presença do vírus mesmo em mulheres sem sinais ou sintomas da doença.

Não existe um tratamento específico para eliminar o Papilomavírus humano do organismo. Ele pode desaparecer espontaneamente ou ficar latente pela vida inteira, manifestando-se quando a imunidade baixa. Quando aparecem verrugas genitais, o tratamento é individualizado, variando conforme a opção médica, o tamanho, a quantidade e a localização das lesões e as condições financeiras da paciente, porque há tratamentos que o SUS não oferece ou até os convênios não cobrem.

Assim, existem o laser, a eletrocauterização, a aplicação de ácido tricloroacético (ATA) e a adoção de medicamentos que melhoram o sistema imunológico. Em casos de câncer, até mesmo a cirurgia é adotada.


Vacina

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece a vacina para os seguintes grupos:

- Meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;

- Portadores de HIV;

- Pessoas transplantadas na faixa etária dos nove aos 26 anos e que façam acompanhamento médico.

A vacina é ministrada em duas doses, sendo a segunda realizada passados seis meses da primeira dose. Os portadores de HIV e transplantados têm direito a receber três doses, com intervalos de 0, 2 e 6 meses. Os demais grupos etários podem ter acesso às vacinas nos serviços privados, desde que tenham indicação médica. Nos serviços privados, são três doses ministradas, em intervalos de 0, 2 e 6 meses.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mulheres entre 9 e 45 anos podem receber a vacina quadrivalente, bem como as de 9 a 25 também podem receber a bivalente. Os homens entre 9 e 26 anos têm como recomendação apenas a vacina bivalente. Ainda de acordo com a Anvisa, as clínicas não estão autorizadas a vacinar pessoas fora dessas idades estabelecidas.

As duas vacinas têm maior indicação para meninas e meninos que ainda não começaram a vida sexual e é nesse período que a proteção tem maior resultado.

A vacina de HPV não cobre todos os tipos de vírus existentes, mas previne contra os quatro principais tipos, sendo dois específicos para as verrugas genitais e anais e os outros dois vírus responsáveis pelo desenvolvimento de câncer.

Mesmo para aquelas pessoas que já foram infectadas por um tipo de vírus, a vacina ainda é indicada, pois pode prevenir de outros diferentes com os quais ainda não tenha tido contato anterior.

*veja detalhes acessando o site do Inca: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude

 



Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979


Estudos indicam que os exercícios físicos previnem doenças degenerativas

Dra. Georgia Zattar explica como a atividade física pode ajudar no combate e na prevenção de doenças

 

Todo mundo sabe que a prática de atividades físicas traz diversos benefícios à saúde. Além dos resultados estéticos, movimentar o corpo faz bem para o coração e para a mente, pois ajuda no controle da ansiedade e do estresse. O que pode ser uma novidade é que o exercício físico também serve para prevenir doenças degenerativas.

Estudos indicam que a atividade física gera efeitos protetores em quase todos os órgãos do corpo, o que estimula a prevenção. A médica Dra. Georgia Zattar, tira duvidas sobre essa relação.


De que forma o exercício físico previne as doenças degenerativas?

É fato que a atividade física possui benefícios para a saúde, bem estar e estética. Durante o exercício temos um aumento da demanda metabólica do musculo esquelético em contração, com isso há uma alteração da homeostase do corpo todo resultando em efeitos sistêmicos positivos para a prevenção de doenças. Após repetidos desafios, ocorrem adaptações que estão associadas à melhoria da saúde e do bem-estar.

Em outro estudo, foi demonstrado que vesículas extracelulares (EVs) são liberadas na circulação durante o exercício como um meio potencial para comunicação entre tecidos, incluindo os do cérebro. "Portanto, esses EVs liberados durante o exercício podem ser um mecanismo pelo qual a atividade física regular pode retardar ou prevenir doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer, declínio cognitivo relacionado à idade e demência vascular".


Quais das doenças degenerativas são prevenidas?

Uma revisão sistemática da Psychol Med com estudos epidemiológicos e prospectivos mostraram que os exercícios reduzem os riscos de demência e Doença de Alzheimer em 28% e 45%, respectivamente. Está bem estabelecido que novos neurônios são capazes de crescer dentro do giro denteado do hipocampo e foi demonstrado em roedores que a atividade física é capaz de aumentar a neurogênese, com exercícios que mais do que dobram a produção de novos neurônios.


O exercício físico também funciona como um tratamento para os pacientes já diagnosticados com esse tipo de doença?

Evidências crescentes de que o exercício pode levar à descoberta de uma série de novas terapias que podem ter como alvo uma ampla gama de condições crônicas, incluindo distúrbios neurodegenerativos. O exercício demonstrou ter efeitos anti-inflamatórios no cérebro que se correlacionam com a função cognitiva. A redução de mediadores inflamatórios e o aumento dos anti-inflamatórios promove melhor resposta ao tratamento e melhora da função cognitiva.


Vale qualquer exercício físico ou algum tipo é mais efetivo do que o outro?

Qualquer exercício físico é valido e tão importante quanto isso é a constância dos hábitos. O sobrepeso hoje é uma pandemia mundial e a projeção é que em 2025 haja 2.3 bilhões de pessoas com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos se nenhuma atitude for tomada. Na obesidade e sobrepeso ocorre uma mudança no compartimento dos monócitos pró-inflamatórios (M1) que podem contribuir para o desenvolvimento de inflamação de baixo grau e aumento de monócitos imunossupressores que podem contribuir para o desenvolvimento de câncer por exemplo. Toda essa inflamação crônica aumenta o risco de outras doenças inflamatórias como por exemplo doenças degenerativas.

A inatividade física é um dos fatores de risco mais fortes que contribuem para doenças crônicas, as quais representam a maior parte de doenças em todo o mundo sendo um dos maiores preditores de mortalidade. Hoje, o Brasil está na 5ª posição no ranking mundial de sedentarismo e lidera o status na América do Sul, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).


Quais outras práticas evitam o surgimento dessas doenças?

Todos os 6 pilares da Medicina do estilo de Vida promovem prevenção de doenças. São eles: Controle de tóxicos, controle de estresse, alimentação, atividade física, relacionamentos e sono. Contudo essa não é a realidade da maior parte dos sistemas de saúde do mundo. A abordagem convencional costuma tratar a doença quando ela aparece e através da prescrição de medicamentos, os quais, em inúmeros casos, causam mais danos do que benefícios. O The Institute of Medicine relatou ao The Wall Street Journal que uma abordagem holística dos cuidados de saúde que utiliza o melhor da medicina convencional, juntamente com terapias alternativas, como meditação, yoga, acupuntura e fitoterápicos, foi cientificamente documentada como efetiva.


Infertilidade e depressão: entenda as consequências da síndrome do ovário policístico

Pixabay
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica, em que há desequilíbrio causado pelo aumento da produção de hormônios masculinos no corpo feminino. As causas ainda não são conhecidas, mas conforme especialistas, podem envolver uma mistura de genética, comportamento e estilo de vida com fatores do ambiente.   

Em alguns casos, a suspeita é de que a doença esteja relacionada ao excesso de produção de insulina que pode estar ligada a uma inflamação interna. Entre as funções do hormônio, está dar o sinal para os ovários produzirem testosterona.   

O ovário policístico é uma síndrome tratável e muito comum, que atinge de 5% a 10% das mulheres em idade fértil. Ao mesmo tempo, é subnotificada. Especialistas apontam que sete entre dez não sabem que a possuem e, por isso, não recebem o tratamento adequado. 

A SOP está associada a impactos na saúde da paciente a curto e longo prazo. Pode levar ao aumento de risco para desenvolvimento de outras doenças como depressão e ansiedade, câncer de endométrio, ataque cardíaco, diabetes tipo 2, apneia do sono, doenças cardiovasculares, acúmulo de gordura não alcoólica no fígado. 

É importante conscientizar as mulheres a respeito da SOP, para que ocorram diagnósticos que levem à medicação adequada, que contribui para prevenir riscos à saúde a longo prazo.  


Sintomas de ovário policístico   

Conforme os estudos médicos, para se chegar ao diagnóstico, além da exclusão de outras patologias, a mulher deve apresentar pelo menos dois sintomas combinados. O primeiro deles é o hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, ou seja, o excesso de hormônios masculinos no organismo que pode causar crescimento de pelo facial e corporal e cabelo ralo. 

A irregularidade menstrual aparece em 85% das pacientes diagnosticadas. Outro sintoma é a anovulação, que é a ausência de ovulação, quando o óvulo não é liberado pelo ovário e não pode haver fecundação. Por último, pode haver aumento do volume ovariano ou alteração na morfologia dos ovários com a presença de cistos que parecem saquinhos.  

Além deles, outros sintomas são acne e problemas de pele, dificuldade de fertilidade, aumento de peso especialmente em torno do abdômen e resistência contra a insulina. Neste caso, há maior predisposição aos sintomas e às complicações da doença.   

Os sintomas podem aparecer na primeira menstruação ou se tornarem aparentes com o tempo, em especial, após ganho de peso.  


Diagnóstico da SOP  

O ginecologista pode desconfiar de síndrome do ovário policístico se houver dois dos principais sintomas presentes. Diante disso, irá questionar sobre o histórico médico, menstrual e familiar da paciente.   

Na investigação, são solicitados exames de sangue para conferir os níveis dos hormônios testosterona, TSH, prolactina e o teste de açúcar no metabolismo. Os hormônios ajudam a identificar as possíveis causas, entre elas, a SOP.  

A mulher também deve fazer exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal ou um ultrassom pélvico para ter detalhes do estado de ovários e do útero.  


Tratamento da síndrome  

Em linhas gerais, o objetivo do tratamento é restabelecer a ovulação regular para ajudar a minimizar os sintomas. Para isso, o especialista tende a optar por duas abordagens: uso de medicamentos e a implantação de mudanças no estilo de vida.  

Podem ser receitados anticoncepcionais, remédios antidiabéticos e antiandrógenos para ajudar a equilibrar os hormônios, além de opções para regular o açúcar no sangue. Para obter o resultado positivo, a mulher deve implantar mudanças optando por uma dieta equilibrada, exercícios físicos e busca por um estilo mais saudável de vida.   

O diagnóstico precoce permite que as pacientes recebam o tratamento adequado e individualizado, para minimizar os sintomas e prevenir complicações no futuro. 


Cuidados com a coluna durante o Home Office e ensino em casa

Especialista reúne dicas sobre ergonomia para minimizar riscos à saúde da coluna de adultos e crianças


Há praticamente um ano, a rotina de muitas pessoas mudou: mesa de jantar, sofá e cama se tornaram escritório e sala de aula para boa parte da população brasileira, que se adaptou como deu com a chegada da pandemia da Covid-19. No entanto, o que era pra ser uma questão temporária ganhou fôlego e o cenário de trabalho e ensino remotos ainda deve permanecer por mais algum tempo. “Quando começou a pandemia, a gente achou que fosse durar dois ou três meses e nesse período trabalhar ou estudar no sofá pode até dar certo. Só que por mais de um ano, a mesa de cozinha já não é mais tão legal nem para o  adulto trabalhar, nem para a criança estudar”, explica Juliano Fratezi, médico ortopedista especialista em coluna, pós-graduado em dor pelo IEP-Hospital Sírio Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). 

O médico alerta que os problemas posturais já estão afetando a saúde de crianças e adolescentes e aumentando o número de queixas no consultório. “São crianças com 9 ou 10 anos que passaram a apresentar dores na cervical e na lombar, coisa que não víamos antes”, afirma o médico. Com isso, medidas para evitar e amenizar dores e lesões causadas pela má postura ao trabalhar e estudar em casa se mostram cada vez mais importantes.

O ortopedista esclarece que logo no início da jornada é possível observar o desconforto causado pela tensão muscular. “Em meses e anos de má postura, identificamos as cifoses - o aumento da curvatura da coluna torácica (a famosa corcunda) - , o pescoço é projetado para frente, sobrecarregando os ombros e também a coluna lombar”, indica Fratezi. “A má postura frequente pode causar a deformidade mais permanente e mais difícil de tratar depois”, ressalta. Além de desvios como a cifose,  pode ocorrer também a sobrecarga dos discos, aumentando as chances de surgimento de hérnias de disco, principalmente nas regiões cervical e lombar.  

 

Como evitar dores e lesões?

As principais medidas preventivas são simples e podem ser facilmente adotadas em casa e valem tanto para adultos como para crianças. 

  • Cadeiras devem ter o apoio  para os braços e também para a lombar;
  • A altura da mesa e da cadeira devem ser compatíveis com a altura da criança ou do adulto. “Muitas vezes o assento deve ser elevado ou a mesa mais baixa, de acordo com sua estatura”, afirma o médico. 
  • As telas devem ficar ajustadas na altura dos olhos, para evitar que a pessoa projete a cabeça para frente. “Às vezes, improvisar com uma simples caixa ou comprar um suporte simples para colocar entre o monitor e a mesa já garantem a altura correta”, explica Fratezi. 


Atividades físicas são essenciais em todas as idades

Outro fator importante para evitar dores e lesões são as atividades físicas. O ortopedista afirma que uma boa medida de prevenção é incluir atividades físicas que fortaleçam a musculatura que oferece suporte à coluna. “Uma prática bem orientada, de duas a três vezes por semana, contribui para a qualidade de vida de qualquer pessoa”, avalia o médico. O especialista em coluna recomenda o Pilates como uma opção de atividade e reforça a importância da participação dos pais na rotina. “As crianças se dão bem no Pilates e eu indico para os pais fazerem os exercícios juntos com os filhos, principalmente quando eles também estão sedentários, ainda mais neste período de pandemia”, explica. O médico aponta, ainda, que para crianças menores, as atividades devem ser mais lúdicas, diferente dos adultos, mas que ainda assim cumprem bem este papel de alongamento e fortalecimento. “Essas brincadeiras estimulam o desenvolvimento neuropsicomotor ao mesmo tempo que divertem as crianças”, esclarece o ortopedista. 


Atenção aos detalhes podem ajudar pais e crianças

Com a maior exposição das crianças às telas, Fratezi ressalta que os pais se atentem à postura das crianças diante de tablets, computadores, celulares e televisão. “Lembrando que o tempo de telas deve ser o mínimo de acordo com a faixa etária da criança”, aponta o especialista. Quanto ao retorno às aulas presenciais, o médico recomenda monitorar as mochilas das crianças e adolescentes. “As mochilas não devem ultrapassar 10% do peso da própria criança”, alerta o ortopedista Juliano Fratezi. “É preciso lembrá-los de sempre apoiar a mochila nas duas alças ou, então, optar pelas bolsas com carrinhos”, pontua o especialista.


Como cuidar da saúde através do tipo sanguíneo

Heloísa Bernardes dá dicas e alerta sobre as tendências imunológicas do sangue



A dieta do tipo sanguíneo tem forte influência no bom funcionamento do organismo. Ela pode determinar a eficiência do metabolismo e do sistema imunológico, promovendo o bem-estar, diminuindo o peso e fortalecendo a saúde a partir de uma mudança de hábitos alimentares.


O intuito é ter uma melhor alimentação para benefício do corpo, o que não significa que comer “errado” a vida toda, seja sinônimo de pouca expectativa de vida, é o que explica a especialista em terapia ortomolecular, Heloísa Bernardes.

 “A alimentação que não está de acordo com o tipo sanguíneo acaba por exigir demais do organismo, justamente por demorar mais tempo para metabolizar os alimentos, fazendo com que a sua força vital vá diminuindo”, afirma Heloísa.


De acordo com a especialista, o tipo O, por exemplo, se dá bem com as carnes, mas não com o glúten. Já para o tipo A, que é vegetariano, tem como “veneno” a carne vermelha. Ele se dá melhor com frutas e vegetais. O sangue B, mais variado, é o único que pode usar o leite como um alimento, sem medo de sacrificar o pâncreas, e pode comer tanto carnes, quanto vegetais. Por outro lado, ele não se dá tão bem com o frango, podendo gerar gases, indigestão e acaba exigindo demais do organismo para ser metabolizado. O conhecimento sobre os tipos sanguíneos classifica o tipo B como o sangue dos milionários – afinal, rico é quem tem saúde.


Já o sangue tipo AB possui certa incerteza. É ideal que se observe para descobrir se o indivíduo AB tende mais para o tipo A ou o tipo B. Dessa forma, pode-se preparar uma dieta adequada. Heloísa alerta para algumas propensões dos tipos sanguíneos. O tipo O, segundo a especialista, tem mais tendência à diabetes e o sangue A, as viroses. Isso vem sendo investigado, inclusive, no tratamento contra a Covid-19. Pesquisas já indicam que 80% das pessoas que faleceram com coronavírus eram do tipo sanguíneo A.


Heloísa Bernardes lista alguns alimentos que podem ser indigestos, de acordo com o tipo sanguíneo. Para o tipo O, se apresentam nocivos: carne de porco, iogurte, leite de vaca, farinha branca, café e refrigerante, por exemplo. Já para o tipo A, a carne de boi, camarão, manteiga, cerveja e licor, se encontram entre os vilões. O sangue B, por sua vez, encontra no frango, um risco maior de adquirir peso. E por fim, queijo provolone e parmesão não são recomendados para compor a mesa do tipo AB.


“Se você conhecer bem o seu tipo sanguíneo, tudo na sua vida vai mudar. Com o tempo, no máximo em cinco meses, você consegue otimizar o seu sistema imunológico e a sua força vital”, conclui a terapeuta, autora do livro Você e Seu Sangue da Editora Planeta do Brasil.


CÉLULAS-TRONCO AUXILIAM NO TRATAMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Material biológico é a esperança para pacientes com problemas cardíacos

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardíacas representam, hoje, a principal causa de mortes no Brasil, já tendo vitimado aproximadamente 43 mil pessoas em 2021 e podendo chegar a 400 mil até o fim do ano, segundo estatísticas da entidade.

No entanto, estudos recentes envolvendo o uso de células-tronco também mostram que essa é a esperança de pacientes com algum tipo de deficiência no coração, como afirma o Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP . "A partir dessas células, coletadas do próprio paciente (que muitos já coletaram preventivamente), é possível gerar novas células e substâncias químicas compatíveis biologicamente que regeneram diferentes tecidos do corpo, incluindo o cardíaco".

Entre os principais resultados conquistados pela terapia celular, destacam-se a melhora na capacidade de bombeamento do sangue e estímulo da proliferação de vasos sanguíneos; redução no tamanho do tecido cicatrizado em até 40%; melhora na função cardíaca e, consequentemente na qualidade de vida, além da reparação da área danificada do coração, melhorando assim, a função do órgão. 

O especialista ressalta ainda que pesquisas como essa vem sendo realizadas há tempos, mas que recentemente o tratamento começou a ganhar força. "A terapia com células-tronco já é uma realidade e a ideia é que ela passe a ser reconhecida cada vez mais nos diversos campos da medicina. Para isso, é de extrema importância que a população se conscientize do quão importante é esse material. Infelizmente grande parte dos materiais ricos em células-tronco, tais como o sangue e o tecido do cordão umbilical, ainda não são extensivamente coletados", diz Tatsui.


 

Criogênesis

https://www.criogenesis.com.br


Hipo e hipertireoidismo podem afetar a saúde psíquica

Sintomas vão de depressão a crise do pânico

Dosagem hormonal correta ou cirurgia são alguns dos tratamentos

 

O hipo e o hipertireoidismo, além de causarem diversas disfunções no organismo, podem também afetar a saúde psíquica da pessoa, levando a um quadro semelhante à depressão.

O hipotireoidismo torna o metabolismo e o raciocínio mais lentos, causando sonolência, falta de ânimo, cansaço, discreto ganho de peso e inchaço. O tratamento é feito com a reposição do hormônio tireoidiano chamado levotiroxina, medicação de baixo custo, disponível em todas as farmácias e que não provoca efeitos colaterais.

Já o hipertireoidismo está associado a aceleração do metabolismo, causando irritabilidade, aceleração do pensamento, perda de peso significativa, insônia e palpitação. O tratamento é feito com medicamentos chamados antitireoidianos, que têm como objetivo diminuir a produção do hormônio da tireoide. “Nos casos em que a medicação não é suficiente, está indicada a cirurgia para a retirada da glândula tireoide e o radioiodo, tratamento com iodo radioativo, que destrói a glândula”, explica a endocrinologista Lorena Lima Amato.

A especialista explica ainda que tanto o hiper quanto o hipotireoidismo, se não diagnosticados e tratados ou com a dosagem errada da medicação, podem levar – além da depressão – à crise de pânico, estresse, irritabilidade e ansiedade.

 


Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.

 https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Dia Mundial da Obesidade faz Brasil e o mundo virarem sua atenção para doença que agrava quadro de covid-19

Se a obesidade pode agravar infecção causada pelo novo coronavírus, por sua vez, desdobramentos da pandemia podem piorar a obesidade


O Dia Mundial da Obesidade é no próximo 4 de março. O Brasil tem motivos de sobra para olhar com atenção para esta data e refletir a respeito da doença que se alastra como uma epidemia no país e no mundo. Para ser ter uma ideia do crescimento da obesidade em solo brasileiro, entre 2014-2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou a primeira edição da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), na qual foi constatada que 20,8% dos brasileiros estavam obesos. Cinco anos depois, em 2020, lançou a segunda edição da PNS, e a porcentagem de brasileiros com obesidade havia saltado para 25,7%.

Por si só, estes números são alarmantes. Em tempos de pandemia pelo novo coronavírus, o quadro acima descrito causa muito mais preocupação, já que a obesidade é um dos fatores de risco para agravamento da covid-19. O médico endocrinologista, especialista em tratamento de obesidade, Rodrigo Bomeny, explica que desde o início do espalhamento da doença, na China, estudos daquele país já demonstravam que pacientes obesos apresentavam maior risco de desenvolver quadros.

Posteriormente, conforme Bomeny, com o avançar da doença na Europa e nos Estados Unidos, foram desenvolvidos novos estudos que também atestavam isso. “Recentemente, foi publicado um estudo francês, com uma análise retrospectiva dos pacientes que tiveram quadro de covid-19 e constatou-se que quem tem obesidade apresenta um risco cerca de oito vezes maior de ventilação mecânica”, diz.

Tal fato não significa, contudo, que todas as pessoas com obesidade, se contraírem a covid-19, desenvolverão quadros graves. A idade avançada continua sendo o maior fator de risco. Jovens, que em condições normais, são menos suscetíveis ao agravamento da doença, correm mais risco quando são obesos. Em relação ao gênero, homens têm mais chances de necessitarem de internação e ventilação que mulheres.

A obesidade é uma doença multifatorial, mas um dos aspectos de maior relevância para seu desenvolvimento é a alimentação. No artigo “Obesity and Covid-19 in Latin-America: a tragedy of two pandemics”, em português, “Obesidade e Covid-10 na América Latina: uma tragédia de duas pandemias”, publicado na Obesitu Review, a mais influente revista científica do mundo com foco na obesidade, a Federação Latino-Americana de Obesidade (FLASO), afirmou que nos últimos anos a América Latina viu um crescimento acentuado da doença entre as classes menos favorecidas. E um dos motivos, conforme o artigo, parecer ser a má alimentação, já que também foi constatado um aumento do consumo de alimentos ultraprocessados nessas classes.

Além de engordativos, por terem mais calorias, os alimentos processados ainda são pouco nutritivos, o que em contexto de pandemia de covid-19, torna o quadro ainda pior, podendo tornar a saúde da pessoa mais frágil e, consequentemente, mais vulnerável a complicações.

Se a obesidade é o fator de risco para agravamento da infecção causada pelo novo coronavírus, por sua vez, os desdobramentos da pandemia (isolamento social, crise econômica e perda de empregos) podem ser agentes causadores e de piora da obesidade. Isto porque acarreta ao maior consumo de alimentos industrializados, processados e ultraprocessados, grosso modo, mais caros.

“Manter o peso saudável já é difícil em tempos normais, mas parece ter ficado muito mais difícil em meio às mudanças radicais durante a pandemia”, enfatiza o médico endocrinologista. De acordo com Bomeny, o resultado de uma pesquisa online no Reino Unido atesta a dificuldade. No levantamento, feito com mais de 800 adultos, 63% dos entrevistados relataram dificuldade em manter o peso durante a pandemia.

O médico endocrinologista cita os principais fatores de risco associados ao ganho de peso durante a quarentena, inerentes ao isolamento social, ao confinamento, à rotina de home office e ao estado de ansiedade gerado pela doença. São eles: sono inadequado; lanches após o jantar; falta de restrição alimentar; alimentação em respostas ao estresse; e redução da atividade física.

Estar ciente de que a obesidade é morbidade que contribui para complicações no quadro infeccioso da covid-19 não significa de que se deve culpar o paciente obeso, como se quisesse dizer que a responsabilidade é só dele. Bomeny ressalta que a obesidade é uma doença. “Crônica e recorrente, ela resulta de alterações hormonais, sendo influenciada diretamente por questões ambientais e comportamentais”, explica.

Conforme Bomeny, reconhecer obesidade como doença é importante para pacientes se sentirem mais confiantes em buscar tratamento e para que medidas públicas mais eficientes sejam implementadas pelos governos. A obesidade é uma pandemia que não deve ser lembrada somente durante outra pandemia. Trata-se de condição que é fator de risco para muitas outras doenças, como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, esteatose hepática (gordura no fígado) e síndrome metabólica.

 


Rodrigo Bomeny - Especialista em emagrecimento, Rodrigo Bomeny é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com residência em clínica médica e em endocrinologia e metabologia pela mesma instituição de ensino.


Perda auditiva atinge os homens mais cedo

Hormônio feminino protege a audição, segundo pesquisa

 

As mulheres, definitivamente, não são o sexo frágil ainda propalado por machistas de plantão. Não só no mercado de trabalho mas também no que se refere à saúde, elas mostram sua força. Pesquisa da Universidade Johns Hopkins (EUA) revelou que o risco de perda auditiva é cinco vezes maior em homens do que em mulheres. E por que isso acontece? Uma das razões é a influência dos hormônios, como comprovou outro estudo, esse conduzido na Universidade de Rochester (EUA). Os pesquisadores descobriram que os hormônios femininos protegem a audição, fazendo com que o declínio auditivo se inicie mais tardiamente nas mulheres do que nos homens.

Há uma relação direta entre o hormônio sexual feminino estradiol e a audição, no cérebro. "Os homens ouvem menos porque seu nível de estradiol é mais baixo. As mulheres têm um processamento auditivo melhor", de acordo com o neurocientista brasileiro Raphael Pinaud, que coordenou o trabalho.

Outra pesquisa, realizada em uma clínica de audição em Massachusetts (EUA), mostrou que as mulheres também se sentem mais à vontade para falar de sua perda auditiva, enquanto que os homens preferem esconder essa perda, mesmo que isso prejudique a sua comunicação no dia a dia.

No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE com apoio do Ministério da Saúde, também apontou que os homens são mais suscetíveis a problemas de audição do que as mulheres - em toda a população, a proporção é de 1,2% no sexo masculino e 1,0% no sexo feminino.

Por tudo isso, a tendência é que a dificuldade de audição comece a aparecer mais cedo nos homens. Essa diferença, no entanto, diminui por volta dos 50 anos de idade. É nessa fase da vida que as células auditivas começam a se desgastar naturalmente, resultando na perda auditiva relacionada à idade, conhecida como presbiacusia .

"Recomenda-se que tanto homens quanto mulheres consultem um otorrinolaringologista anualmente. O médico irá checar se está tudo bem com a audição e pode recomendar uma audiometria, exame que avalia a presença de perda auditiva e, caso se confirme, o tipo e o grau da mesma. A partir daí, se for necessário, será identificado o melhor tipo de tratamento, que pode ser com o uso de aparelhos auditivos", explica a Fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo, Telex Soluções Auditivas.

É bom enfatizar, no entanto, que as mulheres, cada vez mais, vêm assumindo cargos no trabalho antes exercidos apenas por homens e convivem também com muito barulho no cotidiano, principalmente as mais jovens. Na verdade, o estilo de vida e a atividade profissional também são fatores que ainda tornam os homens mais suscetíveis aos problemas auditivos.

No dia a dia, nos centros urbanos, convivemos com o barulho diariamente, seja no trânsito, no movimento das ruas, próximo a obras e até em nossa própria casa. Além disso, é cada vez mais comum ouvir música em fones de ouvido, seja na corrida matinal ou até mesmo durante a ida ao trabalho de ônibus ou metrô. É aquela animada playlist que você coloca bem alta, todos os dias! E esse barulho constante em diversas situações do cotidiano podem, sim, prejudicar a audição.

"A poluição sonora é um dos principais vilões. Por isso, eu recomendo evitar ambientes com sons intenso. Além disso, é importante ouvir música e assistir TV sempre em volumes abaixo de 85 decibéis", alerta a Fonoaudióloga da Telex.


Genética x perda auditiva

A perda de audição também é influenciada pela genética. Há indivíduos que são geneticamente predispostos a serem mais sensíveis aos sons elevados. Seja esse o seu caso ou não, algumas atitudes fazem toda diferença quando o assunto é a saúde auditiva. Usar protetores auriculares em ambientes barulhentos, por exemplo, é essencial. Eles podem garantir um bom conforto acústico para quem precisa estar próximo a maquinários ou em lugares barulhentos como estações de metrô.

E para termos uma noção dos danos causados à audição pelos ruídos do cotidiano, já é possível baixar aplicativos que registram os decibéis do ambiente.

"Os efeitos da exposição prolongada a sons intensos podem demorar para aparecer, já que a deficiência auditiva atinge estágios cada vez maiores ao longo da vida; por isso é importante se cuidar desde cedo para evitar problemas futuros de perda de audição precoce", finaliza Marcella Vidal.


Intervalo para criança trocar de máscara na escola tem de ser menor

Pediatra também reforça necessidade de medidas de higiene e alerta que pequenos só devem usar álcool gel com supervisão de adulto


Freepik
Recomendada para ser usada a partir dos 3 anos de idade — ou antes se a criança aceitar — as máscaras exigem cuidado maior quando utilizadas em ambiente escolar, alerta a médica pediatra Simone Paiva Laranjo Martins, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) .


Segundo ela, quando se trata de jovens e adultos o tempo médio de uso da máscara é de três horas. "Mas no caso das crianças menores as máscaras têm de ser trocadas sempre que ficar úmidas e/ou suja, o que costuma ser mais frequente nesta faixa etária e explica a necessidade de troca a intervalos mais curtos".

Para Simone, o uso e a troca frequente de máscara é a forma mais efetiva de diminuir a transmissão da Covid-19 na escola, acompanhada das medidas de higiene recomendadas. A médica alerta, porém, que caso a criança não tolere o uso das máscaras antes dos seis anos de idade, não é necessário forçar.

A pediatra também falou sobre a preocupação dos pais com a retomada das aulas presenciais. "A volta às aulas trouxe para as famílias uma preocupação maior sobre a segurança das crianças ao retornarem à escola frente à pandemia".

A especialista ressalta que as famílias devem manter as crianças em casa enquanto for possível acompanhar o ano letivo por atividades curriculares online. Mas também afirma que, se observadas medidas adequadas de distanciamento social e higiene, não há problema na volta às aulas.

Para a doutora Simone Paiva Laranjo, quanto mais cedo as crianças forem acostumadas com as medidas de higiene será melhor. "A limpeza das mãos deve preferencialmente ser feita com água e sabão. O uso de álcool gel por crianças, entretanto, só pode ser adotado se supervisionado por um adulto".

A pediatra faz um alerta importante: se houver qualquer sintoma típico de um quadro infeccioso, é preciso afastar a criança da escola e procurar o serviço médico rapidamente.

 


Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe)


Sintomas de Covid-19 podem mascarar doenças ainda mais mortais

Divulgação
Perto de alcançar a marca de 2,5 milhões de mortes pela Covid-19, a pandemia não dá sinais de que está perto do fim. Com 250 mil óbitos, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes, atrás apenas do Estados Unidos - que alcançou mais de 500 mil. Entre tantos casos que entram e saem dos hospitais com sintomas semelhantes, um deles chama a atenção e levanta um importante alerta: a morte da estudante paranaense Ellen da Rocha Posselt, de 17 anos. 


A jovem faleceu vítima de meningite bacteriana, uma semana depois de apresentar os primeiros sintomas. Segundo os familiares, inicialmente, os médicos trataram a doença como Covid-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da meningite, caso a doença não seja tratada corretamente, é de 70 a 90% dos casos. 

De acordo com o infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo, Marcelo Ducroquet, alguns sintomas da meningite e da Covid-19 são similares. “Na fase inicial, as duas doenças têm sintomas iguais, como febre e mal-estar. Depois, pacientes com Covid-19 apresentam problemas respiratórios, como tosse e falta de ar. Já a meningite faz o paciente ter sonolência, dores de cabeça e confusão mental - o que é incomum em pacientes com coronavírus”, explica. 

Segundo Ducroquet, é possível confundir a Covid-19 com outras doenças, como dengue, pneumonia e pielonefrite - infecção nos rins. “O mesmo aconteceu em 2009, na pandemia de H1N1. Por isso, nesse período, não podemos deixar de pensar em outros diagnósticos. Nem todos os pacientes com febre estarão com coronavírus, portanto, os médicos precisam ficar atentos a outros cenários”, alerta.

 


Universidade Positivo

universidade.up.edu.br/


A anticoagulação precoce pode não aumentar a sobrevida em covid-19 grave


A anticoagulação terapêutica precoce não parece afetar a sobrevida entre adultos gravemente enfermos com covid-19, de acordo com um estudo publicado online em 26 de janeiro no Annals of Internal Medicine.

Hanny Al-Samkari, MD, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School em Boston, e colegas avaliaram a incidência de tromboembolismo venoso (TEV) e sangramento importante em 3.239 adultos gravemente enfermos com covid-19 (67 hospitais; idade média, 61 anos; 64,5 por cento homens) e examinaram o efeito da anticoagulação terapêutica precoce (nos primeiros dois dias de internação na unidade de terapia intensiva [UTI]) na sobrevida.

Os pesquisadores descobriram que 204 pacientes (6,3%) desenvolveram TEV e 90 pacientes (2,8%) desenvolveram um evento hemorrágico importante. Sexo masculino e maior nível de dímero-D na admissão na UTI foram preditores independentes de TEV. A análise incluiu 2.809 pacientes no ensaio-alvo, com 11,9% recebendo anticoagulação terapêutica precoce. Durante um acompanhamento médio de 27 dias, os pacientes que receberam anticoagulação terapêutica precoce tiveram um risco de morte semelhante aos que não receberam (taxa de risco, 1,12; intervalo de confiança de 95 por cento, 0,92 a 1,35).

"Nossos resultados não apoiam o uso empírico precoce de anticoagulação terapêutica em pacientes criticamente enfermos com covid-19", escrevem os autores. "Essas descobertas destacam a necessidade de ensaios clínicos randomizados bem planejados e adequadamente alimentados de anticoagulação terapêutica em pacientes criticamente enfermos com a doença".



Fonte: Al-Samkari, H., Gupta, S., Leaf, R. K., Wang, W., Rosovsky, R. P., Brenner, S. K., ... & Leaf, D. E. (2021). Thrombosis, Bleeding, and the Observational Effect of Early Therapeutic Anticoagulation on Survival in Critically Ill Patients With COVID-19. Annals of internal medicine.


Rubens de Fraga Júnior - professor de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.


Você sabe o que é e para que serve a Análise do Comportamento

Essa é, hoje, uma das terapias mais indicadas para o tratamento do Transtorno do Espectro Autista


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por um déficit na comunicação e interação social, e comportamentos restritos. Estas dificuldades afetam não apenas a plena participação do indivíduo na sociedade, como também todo o seu processo de aprendizagem. Com o avanço da medicina e da tecnologia, hoje temos várias terapias e tratamentos que ajudam a minimizar os impactos do transtorno na vida dessas pessoas, e um deles é a Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Você conhece? 

De acordo com coordenadora do núcleo de TEA do Núcleo Paraense de Recuperação Motora Cognitiva e Comportamental (NUPA), Giulianna Victoria Yoshie Kume (CRP08/17797), a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) consiste na aplicação dos princípios da ciência na análise do comportamento em contextos de intervenção social. Nela, são utilizados procedimentos para aumentar e refinar o repertório comportamental do paciente com TEA. “O ABA tem como objetivo ensinar e aprimorar habilidades para o indivíduo com TEA. Nesse tratamento, nós investigamos a função do comportamento e utilizamos técnicas que têm como finalidade mudanças comportamentais, facilitando sua aprendizagem e adaptação em sociedade”, elucida. 

Ainda segundo a especialista, essa é uma terapia revolucionária, que possui comprovações de eficácia no tratamento do TEA, sendo a precocidade um fator muito importante, pois quanto antes for realizado o diagnóstico e a intervenção, melhores serão as resposta da criança. Para finalizar, Giulianna alerta sobre a importância de a sociedade conhecer e entender o TEA. “Diante de um transtorno que vem aumentando significativamente, é imprescindível que a sociedade saiba como identificá-lo, bem como desenvolver os mecanismos de intervenção para que autistas possam participar ao máximo da vida em sociedade, possibilitando maior independência e autonomia”.



Sobre o Núcleo Paraense de Recuperação Motora Cognitiva e Comportamental (NUPA)

A clínica é referência no atendimento a pacientes com danos neurológicos e possui equipe especializada em diversas áreas, como: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Neuromodulação e Terapia Ocupacional. O do NUPA está nos métodos de tratamento avançados, como Theratogs, PediaSuit, Bobath, Integração Sensorial, Contensão Induzida, ABA e DENVER. Para mais informações, acesse as redes sociais Facebook @nupa.belem  e Instagram @nupa.belem


Mau humor vem da barriga

O intestino tem cerca de 500 milhões de neurônios que são responsáveis pela famosa expressão "enfezado". Por isso que frio na barriga ou vontade de ir ao banheiro são reflexos clássicos de uma situação de nervoso, ansiedade ou de perigo à vista

A ligação é direta: os neurônios intestinais são responsáveis por produzirem mais de 60% da serotonina (o hormônio do bem estar). "Esse mesmo neurotransmissor é o grande responsável pelo funcionamento adequado do intestino e por eliminar as fezes. Se ele não funcionar em perfeita ordem, os estímulos de confusão na barriga chegam até o cérebro e o desequilíbrio da flora intestinal abre as portas para a diarreia ou para a dificuldade de ir ao banheiro sem razão aparente, e assim desencadeiam crises de nervosismo, depressão, ansiedade e baixo-astral", revela o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa.

Isso explica porque diversos estudos sugerem a hipótese de que a microbiota alterada leve à destruição de neurônios intestinais e isso progrida até o cérebro. O mesmo princípio explicaria até o Alzheimer.

Mas, há como prevenir o problema e manter a microbiota intestinal saudável. "Uma boa alimentação equilibrada e colorida, rica em fibras, água e vegetais acompanhada de atividade física regular pode salvar o estado de humor e garantir saúde física e mental", finaliza Dr. Rodrigo.

 


Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP .

https://www.drrodrigobarbosa.med.br/


Reabilitação melhora em 26% a recuperação de pacientes pós Covid-19

Crédito do foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Projeto piloto de reabilitação foi realizado em cinco hospitais do SUS e demonstrou resultados importantes na recuperação da independência motora e funcional de pacientes pós Covid-19


Os primeiros resultados do projeto piloto “Reabilitação pós-Covid-19” apontam que os pacientes que tiveram Covid-19 podem ter uma melhora condição motora e funcional no Sistema Único de Saúde (SUS). Após três visitas e dois encontros virtuais em cinco hospitais do SUS, localizados nas cinco regiões do país, entre novembro/2020 a dezembro/2020, para avaliar o desempenho na assistência hospitalar em pacientes pós-Covid-19, possibilitaram um resultado no aumento de 26% na evolução dos pacientes em relação a independência motora e funcional. Além de elevar para 120% o valor agregado da internação até a alta de cada paciente, ou seja, mais qualidade nos serviços de saúde prestados e melhor experiência vivida por eles.

“O nosso objetivo é proporcionar mais qualidade de vida aos nossos usuários, principalmente àqueles que ficam debilitados, acometidos pela Covid-19 e outra doença crônica associada, diminuindo assim o aparecimento de novas patologias indesejáveis”, comenta o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otavio Franco Duarte.

A iniciativa é do Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), executada pelo Hospital Sírio Libanês. Os projetos implementados no Hospital Geral de Fortaleza (CE), Hospital de Base (DF), Hospital Municipal de Contagem (MG), Hospital Geral de Palmas (TO) e Hospital Geral do Trabalhador (PR), tem como objetivo trabalhar a reabilitação de pacientes críticos pós Covid-19, implementar a alta segura, o giro de leitos e promover a retomada segura das atividades hospitalares eletivas no SUS.

O Hospital Geral de Fortaleza, no Ceará, implementou 97% das ações planejadas e conseguiu atingir 60% de evolução geral. Já o Hospital Municipal de Contagem, me Minas Gerais, conseguiu implementar 74% das ações do projeto e mostrar um quadro de evolução de 267% geral nos serviços de saúde prestados.

Um dos desafios do projeto é implementar o trabalho das equipes multiprofissionais e capacitar esses profissionais em meio a pandemia. Na fase piloto, cerca de 250 profissionais foram capacitados em mais de 320 horas de troca de conhecimento mútuo.

O “Reabilitação pós-Covid-19” tem duas fases, a primeira tem duração de dois meses de intervenção e a segunda consiste em quatro meses de monitoramento. A equipe de intervenção é composta por: médico, especialista em gestão hospitalar, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro, fonoaudiólogo e assistente social.

Para realizar esse projeto, foi utilizada a filosofia Lean e ferramentas como, o plano de resposta hospitalar, o Round interdisciplinar e também as cartilhas de apoio.

O projeto se mostrou necessário e foi muito bem recebido pelas instituições participantes. Ele continuará no próximo triênio 2021-2023 e deverá atender dez hospitais por ano. 



Ministério da Saúde


Posts mais acessados