Estudo clínico traz evidências de redução de mais de 30% no risco de morte com uso da terapia com anticorpo monoclonal humanizado associado à quimioterapia
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a aprovação
regulatória do dostarlimabe¹ (Jemperli) para uso em primeira linha no
tratamento do câncer de endométrio, tipo de câncer ginecológico¹. Em 2022, a
terapia da biofarmacêutica GSK já havia recebido aprovação do órgão para o
tratamento de pacientes em estágio avançado ou recidivado com deficiência de
mismatch repair (dMMR) ou instabilidade de microssatélites (MSI-H) previamente
expostas a um regime quimioterápico baseado em platina². O dostarlimabe é um
anticorpo bloqueador do receptor de morte programada-1 (PD-1)³, que se liga ao
receptor PD-1 e bloqueia sua interação com os ligantes PD-1, PD-L1 e PD-L2.5³.
Segundo
a médica Mariana Scaranti, líder nacional de Tumores Ginecológicos da Dasa
Oncologia, a aprovação é importante, pois a terapia representa um novo
paradigma para pacientes que enfrentam o tumor de endométrio. “A vinda da
imunoterapia transformou o cuidado das pacientes com câncer de endométrio. Começamos
a falar de um excelente controle de doença e de um ganho de sobrevida de forma
robusta. Por décadas, o tratamento do tumor foi baseado em quimioterapia
isolada e felizmente, nossas estratégias de tratamento foram ampliadas”,
explica.
RUBY
Novos
dados da fase III do estudo clínico RUBY trazem evidências positivas e apontam
potencial para a terapia em mais pacientes com doença primária, avançada ou recorrente⁵.
RUBY é um estudo de fase III global, randomizado, duplo-cego, multicêntrico,
para pacientes com câncer endometrial primário avançado ou recorrente que
investigou a eficácia e a segurança da associação de dostarlimabe à
quimioterapia padrão no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de
endométrio.
A
Parte 1 do estudo de fase III RUBY investigou o dostarlimabe associado à
quimioterapia padrão (carboplatina-paclitaxel) seguido de dostarlimabe em
monoterapia em comparação com quimioterapia associada a placebo seguido de
placebo. O principal objetivo foi avaliar quais pacientes com doença primária
avançada ou recorrente podem ser beneficiadas com o tratamento à base de
dostarlimabe mais quimioterapia.
Na
avaliação do grupo das pacientes com câncer de endométrio com deficiência de
enzimas de reparo (dMMR) ou instabilidade de microssatélite (MSI-H) – uma
alteração molecular do tumor que predispõe a melhor resposta à imunoterapia, os
resultados são bastante expressivos. Estas pacientes apresentaram aumento da
sobrevida livre de progressão da doença com redução de 72% de chance de aumento
dos tumores ou morte.
Já
na população total do estudo, foi observada redução de 31% no risco de morte e
aumento de 16,4 meses na sobrevida global mediana observada com dostarlimabe
mais quimioterapia versus quimioterapia na população em geral. O medicamento da
GSK associado à quimioterapia é a única combinação imuno-oncológica que mostra
benefício em sobrevida global clínica e estatisticamente significativa em uma
população geral. A avaliação da sobrevida global é bastante significativa em
estudos de oncologia porque este resultado representa as chances destas
pacientes estarem vivas após o período avaliado em relação as pacientes que não
fizeram o uso da medicação. Estes resultados também ampliam o uso para as
pacientes que não possuem as alterações moleculares do tumor citadas acima.
O
RUBY faz parte de uma colaboração internacional entre a Rede Europeia de
Ensaios Oncológicos Ginecológicos (ENGOT) e da rede de pesquisa da Sociedade
Europeia de Oncologia Ginecológica (ESGO), que consiste em 22 grupos de ensaios
em 31 países europeus que realizam pesquisas clínicas em cooperação.
Sobre o Câncer de Endométrio
O
endométrio é o revestimento interno da cavidade uterina⁶. “É esse
endométrio, que na mulher em idade fértil, se prepara para receber um embrião.
E se não receber um embrião, parte desse endométrio descama na forma de
menstruação⁶. O caminho natural é que na pós-menopausa, esse revestimento
interno do útero involua em espessura. Nesta fase, a mulher tem o endométrio,
mas ele tende para um caminho de atrofia”, explica Mariana.
Eventualmente
o endométrio pode adotar um comportamento mais ativo após a menopausa⁷. “Em
uma situação de obesidade, por exemplo, em que há uma produção maior de
estrogênio no tecido gorduroso, esse hormônio estimula o endométrio e ele
começa a ficar mais proliferativo e espesso⁷”. Em alguns casos, esse
processo sai do controle e se torna um tumor. Ou seja, o câncer de endométrio é
uma proliferação anormal deste revestimento interno da cavidade uterina. E
ocorre tipicamente em mulheres no pós-menopausa⁷. Hoje, o principal fator de
risco é a obesidade. Diferente de outros tumores, em que a expectativa é de
redução nos casos, o tumor de endométrio tem uma previsão de crescimento
global, principalmente, pela pandemia de obesidade⁸.
O
principal sintoma do tumor de endométrio é o sangramento uterino na
pós-menopausa⁹. “Para câncer de endométrio, não existe um exame eficaz para
rastreamento. O sinal de que a mulher precisa procurar um ginecologista é o
sangramento uterino no período do pós-menopausa⁹”, acrescenta Mariana. A
grande maioria dos casos de tumor de endométrio são diagnosticados em estágio
inicial. Segundo o Inca¹⁰, são estimados cerca de 7 mil novos casos de câncer
de endométrio por ano até 2025¹⁰. As regiões Sul e Sudeste concentram cerca de
70% dos casos¹⁰.
Material dirigido
ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.
GSK
www.gsk.com.br
Referências:
1 – Diário Oficial da União. Publicado em: 29/04/2024 | Edição: 82 | Seção: 1 | Página: 419 Link
2 – GOV. Novo registro. Disponível em: Link. Acesso em abril de 2024.
3 – GSK. Jemperli (Dostarlimabe). Disponível: Link. Acesso em abril de 2024.
4 - OAKNIN, A. et al. Clinical Activity and Safety of the Anti-Programmed Death 1 Monoclonal Antibody Dostarlimab for Patients with Recurrent or Advanced Mismatch Repair-Deficient Endometrial Cancer: A Nonrandomized Phase 1 Clinical Trial. JAMA Oncol,7–13,2020. Acesso em abril de 2024.
5 – My Oncologia. Dados positivos do ensaio clínico de fase III RUBY demonstram potencial das combinações com dostarlimab para mais doentes com cancro do endométrio primário avançado ou recidivante. Disponível: Link. Aceso em abril de 2024.
6 - INCA. Câncer do corpo do útero. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-corpo-do-utero. Acesso em abril de 2024.
7 - JORNAL DA USP. Brasil apresenta a terceira maior taxa de câncer de endométrio. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-apresenta-a-terceira-maior-taxa-de-cancer-de-endometrio/. Acesso em abril de 2024.
8 – ONCOGUIA. Fatores de risco para o câncer de endométrio. Disponível em: Link. Acesso em abril de 2024.
9 – DRAUZIO VARELA. Câncer de Endométrio. Disponível em: Link. Acesso em abril de 2024.
10 – GOV/INCA - INCA estima 704 mil casos de câncer por ano no Brasil até 2025. Disponível em: Link. Acesso em abril de 2024.
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