Para
Federação, redução de atividades beneficiadas vai afetar desempenho do setor já
neste ano
Prestes a ser sancionado pelo Executivo após aprovação no Congresso, o escopo
modificado do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) tem
avanços quando comparado ao contexto do começo do ano, em que quase foi
extinto. Por outro lado, as mudanças que enxugaram a iniciativa nesses últimos
meses representam uma inequívoca insegurança jurídica para as empresas.
Os aspectos positivos são, sem dúvida, a continuidade das optantes do Lucro
Real no programa, assim como o escalonamento de impostos só a partir de 2025,
por exemplo.
Porém, a insegurança jurídica permaneceu à medida em que o Congresso
reduziu de 44 para apenas 29 as atividades econômicas (CNAEs) beneficiadas pelo
novo Perse. A decisão vai afetar os segmentos que foram excluídos, já que terão
que pagar a alíquota de imposto integral já em 2024.
Muitos deles não contavam com esse incremento de gastos e, com isso, vão
reduzir imediatamente seus planos de novas contratações e de investimentos. O
resultado disso se verá no desempenho do setor de Turismo neste ano e, então,
na própria economia.
Como já dito em outras oportunidades, o enxugamento do Perse também diz
respeito à discussão mais ampla sobre a necessidade de modernização do
Estado brasileiro. Isso fica claro quando se observa que o teto de gastos
estabelecido pelo governo ao programa, de R$ 15 bilhões para os próximos três
anos, é, antes de tudo, parte da ânsia de aumentar a arrecadação pública e,
posteriormente, gastar os recursos de maneira ineficiente — ou seja, retirando
recursos importantes de investimento e contratações e transferindo para o
custeio da inchada máquina estatal.
A busca pelo equilíbrio fiscal do governo, embora seja louvável, precisa ser
acompanhada da redução de gastos e da ampliação de investimentos públicos.
O Turismo precisa de melhorias de infraestrutura, inclusive para ajudar nos
esforços das empresas que atualmente estão no Perse, com o objetivo de
conquistar melhores resultados. Somente assim, e com segurança e tranquilidade
no ambiente de negócios, essas empresas poderão prosperar e voltar a patamares
anteriores sem a necessidade do programa — hoje ainda fundamental para a
geração de emprego e para a sustentabilidade dos segmentos do setor.
FecomercioSP
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