A importância da conscientização e monitoramento do
colesterol que, em excesso, pode causar doenças cardiovasculares
Desde o início do ano, o Cardiômetro,
um indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil, criado
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), já registrou mais de 240 mil
mortes ocasionadas por doenças cardiovasculares, sendo essa a principal causa
de mortes no país. O alto nível de colesterol
é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de alguma dessas doenças.
Diante disso, no mês que marca o Dia Nacional de Combate ao Colesterol (8 de
agosto), o Dr. Giuliano Generoso, cardiologista do Hospital
Sírio-Libanês, esclarece oito fatos sobre essa substância. “O colesterol é essencial
para o corpo, mas quando não controlado, pode causar doença arterial
coronariana, que ocasiona infarto e angina, o acidente vascular cerebral (AVC)
e a doença arterial periférica”.
Estima-se que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças cardiovasculares.1 Elas causam o dobro de mortes que todos os tipos de câncer juntos e muitas dessas mortes podem ser evitadas ou adiadas com cuidados adequados. “Datas voltadas para a conscientização, como esta dedicada ao colesterol, são fundamentais para levarmos informação de qualidade para a sociedade, promovendo a prevenção, detecção precoce e, por consequência, mais qualidade de vida”, conta Generoso.
Confira
abaixo oito curiosidades sobre o colesterol,
explicadas pelo especialista:
1. O colesterol desempenha funções importantes no corpo humano
O colesterol, apesar de sua fama ruim, é uma
substância essencial para o bom funcionamento do organismo. Ele é fundamental
para a formação de membranas celulares e outros componentes do organismo, como
hormônios e vitaminas.
2. O corpo humano é capaz de produzir todo o colesterol de que necessita
O corpo humano é capaz de produzir todo o
colesterol de que necessita para funções vitais, incluindo a produção de
hormônios, como esteroides, cortisol, testosterona e estrogênio, e de
vitaminas, como a vitamina D. No entanto, o corpo regula a produção de
colesterol e pode ajustá-la conforme necessário, independentemente da
quantidade de colesterol ingerido através da dieta. Assim, não é necessário
consumir grandes quantidades de alimentos ricos em colesterol para garantir a
produção hormonal adequada. Na verdade, consumir excessivamente alimentos ricos
em colesterol pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
3. O colesterol pode ser dividido em “bom” e “ruim”
O colesterol "ruim" é aquele conhecido como lipoproteína de densidade baixa (do inglês, LDL-c) e como lipoproteína de muito baixa densidade (do inglês, VLDL-c), que podem acumular nas artérias quando em excesso. Portanto, quando os níveis estão elevados, aumenta o risco de desenvolver doenças, como infarto do miocárdio, derrame cerebral e insuficiência arterial.
Agora a lipoproteína de densidade alta (do inglês, HDL-c) é conhecida como colesterol
“bom”. A HDL-c é como um caminhão de lixo: transita recolhendo o colesterol em
excesso (tanto da LDL-c quanto de outras partes do corpo) e o leva de volta
para o fígado, onde é processado e eliminado.
4. A hipercolesterolemia (LDL elevado) ocorre por fatores genéticos e de
estilo de vida
Embora fatores comportamentais possam aumentar os
níveis de LDL-c, como dieta rica em gorduras saturadas e trans, falta de atividade
física, obesidade, tabagismo e diabetes tipo 2, o componente
genético/hereditário é também fator de risco muito importante já que, na
maioria da população, grande parte dos níveis de colesterol vem da sua produção
no fígado.
5. A genética tem um papel importante nos níveis de colesterol
A genética tem um papel importante nos níveis de
colesterol, já que influencia a forma como nosso corpo o processa. As pessoas
podem herdar genes que fazem o corpo produzir mais colesterol ou ter uma maior
dificuldade em removê-lo do sangue. Em certas condições temos a
hipercolesterolemia familiar, que causa níveis extremamente altos de colesterol
desde a infância. Em resumo, mesmo que uma pessoa tenha uma alimentação
saudável e faça exercícios regularmente, sua genética pode fazer com que ela
tenha níveis de colesterol mais altos do que o normal.
6. Todos devem dosar o colesterol e a periodicidade da checagem varia a
cada caso
O colesterol quando em excesso demora a apresentar
sintomas, em alguns casos, por exemplo, a primeira manifestação da alta do
colesterol é um evento como infarto ou derrame, quando já é tarde para
prevenir. É uma doença silenciosa e que depende do exame de sangue para que
possa ser aferido. Portanto, é necessário realizar uma primeira triagem de
colesterol na infância e, depois, essa dosagem deve ser repetida a cada cinco
anos. No caso dos adultos, a checagem deve ser feita cada 1 a 2 anos e pessoas
com mais de 65 anos devem submeter-se a exames de sangue anualmente.
7. Existe tratamento para pessoas com colesterol alto
O tratamento inclui tanto medidas não
medicamentosas, como hábito alimentar saudável, exercícios físicos regulares,
perda de peso, quanto medidas medicamentosas para reduzir os níveis de
colesterol no sangue quando necessário.
8. Alguns alimentos podem ajudar a reduzir o colesterol
O colesterol é encontrado apenas em alimentos de origem animal. Assim, embutidos e processados de origem animal devem ser sempre evitados ou consumidos com moderação, pois contém alta carga da substância. Outros alimentos que entram nessa lista são ovos, queijos amarelos, carne vermelha e frutos do mar.
Por outro lado, consumir fibras, como as encontradas na aveia, é uma maneira de
reduzir os níveis de colesterol, pois elas ajudam a eliminar a gordura
alimentar no intestino, diminuindo a absorção de colesterol, gorduras e
açúcares. Além disso, os fitosteróis, presentes no azeite de oliva, linhaça,
nozes, castanhas, peixes de água fria, chocolate amargo e abacate, também são
eficazes na redução dos níveis de colesterol.
Ainda, frutas, vegetais, grãos, feijões, ervilhas e lentilhas não possuem
colesterol, podendo ser considerados para uma dieta mais equilibrada.
Hospital Sírio-Libanês
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Referências
1 CARDIÔMETRO. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Cardiômetro. 2024. Disponível em: https://www.cardiometro.com.br/. Acesso em: 5 ago. 2024.
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