Médico responde às principais dúvidas sobre a doença e alerta para a importância do acompanhamento para amenizar o impacto na qualidade de vida
Cólicas fortes, dores durante a relação sexual e até dificuldade para engravidar são alguns dos sintomas da endometriose, doença inflamatória no útero em que um tecido similar ao endométrio cresce fora do órgão, e que acomete cerca 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo, segundo a OMS, o equivalente a uma em cada dez pessoas.
Há poucos dias da data dedicada ao Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, a influenciadora Patrícia Ramos compartilhou um vídeo nas redes sociais em que mostrou sua barriga tão inchada, que as seguidoras suspeitavam que a musa pudesse estar grávida. Mas o motivo era justamente a endometriose. Patrícia sofre com a doença e, na ocasião, comentou que descobriu na prática, e com auxílio médico, a importância da alimentação no tratamento da doença.
“A endometriose não tem cura definitiva, mas os sintomas podem ser gerenciados com tratamento. O acompanhamento ginecológico inclui terapias hormonais, medicamentos para alívio da dor e, em alguns casos, cirurgia para remover os focos de endometriose”, explica Flávio Costa, profissional da área de Ginecologia e Obstetrícia do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, que atende na unidade de Largo do Tanque, em Salvador-BA.
Segundo o médico, as principais causas
da endometriose ainda não são totalmente compreendidas. “Fatores genéticos,
hormonais e ambientais podem desempenhar um papel. Então a doença pode ocorrer
por predisposição genética, mas também pode ser adquirida. Existe uma hipótese muito
aceita chamada menstruação reversa”, destaca Flávio. O problema citado pelo
médico, também conhecido como menstruação retrógrada, acontece quando o corpo
não consegue eliminar o endométrio que extravasa para a cavidade pélvica,
formando os focos de endométrio fora do útero.
Como descobrir a
endometriose e como amenizar os sintomas
Dores intensas tendem a ser o principal motivo a levar as mulheres ao consultório médico em busca de um profissional de ginecologia. O diagnóstico da endometriose, segundo Flávio, “envolve uma combinação de história detalhada da paciente, exames físico e de imagem, como ultrassonografia, ressonância nuclear magnética e, em alguns casos, laparoscopia”.
Assim como comentado por Patrícia Ramos em seu post nas redes sociais, o médico destaca que o estilo de vida é um dos principais fatores que podem amenizar ou piorar os sintomas da endometriose. “Os hábitos alimentares e a prática de exercício físico podem impactar na doença. Uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios tende a ajudar a reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. Além disso, certos alimentos podem ser evitados para minimizar os sintomas, enquanto outros devem ser incluídos para promover a saúde geral”, afirma Flávio.
Em geral, mulheres com endometriose
devem manter uma alimentação mais saudável para amenizar os desconfortos da
doença, evitando alimentos com alto teor de açúcar refinado, ultraprocessados,
carnes vermelhas, glúten e laticínios, optando pelo consumo de alimentos com
propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
Apesar da doença estar diretamente
ligada com a saúde do útero, o médico reforça que “mulheres com endometriose
podem engravidar, mas pode ser mais difícil para algumas, dependendo de onde
esteja o foco da endometriose. O tratamento e o acompanhamento médico podem
ajudar a melhorar as chances de concepção”, afirma Flávio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário