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Três substâncias ativas estão liberadas pelo órgão: Icaridina, DEET e IR3535. Todos repelem o mosquito da dengue, mas duração de proteção é diferente
Atualmente, o Brasil vive uma epidemia de dengue em
diversos estados, com mais de 1,9 milhão de casos prováveis registrados em
2024,
segundo dados do Ministério da Saúde.
Atualmente o órgão tem três substâncias ativas registradas como
eficazes contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, a
Icaridina, o DEET e o IR3535*. Todas são eficientes para prevenir o vetor, mas
a principal diferença entre as substâncias está no tempo de ação.
“Desde que as instruções de uso sejam respeitadas, como os
intervalos e modo de aplicação, os três tipos de repelentes são eficientes.
Porém, a Icaridina permite eficácia de repelência mais duradoura em
concentrações menores”, explica Dra. Anna Niemiec, PhD em Química e Gerente de
Pesquisa e Desenvolvimento da Reckitt Industrial, fabricante da marca SBP.
A concentração de Icaridina impacta diretamente no tempo de
repelência e a Anvisa traz limites de concentração considerando a toxicidade
desse ingrediente e os estudos existentes. Hoje, ela permite usar até 25% de
Icaridina nas formulações cosméticas com ação repelente, que pode agir na pele
por até 12 horas, enquanto repelentes à base de DEET e IR3535 geralmente têm um
tempo menor de ação.
“Outra diferença é o tempo que cada uma dessas substâncias está
disponível no mercado para uso em repelentes cosméticos. Entre as três, o DEET
é um dos ativos mais antigos e, por isso, um dos mais conhecidos”, diz Anna. O
DEET foi desenvolvido em 1946 nos Estados Unidos e liberado para uso em
repelentes de uso pessoal por volta de 1957.
Já a Icaridina, ou Picaridina, é um composto derivado da pimenta e
foi introduzida no mercado brasileiro por volta de 2005. “Dentro da faixa
permitida desse ativo, existem produtos com indicação de uso em bebês a partir
de 2 meses, o que é uma das vantagens da Icaridina em comparação ao DEET”,
acrescenta a Doutora.
O IR3535 é uma molécula derivada de um aminoácido e, apesar de
estar presente no mercado há cerca de 30 anos, não é o ingrediente ativo muito
usado pelas marcas mais conhecidas de repelentes corporais no Brasil. Essa
substância, por ter uma toxicidade muito baixa, é mais usada em produtos
direcionados ao uso de crianças.
“A
OMS indica o uso de repelentes contendo Icaridina, DEET e IR3535 para gestantes . Porém, todo o uso deve ser acompanhado das recomendações
do médico e os intervalos de aplicação devem ser respeitados”, ressalta.
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