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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Dengue: qual é a diferença entre os repelentes mais encontrados no mercado?

 

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Três substâncias ativas estão liberadas pelo órgão: Icaridina, DEET e IR3535. Todos repelem o mosquito da dengue, mas duração de proteção é diferente


Atualmente, o Brasil vive uma epidemia de dengue em diversos estados, com mais de 1,9 milhão de casos prováveis registrados em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. 

Atualmente o órgão tem três substâncias ativas registradas como eficazes contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, a Icaridina, o DEET e o IR3535*. Todas são eficientes para prevenir o vetor, mas a principal diferença entre as substâncias está no tempo de ação. 

“Desde que as instruções de uso sejam respeitadas, como os intervalos e modo de aplicação, os três tipos de repelentes são eficientes. Porém, a Icaridina permite eficácia de repelência mais duradoura em concentrações menores”, explica Dra. Anna Niemiec, PhD em Química e Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Reckitt Industrial, fabricante da marca SBP. 

A concentração de Icaridina impacta diretamente no tempo de repelência e a Anvisa traz limites de concentração considerando a toxicidade desse ingrediente e os estudos existentes. Hoje, ela permite usar até 25% de Icaridina nas formulações cosméticas com ação repelente, que pode agir na pele por até 12 horas, enquanto repelentes à base de DEET e IR3535 geralmente têm um tempo menor de ação. 

“Outra diferença é o tempo que cada uma dessas substâncias está disponível no mercado para uso em repelentes cosméticos. Entre as três, o DEET é um dos ativos mais antigos e, por isso, um dos mais conhecidos”, diz Anna. O DEET foi desenvolvido em 1946 nos Estados Unidos e liberado para uso em repelentes de uso pessoal por volta de 1957. 

Já a Icaridina, ou Picaridina, é um composto derivado da pimenta e foi introduzida no mercado brasileiro por volta de 2005. “Dentro da faixa permitida desse ativo, existem produtos com indicação de uso em bebês a partir de 2 meses, o que é uma das vantagens da Icaridina em comparação ao DEET”, acrescenta a Doutora. 

O IR3535 é uma molécula derivada de um aminoácido e, apesar de estar presente no mercado há cerca de 30 anos, não é o ingrediente ativo muito usado pelas marcas mais conhecidas de repelentes corporais no Brasil. Essa substância, por ter uma toxicidade muito baixa, é mais usada em produtos direcionados ao uso de crianças. 

“A OMS indica o uso de repelentes contendo Icaridina, DEET e IR3535 para gestantes . Porém, todo o uso deve ser acompanhado das recomendações do médico e os intervalos de aplicação devem ser respeitados”, ressalta.


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