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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Colesterol: especialista esclarece oito curiosidades sobre esse tipo de gordura

A importância da conscientização e monitoramento do colesterol que, em excesso, pode causar doenças cardiovasculares


Desde o início do ano, o Cardiômetro, um indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil, criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), já registrou mais de 240 mil mortes ocasionadas por doenças cardiovasculares, sendo essa a principal causa de mortes no país. O alto nível de colesterol é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de alguma dessas doenças. Diante disso, no mês que marca o Dia Nacional de Combate ao Colesterol (8 de agosto), o Dr. Giuliano Generoso, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, esclarece oito fatos sobre essa substância. “O colesterol é essencial para o corpo, mas quando não controlado, pode causar doença arterial coronariana, que ocasiona infarto e angina, o acidente vascular cerebral (AVC) e a doença arterial periférica”.

Estima-se que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças cardiovasculares.1 Elas causam o dobro de mortes que todos os tipos de câncer juntos e muitas dessas mortes podem ser evitadas ou adiadas com cuidados adequados. “Datas voltadas para a conscientização, como esta dedicada ao colesterol, são fundamentais para levarmos informação de qualidade para a sociedade, promovendo a prevenção, detecção precoce e, por consequência, mais qualidade de vida”, conta Generoso. 

Confira abaixo oito curiosidades sobre o colesterol, explicadas pelo especialista:
 

1. O colesterol desempenha funções importantes no corpo humano

O colesterol, apesar de sua fama ruim, é uma substância essencial para o bom funcionamento do organismo. Ele é fundamental para a formação de membranas celulares e outros componentes do organismo, como hormônios e vitaminas.
 

2. O corpo humano é capaz de produzir todo o colesterol de que necessita

O corpo humano é capaz de produzir todo o colesterol de que necessita para funções vitais, incluindo a produção de hormônios, como esteroides, cortisol, testosterona e estrogênio, e de vitaminas, como a vitamina D. No entanto, o corpo regula a produção de colesterol e pode ajustá-la conforme necessário, independentemente da quantidade de colesterol ingerido através da dieta. Assim, não é necessário consumir grandes quantidades de alimentos ricos em colesterol para garantir a produção hormonal adequada. Na verdade, consumir excessivamente alimentos ricos em colesterol pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.


3. O colesterol pode ser dividido em “bom” e “ruim”

O colesterol "ruim" é aquele conhecido como lipoproteína de densidade baixa (do inglês, LDL-c) e como lipoproteína de muito baixa densidade (do inglês, VLDL-c), que podem acumular nas artérias quando em excesso. Portanto, quando os níveis estão elevados, aumenta o risco de desenvolver doenças, como infarto do miocárdio, derrame cerebral e insuficiência arterial.

Agora a lipoproteína de densidade alta (do inglês, HDL-c) é conhecida como colesterol “bom”. A HDL-c é como um caminhão de lixo: transita recolhendo o colesterol em excesso (tanto da LDL-c quanto de outras partes do corpo) e o leva de volta para o fígado, onde é processado e eliminado.

4. A hipercolesterolemia (LDL elevado) ocorre por fatores genéticos e de estilo de vida

Embora fatores comportamentais possam aumentar os níveis de LDL-c, como dieta rica em gorduras saturadas e trans, falta de atividade física, obesidade, tabagismo e diabetes tipo 2, o componente genético/hereditário é também fator de risco muito importante já que, na maioria da população, grande parte dos níveis de colesterol vem da sua produção no fígado.
 

5. A genética tem um papel importante nos níveis de colesterol

A genética tem um papel importante nos níveis de colesterol, já que influencia a forma como nosso corpo o processa. As pessoas podem herdar genes que fazem o corpo produzir mais colesterol ou ter uma maior dificuldade em removê-lo do sangue. Em certas condições temos a hipercolesterolemia familiar, que causa níveis extremamente altos de colesterol desde a infância. Em resumo, mesmo que uma pessoa tenha uma alimentação saudável e faça exercícios regularmente, sua genética pode fazer com que ela tenha níveis de colesterol mais altos do que o normal.

6. Todos devem dosar o colesterol e a periodicidade da checagem varia a cada caso

O colesterol quando em excesso demora a apresentar sintomas, em alguns casos, por exemplo, a primeira manifestação da alta do colesterol é um evento como infarto ou derrame, quando já é tarde para prevenir. É uma doença silenciosa e que depende do exame de sangue para que possa ser aferido. Portanto, é necessário realizar uma primeira triagem de colesterol na infância e, depois, essa dosagem deve ser repetida a cada cinco anos. No caso dos adultos, a checagem deve ser feita cada 1 a 2 anos e pessoas com mais de 65 anos devem submeter-se a exames de sangue anualmente.
 

7. Existe tratamento para pessoas com colesterol alto

O tratamento inclui tanto medidas não medicamentosas, como hábito alimentar saudável, exercícios físicos regulares, perda de peso, quanto medidas medicamentosas para reduzir os níveis de colesterol no sangue quando necessário.
 

8. Alguns alimentos podem ajudar a reduzir o colesterol

O colesterol é encontrado apenas em alimentos de origem animal. Assim, embutidos e processados de origem animal devem ser sempre evitados ou consumidos com moderação, pois contém alta carga da substância. Outros alimentos que entram nessa lista são ovos, queijos amarelos, carne vermelha e frutos do mar.


Por outro lado, consumir fibras, como as encontradas na aveia, é uma maneira de reduzir os níveis de colesterol, pois elas ajudam a eliminar a gordura alimentar no intestino, diminuindo a absorção de colesterol, gorduras e açúcares. Além disso, os fitosteróis, presentes no azeite de oliva, linhaça, nozes, castanhas, peixes de água fria, chocolate amargo e abacate, também são eficazes na redução dos níveis de colesterol.

Ainda, frutas, vegetais, grãos, feijões, ervilhas e lentilhas não possuem colesterol, podendo ser considerados para uma dieta mais equilibrada.

 


Hospital Sírio-Libanês
Instagram: Link.



Referências

1 CARDIÔMETRO. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Cardiômetro. 2024. Disponível em: https://www.cardiometro.com.br/. Acesso em: 5 ago. 2024.


O que você sabe sobre meningite? Conheça mitos e verdades sobre a doenç

Imagem de kjpargeter no Freepik
Manter a carteira de vacinação ainda é o método mais seguro para proteger a todos 

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a meningite é considerada uma doença devastadora, por conta do seu contágio e sintomas. No Brasil, foram notificados pelo Ministério da Saúde cerca de 400 mil casos suspeitos entre 2007 e 2020. E recentemente o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), emitiu um alerta confirmando a presença do verme Angiostrongylus cantonensis, causador de meningite eosinofílica, em caramujo coletado na cidade de Nova Iguaçu (RJ), Baixada Fluminense e uma morte foi confirmada.

A meningite é uma  doença inflamatória das membranas (meninges) que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Esta condição pode ser causada por infecções virais, bacterianas ou fúngicas. A forma bacteriana é a mais grave e pode levar a complicações sérias, como danos neurológicos permanentes ou até a morte, se não for tratada rapidamente. “Bebês e crianças pequenas têm maior risco de contágio, já que estão desenvolvendo o sistema imunológico. Além disso, pessoas com condições médicas crônicas ou tratamentos imunossupressores, também estão mais propensas à infecção”, alerta o Dr. Fábio Argenta, cardiologista, sócio-fundador e diretor médico da Saúde Livre Vacinas, rede de clínicas focadas em vacinas que oferecem o que há de mais moderno nos cuidados com a prevenção.

É importante reconhecer os sintomas e prevenção da doença. Para isso, o profissional esclarece alguns mitos e verdades, confira:

A meningite é sempre contagiosa. Mito! “Primeiro é necessário entender que existem os três tipos de contágio, a viral, por exemplo, geralmente é menos grave; a bacteriana, que é mais séria, pode ser contagiosa, dependendo do tipo de bactéria envolvida e a fúngica que não é infecciosa e nem contagiosa”, diz Argenta. A transmissão de pessoa para pessoa se dá por meio de gotículas de secreção respiratória ou garganta, por meio de espirros, tosse, compartilhamento de utensílios e o beijo.

Meningite nem sempre causa sintomas imediatamente após a infecção. Verdade! As manifestações da enfermidade podem se desenvolver rapidamente, em poucas horas, ou mais lentamente, ao longo de vários dias. Isso depende do tipo de cepa e da saúde geral da pessoa infectada. Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, náusea e vômito.

Todas as vacinas contra meningite protegem contra todas as formas de doença. Mito! Existem diferentes tipos de imunizantes para cada cepa. Não existe uma vacina única que proteja contra todas as formas da doença. “É importante ressaltar que a proteção da vacina não é para toda a vida, por isso as doses de reforço são importantes e não devem ser esquecidas”, afirma o Dr. Fábio.

Ter meningite uma vez não significa que a pessoa esteja imune. Verdade! “Como essa doença pode ser causada por vários patógenos diferentes, alguém com meningite bacteriana por uma cepa específica não está protegido contra as outras cepas de viral ou fúngica”, diz o especialista. 

Só crianças podem contrair meningite. Mito! Pessoas de todas as idades podem contrair a doença, especialmente indivíduos com o sistema imunológico comprometido. 

A meningite não pode ser tratada com remédios caseiros. Verdade! Essa patologia é uma condição grave que requer tratamento profissional. “A bacteriana, em particular, necessita de antibióticos intravenosos e pode exigir hospitalização. Já a viral pode ser mais focada em aliviar os sintomas, mas mesmo assim requer acompanhamento médico”, alerta o médico. 

A meningite é uma doença rara e não vale a pena se preocupar. Mito! Embora a incidência da doença tenha diminuído em algumas áreas devido à vacinação, ela ainda traz uma preocupação significativa de saúde pública em diversas partes do mundo. 

“Desvendar os mitos e compreender as verdades sobre a meningite é essencial para a prevenção e o tratamento eficaz. A informação sempre será uma arma importante na luta contra essa e outras doenças infecciosas”, finaliza Argenta.

 

Saúde Livre Vacinas


Saúde: estudo aponta que 23% dos brasileiros nunca foi a uma consulta com dermatologista

Especialista Fabíola Viterbo explica cuidados necessários para a manutenção de uma boa saúde da pele

 

Cuidar da pele é uma prática essencial que deve ser incorporada à rotina diária de todos. No Brasil, no entanto, estima-se que 23% da população nunca foi a uma consulta com dermatologista. Esse dado é de um estudo de 2022 realizado em todo o território nacional pelo Instituto Ipsos. 

O levantamento traz que 47% das pessoas vão ao especialista apenas uma vez por ano. A maior frequência se dá quando é necessário tratar algum problema clínico e não por prevenção. Além disso, cerca de 86% dos brasileiros lidam com problemas de pele. 

De acordo com Fabíola Viterbo, dermatologista da Áurea Dermatologia Integrada, uma rotina de cuidados  e a procura por um especialista é essencial para a saúde da pele. “Uma rotina de cuidados com a pele que inclui limpeza, hidratação e proteção solar pode prevenir doenças dermatológicas como acne, eczema, e  infecções. A hidratação adequada mantém a função de barreira da pele, impedindo a entrada de patógenos e a perda excessiva de água, o que pode ajudar a prevenir infecções e desidratação”. 

Segundo o Ipsos, apenas 33% dos homens usam protetor solar diariamente, enquanto 67% das mulheres mantêm o uso com frequência. “Os cuidados adequados com a pele não só melhoram a aparência, mas também desempenham um papel crucial na saúde geral. A pele é o maior órgão do corpo e atua como uma barreira protetora contra patógenos e toxinas. Mantê-la saudável ajuda a prevenir infecções e inflamações, além de doenças mais graves. Esse cuidado também pode melhorar a saúde mental e emocional, já que problemas de pele podem afetar negativamente a autoestima e a qualidade de vida”, destaca a dermatologista. 

Além de protetor solar e hidratantes, produtos anti-idade são úteis, principalmente com o envelhecimento populacional. Outros voltados para o tratamento e prevenção da acne também são relevantes, especialmente para adolescentes e jovens adultos. Atualmente, há ainda uma maior quantidade de artigos personalizados que atendem às necessidades específicas de cada tipo de pele. 

O cuidado, contudo, vai além da utilização de produtos dermatológicos: é necessário estar atento a mudanças no órgão que precisam ser investigadas junto a um especialista como alterações súbitas em pintas ou manchas, erupções cutâneas extensas ou súbitas, o amarelamento da pele e dos olhos (icterícia) e a pele muito seca ou prurido extremo.

A saúde desse órgão também tem forte relação com a nutrição. Desse modo, uma alimentação balanceada e hidratação adequada são fundamentais. “Nutrientes como vitaminas A, C, D, E, e ácidos graxos ômega-3 são essenciais para a reparação da pele. 

Além disso, alimentos ricos em antioxidantes ajudam a combater o estresse oxidativo e a inflamação. “A hidratação adequada mantém a elasticidade e a função de barreira da pele, prevenindo a desidratação e a entrada de agentes patogênicos. Uma dieta rica em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis não só melhora a saúde da pele, mas também promove o bem-estar geral e previne doenças crônicas”, completa Fabíola.



Você sabe quais são as especificações para os óculos de grau infantis?

 

Levar a criança ao oftalmologista durante as férias sempre dá um frio na barriga, pois há a chance de um novo acessório começar a integrar a rotina daquele pequeno: os óculos de grau. É comum ter uma resistência desse público em aceitar, mas isso acontece, geralmente, por dois motivos: a) eles não querem ser vistos pelos amigos, e b) alguns óculos incomodam. 

Entretanto, o desconforto pode ser eliminado se o acessório for feito exclusivamente pensado para a criança. Segundo Dra. Samantha de Albuquerque, médica oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão, os óculos de grau infantis tem especificações e tamanhos diferentes, produzidos para que a criança se adapte mais facilmente. 

Apesar da ocorrência ser cada vez mais frequente, não é raro encontrar crianças com óculos que não servem para o propósito. “Certos modelos de armação não se encaixam em determinados formatos de rosto e caem constantemente. Quando for escolher os novos óculos para a criança, descubra o formato do rosto antes de optar pela armação. Conhecendo as indicações, fica mais fácil decidir além de garantir uma aparência mais equilibrada e confortável”, afirma a especialista. 

Segundo estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o CBO, 20% das crianças em idade escolar têm problemas de visão, e os motivos são diversos. A princípio deve se pensar nas armações: silicone é o material mais indicado para óculos de grau infantil, por ser mais maleável e flexível. Outro tipo recomendado é a de aro fechado, que garante uma maior proteção dos olhos e das lentes. 

Para facilitar a adaptação e aceitação do acessório, é importante a criança gostar do modelo e cor escolhidos. Peça sempre auxílio do profissional óptico no momento da escolha, principalmente em casos de alta miopia, O tamanho e o formato do aro da armação interferem na espessura da lente. 

“Uma criança diagnosticada com algum problema visual até os 7 anos e que não tem correção desta deficiência pode desenvolver ambliopia, ou seja, diminuição da visão em um ou ambos os olhos. Desta forma, a criança fica com o olho preguiçoso, fazendo com que ele não se desenvolva corretamente.” 

Outro ponto importante são as lentes utilizadas. Existe uma infinidade de modelos no mercado, mas cada uma possui uma especificação única. Os materiais mais indicados para uso de óculos infantis são policarbonato, por ser um material resistente e com índice de refração que varia de 1.58 a 1.59. Além disso, elas são 10 vezes mais resistentes a impactos, atendem bem crianças com até 4 graus de miopia ou hipermetropia. Uma outra opção são as lentes em material Trivex, conhecidas por serem resistentes, finas, leves e possuírem propriedades ópticas de qualidade igual às das lentes feitas de policarbonato. 

“O policarbonato é 30% mais leve que a CR-39 e tem um índice de refração maior, gerando lentes mais finas para até 4 graus. A Trivex, por sua vez, tem uma vantagem de nitidez maior devido ao processo de moldagem da lente. Por fim, também temos as lentes de resina 1.67 ou 1.74, que é um material mais leve e resistente, ideal alta de miopia, hipermetropia e astigmatismo”, aponta. 

As lentes e armações corretas ajudam a criança a sentir menos desconforto na hora de usar os óculos e pode fazê-la aceitar mais rapidamente. Entretanto, independente das especificações, o primeiro passo é sempre consultar o médico oftalmologista para saber as melhores maneiras de prosseguir.


Hoya Vision Care
Saiba mais em Link


60% das pessoas vão ter sangramento nasal durante a vida

 As maiores frequências são registradas em crianças com menos de 10 anos e em adultos com mais de 35

 

Estudos nacionais e internacionais mostram que 60% dos seres humanos terão sangramento nasal pelo menos uma vez na vida. As maiores frequências são registradas em crianças com menos de 10 anos e em adultos com mais de 35. No geral, os sangramentos nasais acontecem na parte da frente do septo, a qual separa as narinas. Somente 10% ocorrem na parte de trás do septo ou nas paredes internas do nariz. 

Em crianças, os sangramentos são geralmente causados por traumas, enquanto em adultos, o uso de medicamentos como descongestionantes, antialérgicos e corticoides são o motivo em 20% dos casos. Outras causas comuns são mudança de clima - muito seco – alergias, desvio de septo, ar-condicionado, infecções virais ou bacterianas e até mesmo o hábito excessivo de cutucar a parte interna do nariz. Doenças que afetam a coagulação do sangue também estão entre os desencadeadores. 

Para o médico otorrinolaringologista Denilson Szkudlarek, do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), maior referência do segmento na América Latina, os jovens possuem uma característica que facilita os sangramentos. “Nos mais jovens existe uma região no septo anterior na qual há várias ligações entre artérias e veias que estabelecem uma comunicação entre si. Esses pequenos vasos podem romper, principalmente em épocas do ano de clima frio e seco, em pessoas que têm rinite ou alguma outra alteração no nariz, como desvio de septo. Estes vasinhos podem ocasionar o sangramento”, afirma o especialista. O médico alerta que este tipo de sangramento costuma ser repetitivo, sem muita gravidade, de pequeno volume e fácil de controlar apenas com compressão. 

Segundo o médico, o sangramento nasal ganha na literatura médica o nome de epistaxe quando é na mucosa do nariz. Já rinorragia é o sangramento que se exterioriza pelo nariz. “Se a pessoa tem uma hemorragia e o sangue também saiu pelo nariz, isso é rinorragia”, explica. A maioria dos sangramentos nasais não precisam de tratamento médico, somente a compressão com firmeza entre asas nasais contra essa parte mais elástica do septo auxilia, usando o polegar e o indicador em forma de pinça durante 15 minutos, com a cabeça inclinada para frente. “Em pessoas que o sangramento perdura, é preciso procurar atendimento especializado”, completa o especialista.


Saúde de moradores da periferia é afetada por desigualdade e falta de acesso a serviços públicos em São Paulo, afirma estudo

  • Foto: Prefeitura de São Paulo
    Pesquisa feita por Insper e Umane avaliou risco de mortalidade materna, cardiovascular e por Diabetes Mellitus em diferentes regiões do município de São Paulo ao longo de dez anos;
  • Taxa de mortalidade por diabetes chega a ser 21 vezes maior entre regiões de menor e maior vulnerabilidade social;
  • O estudo apresenta ainda propostas de ação para os gestores municipais, importante em ano de eleições municipais, como a aproximação entre as UBSs e o sistema de transporte público de São Paulo.

 

A desigualdade econômica e a segregação residencial presentes na sociedade brasileira são fatores que afetam o acesso à saúde e tratamentos de qualidade no ambiente urbano. Tal cenário é comprovado pelo levantamento “Síntese de evidências sobre saúde no município de São Paulo”, elaborado pelo Insper, uma das principais instituições de ensino superior e pesquisa do Brasil, e pela Umane, associação civil que investe em iniciativas no âmbito da saúde pública.

O relatório busca contribuir para a melhoria na saúde de São Paulo por meio da identificação de áreas de risco mais elevado no município, com foco em três condições de saúde: mortalidade materna, saúde cardio e cerebrovascular e Diabetes Mellitus tipo II. Para tal, foram analisadas evidências de cada um dos 96 distritos administrativos da cidade, no período entre 2010 e 2019. 

Foram considerados dados disponíveis para acesso público, como bases cartográficas, dados populacionais, dados epidemiológicos, dados socioeconômicos e de recursos de saúde, em uma avaliação que leva em conta faixa etária e sexo da população. 

“Partimos do pressuposto de que não basta ter um banco de dados, ele tem que ser interpretado por gente que trabalha com o tema, sabe onde estão os gargalos e também as dificuldades de implementação”, afirma Paulo Saldiva, médico patologista, coordenador do Observatório de Saúde Urbana do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper e coordenador da pesquisa. 

A disparidade entre distritos ficou clara nos resultados. No caso da Diabetes Mellitus, por exemplo, a taxa de mortalidade pela doença é de 0,21, em Moema, e de 2,02 no Jardim Helena. Há também um crescimento médio anual do risco de mortalidade de 6,7% entre mulheres, e 2,0% entre os homens, na faixa de idade de 30 a 39 anos. Além disso, 38% da variabilidade do risco de mortalidade prematura pela doença entre mulheres com 30 a 69 anos de idade foi explicada por condições socioeconômicas.

No caso das doenças cerebrovasculares, a tendência se mantém. A taxa de mortalidade entre homens fica em 0,1 em Moema e 1,7 em Perus. Nas faixas etárias de 40 a 49 anos e 50 a 59 anos o maior risco encontrado foi no distrito do Grajaú. Em geral, os resultados para a mortalidade prematura por doenças do tipo entre mulheres indicam alto risco em distritos do extremo leste e sul e nos distritos de Brasilândia e Cachoeirinha. 

Também foi observado um aumento no risco de mortalidade por doenças isquêmicas do coração em todo o município, entre homens, nas faixas de idade de 30 a 39 anos e de 60 a 69 anos. As condições socioeconômicas explicam 23% da variabilidade deste risco no sexo masculino. Considerando os dois gêneros, a maior taxa padronizada foi registrada na Brasilândia (1,7) e a menor em Alto de Pinheiros (0,2). 

No período analisado, foram constatados 845 óbitos maternos no município. Ao contabilizar estes óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, chega-se à mortalidade materna – um desafio em países em desenvolvimento, pois seus indicadores não vêm apresentando quedas significativas. “Mesmo sabendo da dificuldade de analisar o indicador em cada distrito – pois o indicador pode ser muito impactado, mesmo que por poucos óbitos, uma vez que é um evento raro perante o seu denominador –, não podemos deixar de notar a desigualdade de um número que variou de zero óbitos a cada 100 mil nascidos vivos, no Alto de Pinheiros, a 102, no distrito da Sé”, afirma Evelyn Santos, gerente de parcerias e novos projetos da Umane. “Isto indica que temos áreas mais vulneráveis, e que se beneficiariam de intervenções direcionadas para avançarmos na equidade em saúde, que é um princípio do SUS. Além do benefício para a saúde da população, analisar e endereçar as causas destas desigualdades nos territórios beneficia também a gestão, que pode alocar recursos escassos de forma mais eficiente no sistema de saúde”, destaca Santos. 

O relatório também indica propostas de ação para solucionar os problemas apresentados. Para os autores, “o uso mais eficiente dos recursos públicos contribui para a promoção da equidade ao direcionar os recursos aos distritos prioritários, que são os mais vulneráveis socioeconomicamente. Uma gestão transparente e baseada em evidências aumenta a confiança da população no governo municipal”. 

Desta maneira, são sugeridas medidas como a criação de um centro de estudos capaz de produzir inovação em tecnologias em saúde; colaboração na avaliação das áreas onde se deve aprimorar o diagnóstico de neoplasias na cidade de São Paulo; colaboração na implementação de UBSs em pontos estratégicos do sistema de transporte de passageiros, colaboração na utilização de sistemas de telemedicina em áreas identificadas como prioritárias, entre outras listadas no material. 

O material completo pode ser encontrado no Observatório da APS, uma plataforma Umane, no link.

 

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Cerca de 40% da população brasileira têm colesterol elevado

Especialista explica quais os riscos e como prevenir a doença

 

Aproximadamente 40% dos brasileiros apresentam níveis elevados de colesterol, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O Dia Nacional de Combate ao Colesterol, comemorado nesta quinta-feira, 08 de agosto, visa conscientizar sobre a importância de manter o colesterol em níveis saudáveis.

Cardiologista do Hospital Semper, em Belo Horizonte, Eularino Teixeira, explica que o termo "colesterol" refere-se a três tipos diferentes de moléculas: o colesterol VLDL, que está ligado ao aumento dos triglicérides e é prejudicial à saúde; o colesterol LDL, conhecido como colesterol ruim, derivado de gorduras de origem animal e algumas vegetais, que contribui para doenças; e o colesterol HDL, considerado o colesterol bom, que protege contra doenças ao remover a gordura das artérias, sendo benéfico quando elevado por meio de exercícios físicos e uma alimentação saudável.

O médico afirma que o colesterol LDL e o VLDL, em excesso, são traiçoeiros, pois, por não provocarem sintomas, muitas pessoas não sabem que têm níveis altos. "Esses tipos de colesterol entopem vasos sanguíneos e artérias em todo o corpo, e os sintomas só surgem quando o entupimento é significativo. Ele (o colesterol) é uma gordura traiçoeira que se acumula nas artérias, prejudicando a circulação sanguínea", destaca.

Os riscos associados ao colesterol alto são diversos. Segundo Eularino, o colesterol elevado pode entupir todas as artérias do corpo, com os locais mais perigosos sendo as coronárias, que fornecem oxigênio ao coração, e as artérias cerebrais. “Se as coronárias são obstruídas, o paciente pode sofrer um infarto, muitas vezes de forma súbita, pois o colesterol é silencioso. Da mesma forma, um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico pode ocorrer se a artéria cerebral se fecha com gordura, impedindo o fluxo sanguíneo e causando a morte da área irrigada”, alerta.


O cardiologista menciona que alguns fatores podem agravar esses problemas, sendo o tabagismo um dos piores. “O tabagismo e a diabetes potencializam os efeitos negativos dos colesteróis ruins. A diabetes, quando associada ao colesterol alto e, ainda pior, ao tabagismo, pode causar doenças obstrutivas nas artérias de todo o corpo”, ressalta.

O médico do hospital Semper conclui com dicas para tratar e prevenir o colesterol alto, destacando que a genética pode ser um fator importante. “O tratamento do colesterol ruim inclui uma dieta adequada e exercícios físicos. No entanto, a genética também deve ser considerada, pois algumas famílias têm predisposição para o colesterol alto. Nessas situações, a dieta e o exercício podem não ser suficientes, sendo necessário o uso de medicação. Existem diversos medicamentos para tratar hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia, que são eficazes quando combinados com uma dieta equilibrada e um estilo de vida saudável”, finaliza.

Estudo revela que menopausa precoce aumenta risco de câncer de mama

Médica comenta sobre a importância do acompanhamento em pacientes com insuficiência ovariana primária 

 

Uma nova pesquisa realizada pela Universidade de Utah revelou uma nova ligação entre a menopausa precoce e o aumento do risco de câncer de mama. O estudo, publicado no The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, sugere que mulheres que entram na menopausa antes dos 46 anos podem ter quase o dobro de chances de desenvolver a doença.

A pesquisa, liderada pelo Departamento de Medicina Interna da U, analisou dados de milhares de mulheres e seus familiares. Os resultados indicam que a insuficiência ovariana primária (IOP), uma condição que leva à menopausa precoce, está associada a um risco significativamente maior de câncer de mama.

 

O que a pesquisa significa para as mulheres?

“Mulheres com IOP correm risco de uma série de doenças, como osteoporose e doenças cardiovasculares. Os resultados sugerem que algumas delas devem ser monitoradas ao longo de suas vidas para o risco de câncer também”, explica a médica Alexandra Ongaratto, especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, o Instituto GRIS.

"Esta pesquisa traz novas evidências sobre a complexa relação entre a saúde reprodutiva e o câncer. É fundamental que as mulheres com menopausa precoce estejam cientes desse risco aumentado e conversem com seus médicos sobre as melhores estratégias de prevenção e detecção precoce. A mamografia regular e o acompanhamento médico são essenciais para garantir a saúde a longo prazo", completa a médica.

Alexandra ressalta que nem todas as mulheres com menopausa precoce irão desenvolver câncer de mama, no entanto, o estudo alerta para a necessidade de mais pesquisas e de um acompanhamento médico mais rigoroso para esse grupo específico. “A prevenção continua sendo a melhor arma contra o câncer, e adotar hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, prática de atividade física regular e não fumar, é fundamental para todas as mulheres", afirma.

Os pesquisadores utilizaram um banco de dados genético abrangente para identificar as conexões entre a menopausa precoce, a insuficiência ovariana primária e o desenvolvimento de câncer. Os resultados sugerem que a predisposição genética pode desempenhar um papel importante nesse processo.

Os pesquisadores planejam continuar investigando os mecanismos biológicos que ligam a menopausa precoce ao câncer de mama. Essa pesquisa pode levar ao desenvolvimento de novas terapias e estratégias de prevenção para mulheres com maior risco.

 

No Brasil

De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 73 mil novos casos de câncer de mama foram estimados no Brasil em 2023.

Entretanto, o INCA destaca os principais fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, estando entre eles a menopausa e o próprio envelhecimento, além de determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.

 

Sintomas

É importante que a mulher esteja atenta aos sinais que o câncer de mama pode dar ao se manifestar. O mais comum, presente em 90% dos casos, é um caroço endurecido, fixo e indolor que aparece no seio. Outras alterações preocupantes incluem mudanças no mamilo, pequenos nódulos na região abaixo dos braços ou no pescoço, saída espontânea de líquido de um dos mamilos ou se a pele da mama ficar avermelhada, retraída ou muito diferente do que era. Consulte um médico imediatamente caso algum desses sintomas apareça em você.

  

Instituto GRIS


DTM: por que geralmente demoramos para identificá-la

Sintomas associados à dor de dente e de ouvido também podem ser indicativos de disfunção de ATM, que é uma alteração da articulação da mandíbula; avaliação cabe a um cirurgião buco maxilo facial ou a um especialista em DTM 

 

A queixa, quase sempre, chega primeiro ao dentista ou ao otorrinolaringologista. Afinal, os sintomas mais comuns envolvem justamente dores e desconfortos na região da boca e do ouvido. O que nos faz crer, em princípio, se tratar de algo relacionado a essas duas especialidades.

Por isso, aliás, que é um muito corriqueiro partir desses profissionais de saúde a indicação para o tratamento da chamada DTM (Disfunção Temporomandibular). E não, propriamente, de um cirurgião buco maxilo facial ou de especialista em DTM, a quem de fato cabe tal avaliação e, sobretudo, a definição dos recursos terapêuticos necessários para a solução do problema.

Isso ocorre porque a dor ocasionada pela DTM pode manifestar em locais diferentes da sua origem – conforme explica a Dra. Juliana Mussi, cirurgiã buco maxilo facial do Hospital Paulista.

"Normalmente, as pessoas identificam a alteração, mas têm dúvidas em relação ao profissional que devem procurar. Por isso, é muito comum os encaminhamentos virem de dentistas, otorrinos e, até mesmo, de profissionais de outras especialidades, como neurologistas.”

Para não “batermos na porta errada”, como é tão comum, a cirurgiã recomenda observar certos aspectos que são muito típicos da DTM e podem ajudar a confirmar (ou mesmo descartar) qualquer suspeita nesse sentido.

"Além das dores e desconfortos na região da boca e do ouvido, a Disfunção Temporomandibular se notabiliza por ruídos nas articulações, cansaço nos músculos da mastigação, estalos ao abrir a boca, dificuldade de abertura da boca, além de movimentos irregulares ao abrir e fechar a boca. Por isso, é sempre importante observar se há alguma dessas características associadas. Um cirurgião buco maxilo facial ou um especialista em DTM e dor orofacial poderá auxiliar nesse sentido, a partir de uma avaliação clínica e solicitação de exames.”


Diagnóstico e tratamentos

A especialista explica que, na avaliação clínica, a depender do caso, é verificada a articulação e a musculatura através de exames de imagens, como, por exemplo, a ressonância magnética. Os tratamentos, por sua vez, são divididos em dois grupos: clínico e cirúrgico.

"O primeiro é o indicado para a grande maioria dos pacientes. Ele pode envolver ações como fisioterapia, agulhamento seco, acupuntura, uso da placa de mordida e laserterapia, além de uma equipe multidisciplinar para avaliação dos aspectos psicológicos, por exemplo. Dependendo do caso, podem também ser prescritos medicamentos para dores agudas e crônicas.”

Quanto aos procedimentos cirúrgicos, a cirurgiã destaca que, dependendo do quadro clínico, é possível aplicar soluções menos invasivas.

"É o caso das infiltrações de substâncias dentro da articulação, lavagem (artrocentese) e da artroscopia. São procedimentos minimamente invasivos e com pequenas incisões, que permitem investigar o interior de uma articulação com uma microcâmera, fazer o diagnóstico e realizar o procedimento necessário para melhorar a condição articular.”

Já nos mais graves, ainda de acordo com a especialista, a opção é pelas chamadas “cirurgias abertas”, que são mais invasivas e ocorrem quando há necessidade de acessar a articulação.


Mulheres mais propensas

Com relação ao perfil dos pacientes, a Dra. Juliana explica que, em tese, as mulheres são mais suscetíveis a desenvolver a DTM. "As mulheres, curiosamente, são as que mais recorrem ao tratamento especializado. Isso pode ser explicado por estudos que apontam o estrogênio (hormônio sexual feminino) como um possível fator de alteração do metabolismo ósseo e da cartilagem da articulação temporomandibular, bem como do mecanismo regulador da dor.”

Quanto à faixa-etária que esse tipo de problema pode ser mais recorrente, a especialista explica que a DTM pode aparecer em qualquer idade, embora seja mais comum em mulheres adultas de meia idade.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Conheça o papel do homem na fertilidade do casal

Especialista explica as causas, diagnósticos e tratamentos para infertilidade masculina

 

A infertilidade conjugal é uma realidade silenciosa que atinge cerca de 17% dos casais em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto muitas vezes se assume que a infertilidade é um problema feminino, constatações médicas mostram outro cenário. De acordo com Dr. Dalmo Silva, urologista da Santa Casa de São Paulo, que aborda o tema a convite da Organon, os homens podem ser responsáveis por até 50% dos casos. “O fator masculino isoladamente corresponde a 20% das situações de infertilidade conjugal, e quando associado a fatores femininos, pode chegar a 30%”, explica.

De acordo com o especialista, existem diversos fatores que podem afetar a fertilidade masculina. Entre eles, destacam-se a presença de varicocele (veias dilatadas do testículo), criptorquidia (não descida do testículo para a bolsa testicular no nascimento), infecções sexuais não tratadas ou subdiagnosticadas, certos tumores como o de testículo, tratamentos com quimio e/ou radioterapia, fatores genéticos como a síndrome de Klinefelter, distúrbios ejaculatórios (por exemplo, em homens com lesões medulares), distúrbios endocrinológicos como diabetes, obesidade, idade paterna avançada, abuso de álcool e drogas ilícitas, uso de anabolizantes para ganho de massa muscular, alguns medicamentos para tratamento de alopecia (queda de cabelo) e certos antidepressivos.

Assim como ocorre com as mulheres, a idade também influencia a fertilidade masculina. "Vários estudos mostram um aumento do estresse oxidativo e radicais livres, que promovem a alteração da membrana dos espermatozoides, levando à morte celular precoce. Na prática, a idade paterna avançada se traduz em períodos longos sem gravidez espontânea, abortos de repetição ou falhas nos tratamentos de fertilização", explica.

Para avaliar a fertilidade masculina, a investigação diagnóstica sempre começa com pelo menos dois espermogramas, realizados com um intervalo mínimo de 15 dias entre eles. "Se for identificarmos uma causa que possa ser corrigida, como a reversão da vasectomia, correção da varicocele ou tratamento medicamentoso nas causas endocrinológicas, sempre preferimos essa abordagem. Nos casos em que a causa é desconhecida, podemos tentar recuperar cirurgicamente espermatozoides para uma tentativa de fertilização”, esclarece Dr. Dalmo.

O estilo de vida também pode impactar na qualidade do espermatozoide. "O estresse gera mais radicais livres, aumentando a fragmentação do DNA espermático", observa Dr. Dalmo. De acordo com o urologista, nos últimos 20 anos, a medicina reprodutiva teve avanços significativos nos exames diagnósticos de fatores masculinos associados à infertilidade, como o teste de fragmentação espermática.

Para o especialista, a investigação da infertilidade masculina promove saúde e bem-estar aos homens. “Cerca de 6% dos homens inférteis irão descobrir alguma doença silenciosa ou que ainda não se manifestou, como diabetes ou hipertensão arterial”, alerta o médico, complementando: “Vivemos em uma sociedade paternalista onde não é comum o homem procurar ajuda médica para infertilidade. Sempre se pensa que o problema é da parceira. Talvez um dos mitos mais persistentes seja associar infertilidade com impotência sexual”. Além disso, ele enfatiza a importância de uma abordagem conjunta do casal para enfrentar a infertilidade, com muita conversa e apoio mútuo.




Organon
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Atrofia do cerebelo de paciente com epilepsia é ligada à doença, e não ao uso de medicamento, diz estudo

Ilustração do cérebro humano com o cerebelo
 destacado em amarelo (
imagem: NIH)

Descoberta contribui para o avanço na compreensão do distúrbio; pesquisa é uma das mais abrangentes sobre o assunto, com amostras de 1.600 pacientes, incluindo brasileiros 

 

 Estudo internacional com a participação de cientistas brasileiros mostra que a atrofia do cerebelo em pacientes com epilepsia está ligada à doença, ou seja, é uma característica que pode abrir novos caminhos para estudos. Até então, acreditava-se que a redução do volume dessa região responsável pelo equilíbrio e coordenação motora estivesse diretamente relacionada ao uso de um tipo de medicamento anticonvulsivo (a fenitoína).

O trabalho analisou dados de 1.602 pacientes de 22 países, dos quais 209 são brasileiros, e de outros 1.022 controles (382 do Brasil). Está sendo considerado a maior análise quantitativa das estruturas (morfometria) do cerebelo na epilepsia – incluindo tamanho, forma e volume.

Concluiu-se que todos os tipos da doença – focal e generalizada – apresentaram reduções “significativas” de volume cerebelar, principalmente no lobo posterior, em relação aos indivíduos-controle. O volume menor nas regiões do lobo posterior também foi associado à maior duração da epilepsia. Para os pesquisadores, os resultados levantam questões importantes sobre a potencial vulnerabilidade de diferentes sub-regiões cerebelares nas causas, consequências e expressão clínica de características específicas da doença.

Realizado pelo Consórcio Enigma, o estudo teve a participação do Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia (BRAINN), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi publicado na revista científica Epilepsia, considerada a mais importante da área.

O consórcio é uma rede internacional que reúne cientistas em genômica de imagem, neurologia e psiquiatria para compreender a estrutura e função do cérebro, com base em ressonância magnética, dados genéticos e outras informações de pacientes. Além das epilepsias, desenvolve investigações sobre várias doenças neuropsiquiátricas, entre elas Parkinson, Alzheimer, autismo, esquizofrenia e outras.

“Ainda há muitas coisas que não sabemos sobre as epilepsias. Assim como não tínhamos clareza do quanto a atrofia do cerebelo estava ligada à doença. Com esse trabalho, avançamos no entendimento de que a epilepsia tem impacto não só no cérebro como em outras regiões. É uma doença de redes. Agora precisamos começar a pensar no cerebelo como parte do entendimento do distúrbio”, explica à Agência FAPESP a professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Clarissa Lin Yasuda, integrante do BRAINN.

Yasuda é coautora do artigo juntamente com o neurologista Fernando Cendes, pesquisador responsável pelo BRAINN, e com Ítalo Karmann Aventurato, que atualmente faz doutorado sanduíche no King’s College London (Reino Unido) com o apoio da FAPESP.

“A associação entre a redução de volume da região posterior do cerebelo e a duração da doença demonstra uma neurodegeneração mais abrangente e potencialmente progressiva em todas as formas de epilepsias. Esses achados defendem uma incorporação do dano sub-regional cerebelar na neurobiologia das epilepsias e têm implicações no contexto do tratamento e manejo clínico desses pacientes”, afirma Cendes.

Em abril, a Liga Internacional contra Epilepsia (Ilae, na sigla em inglês) anunciou que Cendes foi selecionado para ser o novo editor-in-chief da revista Epilepsia. É a primeira vez que um pesquisador fora dos Estados Unidos e da Europa é escolhido para esse cargo na publicação científica, que ele assume a partir de setembro.


A doença

Resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, e sem cura, a epilepsia é uma condição neurológica em que, durante segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, causando crises que podem se manifestar em convulsão – um tipo de crise epiléptica generalizada – ou outros tipos de crises, focais ou generalizadas.

Os pacientes com casos mais graves chegam a passar por 40 ou 50 crises por dia, com perda de sentido e queda. As crises não controladas, além de ter impacto na rotina do paciente, são um grave risco de morte súbita e prematura.

Estima-se que haja cerca de 2 milhões de brasileiros com epilepsia, sendo que pelo menos 25% não estão com a doença controlada, de acordo com o Ministério da Saúde. No mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 70 milhões de pessoas são afetadas pelo distúrbio, sendo um terço resistente aos tratamentos disponíveis no mercado, que são feitos com uma combinação de medicamentos nem sempre eficaz.

A maior parte das medicações disponíveis diminui a atividade dos neurônios de forma generalizada, controlando as crises, mas provoca efeitos colaterais. Em alguns casos de epilepsias focais, uma alternativa é a cirurgia para retirar a parte do cérebro que gera as crises.

No ano passado, um estudo publicado na revista Nature Genetics evelou uma espécie de “arquitetura genética” da doença, mostrando alterações específicas no DNA que sinalizam maior risco para o distúrbio cerebral e avançando na possibilidade de novos tratamentos. O trabalho também teve a participação de pesquisadores do BRAINN (leia mais em: agencia.fapesp.br/44960).

“A população sul-americana, especialmente a brasileira com sua grande miscigenação, sempre foi sub-representada em estudos internacionais desse tipo. Ter a nossa participação, com a grande quantidade, riqueza e robustez de dados que oferecemos, é extremamente importante para a ciência do Brasil. Poucos centros do mundo têm a quantidade e qualidade das informações que conseguimos aqui”, ressalta Yasuda.


Metodologia

Os cientistas trabalharam com imagens de ressonância magnética dos pacientes e análises estatísticas do volume do cerebelo. Modelos de regressão linear foram usados para testar associações entre o volume do cerebelo e a duração da epilepsia.

Também foram aplicados indicadores para investigar a associação entre o tratamento com fenitoína e o tamanho do órgão. O estudo demonstrou que, embora a fenitoína esteja associada à atrofia cerebelar, ela não explica a redução do tamanho que ocorre em todas as regiões do cerebelo nesses pacientes. Portanto, parte do processo de atrofia cerebelar independe das medicações e está relacionada à doença.

O grupo brasileiro ainda recebeu apoio da FAPESP por meio de outros três projetos (20/04032-819/11457-8; e 21/09230-5).

O artigo Patterns of subregional cerebellar atrophy across epilepsy syndromes: An ENIGMA-Epilepsy study pode ser lido em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/epi.17881#.




Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/atrofia-do-cerebelo-de-paciente-com-epilepsia-e-ligada-a-doenca-e-nao-ao-uso-de-medicamento-diz-estudo/52431


Nutrição esportiva: como definir a alimentação pré e pós-treino

Nutricionista explica quais são os melhores alimentos para otimizar o ganho de massa magra e reparar os músculos após os exercícios


Ser um atleta de alto desempenho, como os que representam o Brasil nas Olimpíadas de Paris, exige tempo, dedicação, apoio familiar e outros fatores importantes.

Para a maioria das pessoas, no entanto, o essencial é entender a importância das atividades físicas e da escolha correta dos alimentos, especialmente quando o objetivo é melhorar o ganho de massa magra, restaurar os tecidos musculares e promover uma saúde melhor. Cuidar da alimentação, incluindo o pré e o pós-treino, é fundamental para alcançar esses objetivos.  

Especialista em Nutrição Esportiva e Fisiologia do Exercício, o nutricionista Jhonathan Andrade faz um alerta importante: "O que comemos antes e depois do treino influencia diretamente em nosso desempenho físico, na otimização dos resultados obtidos com os exercícios, no gerenciamento do peso e na recuperação do organismo."   

Segundo ele, cada modalidade esportiva tem suas próprias necessidades de pré e pós-treino, de acordo com as exigências específicas de cada atleta. "Uma alimentação equilibrada é consenso quando se pensa em saúde, mas a nutrição esportiva acrescenta estratégias à rotina de quem faz exercícios regularmente, seja um atleta profissional ou não", prossegue Jhonathan, professor do curso de Nutrição do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação. 

De acordo com o nutricionista, o esforço físico leva a alterações fisiológicas e, quando realizado de forma intensa, causa um desgaste nutricional que precisa ser compensado com a escolha dos alimentos certos. Junto com a definição dos treinos é importante estar orientado sobre as quantidades ideais de carboidrato, proteína, gordura, vitaminas e minerais.

A principal fonte de energia do organismo, explica Jhonathan Andrade, é a glicose resultante do consumo de carboidratos. O que não é usado como fonte energética pelo organismo é armazenado nos músculos, sob a forma de glicogênio. "Nosso organismo usa o glicogênio muscular para manter o bom desempenho durante as atividades físicas. Por isso, os carboidratos são indicados antes e após os treinos ou competições." 

A quantidade de carboidratos a ser consumida varia de acordo com o tipo de exercício físico, a duração e a intensidade, além do tempo de digestão dos alimentos. A recomendação geral é se alimentar entre 1h30 e 2h30 antes do treino para evitar desconfortos gastrointestinais. Boas fontes de carboidratos incluem frutas, como banana e maçã, grãos integrais e tubérculos, como a batata-doce. É importante lembrar que existem orientações específicas que devem ser seguidas de acordo com a individualidade do atleta e a modalidade esportiva praticada.   

O pós-treino requer mais proteínas, porque elas atuam na síntese proteica e na reparação dos tecidos musculares. Neste caso, as refeições podem ter frango, peixe, ovos, laticínios (iogurte natural, queijo etc.) e leguminosas (feijão, lentilha ou grão-de-bico). Outra dica é fazer a refeição em uma janela de 30 a 60 minutos após o treino, observando a individualidade de cada um. 

  

Hidratação

Assim como a alimentação, outros fatores são fundamentais para a saúde e a qualidade dos treinos. Devido à transpiração, o corpo perde água e eletrólitos, o que pode resultar em fadiga, cãibras e redução do desempenho.  

Para evitar esses problemas é crucial manter a hidratação adequada antes, durante e após os exercícios. A quantidade de água e líquidos esportivos deve ser ajustada conforme as necessidades individuais de cada atleta e a modalidade esportiva praticada, exigindo uma avaliação personalizada. 

Associado à ingestão de água e à escolha correta dos alimentos, o nutricionista e professor do UniCuritiba lembra que outros fatores interferem no resultado dos treinos, como os cuidados com a qualidade do sono, que precisa ser reparador para que o rendimento físico seja adequado. 

Sobre o uso de suplementos, Jhonathan aconselha a consulta com um profissional de nutrição para avaliar a necessidade. "A elaboração de uma dieta ajustada com pré e pós-treino, assim como a suplementação de vitaminas, minerais e aminoácidos são mais efetivas com a ajuda de um especialista que saberá avaliar as demandas individuais."   

Para finalizar, o nutricionista dá algumas dicas: mantenha uma dieta com variedade de frutas, legumes, grãos e proteínas magras, evite alimentos processados e com alto teor de açúcar e planeje as refeições com antecedência para facilitar a adesão a uma alimentação mais saudável. 


Crédito de imagens: Divulgação Freepick
UniCuritiba


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