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sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Colesterol: especialista esclarece oito curiosidades sobre esse tipo de gordura

A importância da conscientização e monitoramento do colesterol que, em excesso, pode causar doenças cardiovasculares


Desde o início do ano, o Cardiômetro, um indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil, criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), já registrou mais de 240 mil mortes ocasionadas por doenças cardiovasculares, sendo essa a principal causa de mortes no país. O alto nível de colesterol é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de alguma dessas doenças. Diante disso, no mês que marca o Dia Nacional de Combate ao Colesterol (8 de agosto), o Dr. Giuliano Generoso, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, esclarece oito fatos sobre essa substância. “O colesterol é essencial para o corpo, mas quando não controlado, pode causar doença arterial coronariana, que ocasiona infarto e angina, o acidente vascular cerebral (AVC) e a doença arterial periférica”.

Estima-se que, ao final deste ano, quase 400 mil cidadãos brasileiros morrerão por doenças cardiovasculares.1 Elas causam o dobro de mortes que todos os tipos de câncer juntos e muitas dessas mortes podem ser evitadas ou adiadas com cuidados adequados. “Datas voltadas para a conscientização, como esta dedicada ao colesterol, são fundamentais para levarmos informação de qualidade para a sociedade, promovendo a prevenção, detecção precoce e, por consequência, mais qualidade de vida”, conta Generoso. 

Confira abaixo oito curiosidades sobre o colesterol, explicadas pelo especialista:
 

1. O colesterol desempenha funções importantes no corpo humano

O colesterol, apesar de sua fama ruim, é uma substância essencial para o bom funcionamento do organismo. Ele é fundamental para a formação de membranas celulares e outros componentes do organismo, como hormônios e vitaminas.
 

2. O corpo humano é capaz de produzir todo o colesterol de que necessita

O corpo humano é capaz de produzir todo o colesterol de que necessita para funções vitais, incluindo a produção de hormônios, como esteroides, cortisol, testosterona e estrogênio, e de vitaminas, como a vitamina D. No entanto, o corpo regula a produção de colesterol e pode ajustá-la conforme necessário, independentemente da quantidade de colesterol ingerido através da dieta. Assim, não é necessário consumir grandes quantidades de alimentos ricos em colesterol para garantir a produção hormonal adequada. Na verdade, consumir excessivamente alimentos ricos em colesterol pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.


3. O colesterol pode ser dividido em “bom” e “ruim”

O colesterol "ruim" é aquele conhecido como lipoproteína de densidade baixa (do inglês, LDL-c) e como lipoproteína de muito baixa densidade (do inglês, VLDL-c), que podem acumular nas artérias quando em excesso. Portanto, quando os níveis estão elevados, aumenta o risco de desenvolver doenças, como infarto do miocárdio, derrame cerebral e insuficiência arterial.

Agora a lipoproteína de densidade alta (do inglês, HDL-c) é conhecida como colesterol “bom”. A HDL-c é como um caminhão de lixo: transita recolhendo o colesterol em excesso (tanto da LDL-c quanto de outras partes do corpo) e o leva de volta para o fígado, onde é processado e eliminado.

4. A hipercolesterolemia (LDL elevado) ocorre por fatores genéticos e de estilo de vida

Embora fatores comportamentais possam aumentar os níveis de LDL-c, como dieta rica em gorduras saturadas e trans, falta de atividade física, obesidade, tabagismo e diabetes tipo 2, o componente genético/hereditário é também fator de risco muito importante já que, na maioria da população, grande parte dos níveis de colesterol vem da sua produção no fígado.
 

5. A genética tem um papel importante nos níveis de colesterol

A genética tem um papel importante nos níveis de colesterol, já que influencia a forma como nosso corpo o processa. As pessoas podem herdar genes que fazem o corpo produzir mais colesterol ou ter uma maior dificuldade em removê-lo do sangue. Em certas condições temos a hipercolesterolemia familiar, que causa níveis extremamente altos de colesterol desde a infância. Em resumo, mesmo que uma pessoa tenha uma alimentação saudável e faça exercícios regularmente, sua genética pode fazer com que ela tenha níveis de colesterol mais altos do que o normal.

6. Todos devem dosar o colesterol e a periodicidade da checagem varia a cada caso

O colesterol quando em excesso demora a apresentar sintomas, em alguns casos, por exemplo, a primeira manifestação da alta do colesterol é um evento como infarto ou derrame, quando já é tarde para prevenir. É uma doença silenciosa e que depende do exame de sangue para que possa ser aferido. Portanto, é necessário realizar uma primeira triagem de colesterol na infância e, depois, essa dosagem deve ser repetida a cada cinco anos. No caso dos adultos, a checagem deve ser feita cada 1 a 2 anos e pessoas com mais de 65 anos devem submeter-se a exames de sangue anualmente.
 

7. Existe tratamento para pessoas com colesterol alto

O tratamento inclui tanto medidas não medicamentosas, como hábito alimentar saudável, exercícios físicos regulares, perda de peso, quanto medidas medicamentosas para reduzir os níveis de colesterol no sangue quando necessário.
 

8. Alguns alimentos podem ajudar a reduzir o colesterol

O colesterol é encontrado apenas em alimentos de origem animal. Assim, embutidos e processados de origem animal devem ser sempre evitados ou consumidos com moderação, pois contém alta carga da substância. Outros alimentos que entram nessa lista são ovos, queijos amarelos, carne vermelha e frutos do mar.


Por outro lado, consumir fibras, como as encontradas na aveia, é uma maneira de reduzir os níveis de colesterol, pois elas ajudam a eliminar a gordura alimentar no intestino, diminuindo a absorção de colesterol, gorduras e açúcares. Além disso, os fitosteróis, presentes no azeite de oliva, linhaça, nozes, castanhas, peixes de água fria, chocolate amargo e abacate, também são eficazes na redução dos níveis de colesterol.

Ainda, frutas, vegetais, grãos, feijões, ervilhas e lentilhas não possuem colesterol, podendo ser considerados para uma dieta mais equilibrada.

 


Hospital Sírio-Libanês
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Referências

1 CARDIÔMETRO. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Cardiômetro. 2024. Disponível em: https://www.cardiometro.com.br/. Acesso em: 5 ago. 2024.


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